Palavra do leitor
- 07 de fevereiro de 2008
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Crédito aos desacreditados
"Cartão de crédito corporativo"... Em 07 de fevereiro de 2008, a Folha Online relata que tal cartão paga contas irregulares em viagens do presidente Lula (os cartões de crédito do governo foram usados para quitar dívidas irregulares de R$ 18.127 com a hospedagem da comitiva do presidente Luiz Inacio Lula da Silva durante uma viagem a municípios do interior de São Paulo em 2003); diz também que o cartão corporativo banca contas de universidade: "Os cartões de crédito corporativos do governo foram usados também por servidores de universidades federais para pagar contas em restaurantes de luxo, em São Paulo e Brasília, em padarias de alto padrão e até em lojas de artigos para festas", revela reportagem de Lucas Ferraz e Felipe Seligman publicada na Folha.
A suspeita sobre o uso abusivo de cartões corporativos levou a ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) a pedir demissão na última semana. Ela teria gasto R$ 171 mil no cartão corporativo. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) declarou não aceitar que haja gastos pessoais por parte dos ministros. Dilma disse ontem que esse uso desobedece que ela chamou de "princípio da impessoalidade". "Até então ministro podia ter cartão. Até esse episódio tinham alguns ministros com cartão, porque essa era a praxe. A partir de agora há uma avaliação por parte do Ministério do Planejamento no sentido de que ministro não pode ter cartão, porque fere o princípio da impessoalidade", disse Dilma.
Na verdade, o mais interessante é que isso apenas veio à tona neste momento, o que significa que se o cidadão brasileiro não consegue obter, ou manter seu cartão de crédito, uma vez que seu poder de compra é baixo, em contrapartida, este mesmo cidadão brasileiro paga os gastos pra lá de abusivos daqueles que já recebem seus salários, também abusivos, que o mesmo cidadão brasileiro paga.
Isso nos dá a entender que o cidadão brasileiro, ainda prejudicado por seus baixos salários - quando possui a bênção de estar empregado - é o verdadeiro proprietário destes mágicos cartões. São cartões que flutuam nas mãos e bolsos de homens e mulheres que com suas cartolas exibem-se por este país afora. São pessoas que, como podemos perceber e ouvir, fazem mal uso da palavra na língua pátria, de maneira que nem mereceriam tal posição.
Pagamos sim, estamos pagando, e continuaremos à pagar as contas dos que trabalham para nós - os que nós empregamos. É verdade que eles não trabalham tão bem, como também é verdade que nós nunca soubemos escolher quem empregar; porém, é sempre bom estarmos cientes de que cada vez que nos dirigimos às urnas eleitoreiras, estamos, na verdade, oferecendo um cartão de crédito "faça o que quiser com ele", e também permitimos que se algum deles for descoberto, eles mesmos peçam para o "descuidado" demitir-se, assim, provarão que o demitido é um mal usuário do cartão-do-povo -"pessoal-do-ministro".
Talvez não precisemos nem citar os valores e princípios bíblico-cristãos neste caso. Talvez seja melhor "pouparmos" Deus de tamanha vergonha, para que Ele não "veja" que sua criação continua do mesmo jeito. O pior é que Deus já viu muito antes de nós tal atrocidade, e que, creio eu, Ele também, talvez, esteja pensando: "Bom, o dinheiro é de vocês, o ministro é de vocês, o máximo que eu posso fazer é observar até onde isso vai dar; mas uma coisa eu sei, quando eu descer para acertar as contas, não serei bondoso com os maldosos, não sei serei amável com os odiosos, não darei crédito aos desacreditados".
Francamente...
A suspeita sobre o uso abusivo de cartões corporativos levou a ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) a pedir demissão na última semana. Ela teria gasto R$ 171 mil no cartão corporativo. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) declarou não aceitar que haja gastos pessoais por parte dos ministros. Dilma disse ontem que esse uso desobedece que ela chamou de "princípio da impessoalidade". "Até então ministro podia ter cartão. Até esse episódio tinham alguns ministros com cartão, porque essa era a praxe. A partir de agora há uma avaliação por parte do Ministério do Planejamento no sentido de que ministro não pode ter cartão, porque fere o princípio da impessoalidade", disse Dilma.
Na verdade, o mais interessante é que isso apenas veio à tona neste momento, o que significa que se o cidadão brasileiro não consegue obter, ou manter seu cartão de crédito, uma vez que seu poder de compra é baixo, em contrapartida, este mesmo cidadão brasileiro paga os gastos pra lá de abusivos daqueles que já recebem seus salários, também abusivos, que o mesmo cidadão brasileiro paga.
Isso nos dá a entender que o cidadão brasileiro, ainda prejudicado por seus baixos salários - quando possui a bênção de estar empregado - é o verdadeiro proprietário destes mágicos cartões. São cartões que flutuam nas mãos e bolsos de homens e mulheres que com suas cartolas exibem-se por este país afora. São pessoas que, como podemos perceber e ouvir, fazem mal uso da palavra na língua pátria, de maneira que nem mereceriam tal posição.
Pagamos sim, estamos pagando, e continuaremos à pagar as contas dos que trabalham para nós - os que nós empregamos. É verdade que eles não trabalham tão bem, como também é verdade que nós nunca soubemos escolher quem empregar; porém, é sempre bom estarmos cientes de que cada vez que nos dirigimos às urnas eleitoreiras, estamos, na verdade, oferecendo um cartão de crédito "faça o que quiser com ele", e também permitimos que se algum deles for descoberto, eles mesmos peçam para o "descuidado" demitir-se, assim, provarão que o demitido é um mal usuário do cartão-do-povo -"pessoal-do-ministro".
Talvez não precisemos nem citar os valores e princípios bíblico-cristãos neste caso. Talvez seja melhor "pouparmos" Deus de tamanha vergonha, para que Ele não "veja" que sua criação continua do mesmo jeito. O pior é que Deus já viu muito antes de nós tal atrocidade, e que, creio eu, Ele também, talvez, esteja pensando: "Bom, o dinheiro é de vocês, o ministro é de vocês, o máximo que eu posso fazer é observar até onde isso vai dar; mas uma coisa eu sei, quando eu descer para acertar as contas, não serei bondoso com os maldosos, não sei serei amável com os odiosos, não darei crédito aos desacreditados".
Francamente...
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