Palavra do leitor
- 30 de janeiro de 2009
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Cristianismo: essência ou aparência? (parte 1)
Em junho do ano passado, aconteceu uma coisa muito interessante. Depois de um bom tempo, já tendo ouvido falar, tive oportunidade de entrar no SECOND LIFE, e logo gostei. Achei muitos grupos e lugares de reuniões de oração, estudo bíblico, pessoas cristãs, além do lado divertido também.
Um dos lugares que achei foi uma igreja que fica numa cidade virtual toda ambientada no séc. 19, e nessa cidade encontrei uma pessoa que resolveu partilhar comigo sua história de vida. Claro que não vou aqui expor essa pessoa, mas basicamente, é uma pessoa que passou a vida inteira cumprindo a expectativa dos outros e se frustrando, e quando resolveu assumir aquilo que sentia por dentro, foi exatamente nesse ponto que Deus entrou na vida dessa pessoa.
Enquanto era "normal" aos olhos dos outros, mesmo por dentro estando distante de Deus, ninguém se incomodava, até que essa pessoa resolveu assumir tudo que estava sentindo por dentro, e por incrível que pareça, foi aí que a inadequação das pessoas que cercam essa pessoa, começou. Pessoas inclusive de dentro da igreja.
Claro que eu como um cadeirante e já tendo passado por várias igrejas de diferentes correntes teológicas, também já senti isso, apesar de ter sido em um aspecto diferente, mas o que se nota nesses dois casos e em outros incontáveis ao redor do mundo, é que transformaram o Cristianismo numa religião de aparência ao invés de ser uma religião de essência.
Hoje você só é considerado "crente" no Brasil, por exemplo, se só ouvir certo tipo de música, idolatrar Pr. Fulano de Tal, Missionário Não Sei das Quantas, ou aquele grupo de louvor "abençoado" do momento; ou seja, pra ser um "crente" aceito no Brasil hoje, você tem que estar na moda "gospel".
E isso é muito triste de perceber, mas voltando um pouco aos acontecimentos, depois que bati um papo com essa pessoa, no dia seguinte fui fazer minha leitura diária com o "No Cenáculo" da Igreja Metodista, e qual não foi minha surpresa quando o texto indicado pra ler foi 2 Coríntios 5:14-21. Mas o trecho que mais chamou minha atenção, foram os versículos 15 e 16, que na minha Bíblia diz assim: "Ora, Cristo morreu por todos, e assim, aqueles que vivem, já não vivem para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. *Por isso, doravante não conhecemos mais ninguém pelas aparências*. Mesmo que tenhamos conhecido Cristo segundo as aparências, agora já não o conhecemos assim"
Percebam o meu grifo. Não te soa um pouco diferente do cristianismo que temos vivido hoje?
Se você está numa igreja deutero-pentecostal ou neopentecostal, a sua saúde e riqueza contam muito mais como um medidor da sua fé do que sua santidade ou piedade. Se você está numa igreja tradicional, sua sexualidade, o que você bebe ou deixa de beber, o que você come ou deixa de comer, aquilo que você veste ou o jeito como você se adorna, fazem parte da balança da santidade dessas igrejas, na verdade fazem parte até da lista de pré-requisitos pra ver se aquela igreja te considera ou não cristão.
Notem agora que toquei em 5 aspectos: saúde, riqueza, sexualidade, bebida, comida e estética. Hoje aquele folclore do super-crente está mais do que na moda, imagine só, você tem que ser perfeito antes mesmo de entrar na igreja, e se não entrar perfeito vai sofrer pressão o tempo inteiro para ser perfeito. Se você for um portador de necessidades especiais, pobre, sexualmente ativo ou homossexual, beber, gostar de frango ao molho pardo ou vestir alguma roupa que acentue a sua beleza, a igreja de hoje não é o seu lugar.
Evidentemente que todos sabem dos absurdos da teologia da prosperidade no que diz respeito a saúde e a riqueza, no entanto, os outros aspectos são poucos discutidos, quer seja por tabu ou pela "igreja" achar que já tem opinião formada e conhece bem o assunto.
Mas como sou teimoso, lá vou eu discutir o assunto.(continua)
lucaseoelanvital.blogspot.com
Um dos lugares que achei foi uma igreja que fica numa cidade virtual toda ambientada no séc. 19, e nessa cidade encontrei uma pessoa que resolveu partilhar comigo sua história de vida. Claro que não vou aqui expor essa pessoa, mas basicamente, é uma pessoa que passou a vida inteira cumprindo a expectativa dos outros e se frustrando, e quando resolveu assumir aquilo que sentia por dentro, foi exatamente nesse ponto que Deus entrou na vida dessa pessoa.
Enquanto era "normal" aos olhos dos outros, mesmo por dentro estando distante de Deus, ninguém se incomodava, até que essa pessoa resolveu assumir tudo que estava sentindo por dentro, e por incrível que pareça, foi aí que a inadequação das pessoas que cercam essa pessoa, começou. Pessoas inclusive de dentro da igreja.
Claro que eu como um cadeirante e já tendo passado por várias igrejas de diferentes correntes teológicas, também já senti isso, apesar de ter sido em um aspecto diferente, mas o que se nota nesses dois casos e em outros incontáveis ao redor do mundo, é que transformaram o Cristianismo numa religião de aparência ao invés de ser uma religião de essência.
Hoje você só é considerado "crente" no Brasil, por exemplo, se só ouvir certo tipo de música, idolatrar Pr. Fulano de Tal, Missionário Não Sei das Quantas, ou aquele grupo de louvor "abençoado" do momento; ou seja, pra ser um "crente" aceito no Brasil hoje, você tem que estar na moda "gospel".
E isso é muito triste de perceber, mas voltando um pouco aos acontecimentos, depois que bati um papo com essa pessoa, no dia seguinte fui fazer minha leitura diária com o "No Cenáculo" da Igreja Metodista, e qual não foi minha surpresa quando o texto indicado pra ler foi 2 Coríntios 5:14-21. Mas o trecho que mais chamou minha atenção, foram os versículos 15 e 16, que na minha Bíblia diz assim: "Ora, Cristo morreu por todos, e assim, aqueles que vivem, já não vivem para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. *Por isso, doravante não conhecemos mais ninguém pelas aparências*. Mesmo que tenhamos conhecido Cristo segundo as aparências, agora já não o conhecemos assim"
Percebam o meu grifo. Não te soa um pouco diferente do cristianismo que temos vivido hoje?
Se você está numa igreja deutero-pentecostal ou neopentecostal, a sua saúde e riqueza contam muito mais como um medidor da sua fé do que sua santidade ou piedade. Se você está numa igreja tradicional, sua sexualidade, o que você bebe ou deixa de beber, o que você come ou deixa de comer, aquilo que você veste ou o jeito como você se adorna, fazem parte da balança da santidade dessas igrejas, na verdade fazem parte até da lista de pré-requisitos pra ver se aquela igreja te considera ou não cristão.
Notem agora que toquei em 5 aspectos: saúde, riqueza, sexualidade, bebida, comida e estética. Hoje aquele folclore do super-crente está mais do que na moda, imagine só, você tem que ser perfeito antes mesmo de entrar na igreja, e se não entrar perfeito vai sofrer pressão o tempo inteiro para ser perfeito. Se você for um portador de necessidades especiais, pobre, sexualmente ativo ou homossexual, beber, gostar de frango ao molho pardo ou vestir alguma roupa que acentue a sua beleza, a igreja de hoje não é o seu lugar.
Evidentemente que todos sabem dos absurdos da teologia da prosperidade no que diz respeito a saúde e a riqueza, no entanto, os outros aspectos são poucos discutidos, quer seja por tabu ou pela "igreja" achar que já tem opinião formada e conhece bem o assunto.
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