Palavra do leitor
- 23 de julho de 2011
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Crackolândia, os atentados na Noruega e a perda de sentido
A Gaveta
a gaveta
ensurdecida
ao verberar de mais
uma partícula a menos
fecho a gaveta
páginas enlouquecidas
ao veredicto de mais
uma certeza a mais
abro
palavras petrificadas
miríades de crendices
fecho
palavras resignadas
embalsamadas nas reminiscências
a vida se fecha
no porto das panacéias,
a morte se abre
na solidão da verdade.
Na última terça – feira, em 19 de Julho de 2011, alinhei-me aos discursos do pensador Paul Tillich sobre a perda de sentido.
Devo salientar, cheguei a essa redundante conclusão, após assistir o programa exibido pela Rede Globo sobre a trágica e mórbida trajetória de crianças e adolescentes submersos no uso de substancias entorpecente.
Nem houve a necessidade de esmiuçar tanto o assunto, em virtude de que me deparo com essa realidade ‘’crua e nua’’, aqui no centro da paulicéia desvairada, ou de São Paulo.
Mais especificamente, os subterrâneos da Crakolândia, ainda vista e interpretada pelos gestores da sociedade institucionalizada com intervenções paliativas. Pra não dizer ações anódinas e inócuas!
Lamentavelmente, dá-nos uma percepção de um embate com eminente desfecho de derrota. Por mais articulações oriundos de vários setores da sociedade, prosseguiremos a enfrentar um malefício endêmico, uma versão singular da peste bubônica do Séc. XXI.
Então, poderia verter uma pletora de culpados e responsáveis por correspondentes calamidades. Mesmo assim, ao vasculharmos esse funesto contexto de crianças desfiguradas, de autênticas caricaturas de uma perda de sentido, de reflexos de inter-relações humanas desestruturadas.
É bem verdade, as drogas se espraiam por todas as capilaridades socioeconômicas e culturais. Negar seria uma temeridade ou enfocar a apologia de ser uma desgraça que atinge, tão somente, os desafortunados. Tristemente, as drogas têm exercido uma espécie de caudilho ditatorial e assolado jovens, adolescentes, crianças, adultos e idosos.
Nessa linha de raciocínio, uns defendem, com unhas e dentes, a descriminalização imediata das drogas e para tanto se valem da tese dos direitos humanos e do princípio da liberdade de expressão com o fito de fazer valer os seus interesses e desideratos espúrios.
No entanto, nem sequer ou nunca estiveram nos mosaicos de zumbis, como presencio na Crakolândia. Parto dessas ponderações e como cristãos somos chamados a fim de sermos a Igreja visível de Cristo.
Noutro lado do mundo, numa considerada sociedade imbuída de ser um referencial aos direitos do cidadão, ou seja, a Noruega, acabamos surpreendidos por uma espécie de genocídio, com o contingente de mais de noventa um mortos, além de um atentado ocorrido na sua capital, na última sexta-feira.
Sem titubear, são situações, tanto a reportagem de crianças e adolescente vitimados pelas drogas quanto as vidas ceifadas abruptamente na Noruega, que nos afligem, ou, no mínimo, deveriam.
Mormente toda cacofonia do cotidiano, das exigências do fazer e fazer, ainda assim, não podemos deixar a peteca cair e olhar com lágrimas por tais acontecimentos.
Sei muito bem, ultimamente, a Igreja tem sido palco de imensuráveis críticas. Diga-se de passagem, execráveis e até munidas de um teor violento. Ora, ninguém aqui se pauta em discorrer metáforas, ou soerguer um evangelho subjetivista escorada numa visão idealista de Cristo que beira a mais patética fantasia.
Opostamente, convido-lhes a irmos ao Cristo voltado a caminhar a realidade concreta da existência humana, com a tenção de nos levar a vontade de Deus, com o foco de nos ajudar a discernirmos o mover da vida, ou seja, da Graça.
Faço tais e urgentes colocações, em função de que essa perda de sentido tem nos alcançado e provocado uma espécie de resignação, diante do vazio do presente século. Deveras, a Crakolândia tem sido o retrato cru e nu de uma geração estigmatizada pela perda de sentido, pela perda de noção de que há um tempo no porvir, de que há um tempo de libertação e criação.
Evidentemente, tornar-me-ia falacioso e um falastrão, caso incorresse na crença de que a Igreja alterará abissais anomalias gestadas por um estado de rejeição do homem no tocante a Deus.
Agora, embora com o fato inexorável de nossas delimitações, ainda assim, Cristo nos comissiona para aceitarmos o discipulado do serviço, da tolerância e do ouvir.
Eis aqui as espinhas dorsais de um evangelho, pelo qual as pessoas são vestidas de Cristo e acreditam na esperança de não nos conformarmos com os itinerários da humanidade, cada vez mais, eqüidistante de um recomeçar, num deplorável processo de vácuo espiritual e humano.
Por fim, a Igreja de Cristo, pessoas, eu e você, até que ponto verberamos e proporcionamos aos homens esse encontro de sentido, de destino e de motivo?
a gaveta
ensurdecida
ao verberar de mais
uma partícula a menos
fecho a gaveta
páginas enlouquecidas
ao veredicto de mais
uma certeza a mais
abro
palavras petrificadas
miríades de crendices
fecho
palavras resignadas
embalsamadas nas reminiscências
a vida se fecha
no porto das panacéias,
a morte se abre
na solidão da verdade.
Na última terça – feira, em 19 de Julho de 2011, alinhei-me aos discursos do pensador Paul Tillich sobre a perda de sentido.
Devo salientar, cheguei a essa redundante conclusão, após assistir o programa exibido pela Rede Globo sobre a trágica e mórbida trajetória de crianças e adolescentes submersos no uso de substancias entorpecente.
Nem houve a necessidade de esmiuçar tanto o assunto, em virtude de que me deparo com essa realidade ‘’crua e nua’’, aqui no centro da paulicéia desvairada, ou de São Paulo.
Mais especificamente, os subterrâneos da Crakolândia, ainda vista e interpretada pelos gestores da sociedade institucionalizada com intervenções paliativas. Pra não dizer ações anódinas e inócuas!
Lamentavelmente, dá-nos uma percepção de um embate com eminente desfecho de derrota. Por mais articulações oriundos de vários setores da sociedade, prosseguiremos a enfrentar um malefício endêmico, uma versão singular da peste bubônica do Séc. XXI.
Então, poderia verter uma pletora de culpados e responsáveis por correspondentes calamidades. Mesmo assim, ao vasculharmos esse funesto contexto de crianças desfiguradas, de autênticas caricaturas de uma perda de sentido, de reflexos de inter-relações humanas desestruturadas.
É bem verdade, as drogas se espraiam por todas as capilaridades socioeconômicas e culturais. Negar seria uma temeridade ou enfocar a apologia de ser uma desgraça que atinge, tão somente, os desafortunados. Tristemente, as drogas têm exercido uma espécie de caudilho ditatorial e assolado jovens, adolescentes, crianças, adultos e idosos.
Nessa linha de raciocínio, uns defendem, com unhas e dentes, a descriminalização imediata das drogas e para tanto se valem da tese dos direitos humanos e do princípio da liberdade de expressão com o fito de fazer valer os seus interesses e desideratos espúrios.
No entanto, nem sequer ou nunca estiveram nos mosaicos de zumbis, como presencio na Crakolândia. Parto dessas ponderações e como cristãos somos chamados a fim de sermos a Igreja visível de Cristo.
Noutro lado do mundo, numa considerada sociedade imbuída de ser um referencial aos direitos do cidadão, ou seja, a Noruega, acabamos surpreendidos por uma espécie de genocídio, com o contingente de mais de noventa um mortos, além de um atentado ocorrido na sua capital, na última sexta-feira.
Sem titubear, são situações, tanto a reportagem de crianças e adolescente vitimados pelas drogas quanto as vidas ceifadas abruptamente na Noruega, que nos afligem, ou, no mínimo, deveriam.
Mormente toda cacofonia do cotidiano, das exigências do fazer e fazer, ainda assim, não podemos deixar a peteca cair e olhar com lágrimas por tais acontecimentos.
Sei muito bem, ultimamente, a Igreja tem sido palco de imensuráveis críticas. Diga-se de passagem, execráveis e até munidas de um teor violento. Ora, ninguém aqui se pauta em discorrer metáforas, ou soerguer um evangelho subjetivista escorada numa visão idealista de Cristo que beira a mais patética fantasia.
Opostamente, convido-lhes a irmos ao Cristo voltado a caminhar a realidade concreta da existência humana, com a tenção de nos levar a vontade de Deus, com o foco de nos ajudar a discernirmos o mover da vida, ou seja, da Graça.
Faço tais e urgentes colocações, em função de que essa perda de sentido tem nos alcançado e provocado uma espécie de resignação, diante do vazio do presente século. Deveras, a Crakolândia tem sido o retrato cru e nu de uma geração estigmatizada pela perda de sentido, pela perda de noção de que há um tempo no porvir, de que há um tempo de libertação e criação.
Evidentemente, tornar-me-ia falacioso e um falastrão, caso incorresse na crença de que a Igreja alterará abissais anomalias gestadas por um estado de rejeição do homem no tocante a Deus.
Agora, embora com o fato inexorável de nossas delimitações, ainda assim, Cristo nos comissiona para aceitarmos o discipulado do serviço, da tolerância e do ouvir.
Eis aqui as espinhas dorsais de um evangelho, pelo qual as pessoas são vestidas de Cristo e acreditam na esperança de não nos conformarmos com os itinerários da humanidade, cada vez mais, eqüidistante de um recomeçar, num deplorável processo de vácuo espiritual e humano.
Por fim, a Igreja de Cristo, pessoas, eu e você, até que ponto verberamos e proporcionamos aos homens esse encontro de sentido, de destino e de motivo?
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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