Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Crer contra a esperança

Dois fenômenos têm estado muito presentes na história do cristianismo europeu ocidental: de um lado, o processo de descristianização crescente que marca significativamente a vida espiritual em alguns países e, por outro, de forma aparentemente contraditória, a insistente esperança de um reavivamento espiritual presente no e a partir do meio cristão.

O caso da França é exemplar. A última pesquisa CSA/Le Monde des religions (2005) indica que 51% da população francesa se declara católica, contra 67% em 1994. Queda que indica uma tendência aparentemente em ascensão. Do restante da população, 31% se dizem sem religião (23% em 1994), 4% são mussulmanos, 2% ou 3% protestantes, 1% judeus...

Contudo, não está apenas aí o principal indício de uma crescente descristianização da sociedade francesa, comemorada pelo movimento Liberté Egalité Laicité, que defende uma laicização plena e completa no país. A mesma sondagem esclarece também uma outra tendência: 67% daqueles que se declaram católicos ignoram o sentido da festa de Pentecostes, 57% não crêem no dogma da Trindade e 50% não estão convencidos da própria existência de Deus. As palavras do bispo católico Christophe Dufour, publicadas no diário françês Le Figaro, em fevereiro de 2007, são enfáticas: as referências cristãs na sociedade francesa “correm o risco de serem lançadas no domínio da arqueologia como os templos da Roma antiga”.

Diante disso, não é necessário muita reflexão para perceber que não se trata de uma situação que atinge apenas o catecismo, a liturgia e os dogmas do catolicismo francês. Há um fenômeno de ampliação não apenas da descrença, mas da negação de Cristo e dos valores cristãos, que extrapolam os limites da religião pura e simples e traz consequências inevitáveis: para além da solidão – bastante comum entre os franceses –um grande índice de suicído (o de Paris é um dos mais altos do mundo) e a instabilidade da estrutura familiar, com alta frequência de casamentos desfeitos (tome-se como amostra o divórcio exemplar, acompanhado e explorado pela mídia nacional, do atual presidente Nicolas Sarkozi e sua ex-esposa Cecília).

Como vemos, um terreno acidentado e espinhoso para cerca dos 2% ou 3% da população do país, conhecida como protestantes: pastores, missionários, homens e mulheres nascidos de novo e Igrejas inteiras que sabem que não apenas a França, mas toda a Europa, são territórios estratégicos para a ação das hostes e postestades do mal, cuja presença em peso tem recriado cenários dignos das caricaturas renascentistas ou barrocas do inferno. São milhares de almas cativas, dominadas, vivendo e caminhando a passos largos na direção contrária daquela proposta por Deus.

Neste contexto, evangelizar, orar, implorar, interceder por um reavivamento espiritual é mais do que contraditório, é necessário. É, como fez Abrãao, crer contra a esperança. Trata-se de uma questão de evangelização persistente (como se pudesse ser de outra forma). Noutras palavras, é preciso re-anunciar o Evangelho, re-começar e re-estabelecer um novo padrão de diálogo e comunicação com almas não apenas calterizadas pelo individualismo pós-moderno, mas armadas até os dentes pela lembrança de uma experiência traumática que a história de um catolicismo exacerbado acabou por delimitar, alimentar e manter.

Neste território hostil, é fundamental lançar a semente e esperar em nosso Deus eterno e imutável que seja farta a colheita. Indispensável, também, anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz e as boas notícias do Evangelho de Jesus. Boas Novas que têm o poder de mudar não apenas tendências e perspectivas apontadas por sondagens humanas, mas de alterar o próprio rumo da história dos homens.
Paris/frança - GO
Textos publicados: 1 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.