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Palavra do leitor

Cristianismo afirmativo

Semanas atrás, estava almoçando com colegas de trabalho e, num dado momento, em tom jocoso, disseram: “Poxa, você não fuma, não bebe, não... (deixa pra lá), não faz nada! Não desperdice a sua vida!” Ainda agora aquelas palavras estão reverberando em mim. No senso-comum de boa parte dos não cristãos, os evangélicos são ou picaretas interesseiros ou moralistas estraga-prazeres. Essa imagem, admito, não deixa de ter sua parcela de verdade...

Tais palavras, no entanto, levaram-me a refletir a respeito daquilo que um cristão faz, afirmativamente. Há quem diga que o cristão é alguém que não faz isso, nem aquilo, nem aquiloutro. Mas, afinal, o que é que um cristão faz? Ou, antes, o que é que faz de alguém um cristão? A ideia de forjar a própria identidade com base apenas naquilo que rejeitamos não me parece lá muito consistente.

Semana após semana, reúno-me com um pequeno grupo de amigos para trocar experiências sobre a caminhada de fé. Levei a questão para a pauta do grupo e pedi que cada um fizesse uma lista de coisas que identificariam alguém como cristão. Mas a lista tinha de ser afirmativa.

Sem surpresa nenhuma, vimos que nem foi tão difícil assim chegar a uma lista afirmativa. Oração, jejum, leitura e estudo da Bíblia foram mencionados como elementos indispensáveis de nosso relacionamento com Deus. Vida comunitária, testemunho pessoal e disposição para ouvir e servir as pessoas foram os itens listados como parte de nosso relacionamento com o próximo. Como uma espécie de perfil do cristão, dissemos que este é alguém desprendido, acolhedor, amável, perdoador.

À medida que a lista crescia, lembrei-me de que Dallas Willard, em “O Espírito das Disciplinas” (Editorial Habacuc), ao tratar das disciplinas espirituais, fala de disciplinas de abstinência (que incluiriam a solitude, o silêncio, o jejum, a castidade, etc.) e disciplinas de engajamento (entre as quais, o estudo, a adoração, a celebração, o serviço, a confissão, a submissão).[1]

Tomando emprestadas essas categorias – abstinência e engajamento – olhamos novamente para a lista que acabáramos de montar. E, então, nos demos conta de que o tipo de cristianismo que vivemos na maior parte das vezes perde relevância por causa de nossa pusilanimidade. Tivemos de admitir que boa parte de nossa mediocridade não se deve ao mal que praticamos, mas ao bem que omitimos.

Dito de outro modo, o que compromete a nossa vida cristã não é o engajamento deliberado naquilo que sabemos desagradar a Deus. O que mina a nossa vida cristã são as pequenas concessões e negligências diárias a que damos pouca importância.

Às vezes, tenho a impressão de que nos definimos por aquilo que rejeitamos apenas como uma tentativa de autojustificação. Ah, eu oro pouco, estudo pouco, mas pelo menos não fumo, não bebo, etc. E assim substituímos o nosso relacionamento com Deus por um moralismo inócuo. O que aconteceria se, em vez de condenar o engajamento dos outros, nós nos engajássemos naquilo que negligenciamos?
Vamos tentar? Que tal começar já?

Nota
[1] O assunto, por si só, merece um texto à parte.
São Paulo - SP
Textos publicados: 8 [ver]

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