Palavra do leitor
- 10 de junho de 2009
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Considerai o vosso passado...
"Quem poderia imaginar que um simples choppinho faria de mim um ladrão violento, outra vez?" Disparada assim, à queima-roupa esta é uma frase terrorista, e perversa, e irresponsável.
O profeta Ageu (520 a.C.) trouxe ao povo de Deus, a palavra de Deus, lembrando-lhes que a vida como escravos na Babilônia chegara ao fim. A ordem era construir o templo de novo, mas eles preferiram construir casas forradas, belas e confortáveis casas em vez de obedecerem. Mesmo com a promessa. Bastava-lhes obedecer; "obedecer é sempre a parte mais difícil do trato." (auto-plágio)
A promessa de então era a mesma que hoje nos é feita: volte-se para Deus, integralmente, e Deus abençoará a vida e a vida será de paz. Com aflições e desapontamentos, mas será vida com Deus. ( Andréa, crente em Jesus, tenta conviver com o desapontamento, força Andréa!).
Ageu 1: 7, diz: "Considerai o vosso passado..."
Da mesma forma que Israel, vendo-se livre do jugo babilônico, esqueceu-se de tão grande livramento, ao perceber-me livre do opróbrio – os irmãos já não me chamavam de ralé do céu, nem faziam piadinhas cruéis(eram cruéis) sobre eu furtar o galardão deles
Senti-me à vontade até para ignorar o milagre descrito na carta de Paulo aos colossenses 1: 12 - 14; 19 – 22. E passei então a referir-me ao meu passado, como guarda-costas de prostitutas e bandidos (cão de guarda), como algo impessoal, quase retórico.
Desesperadamente tentava desassociar-me da imagem de ex-um monte de lixo, a qualquer preço; custara-me muito tal estigma, oportunidades no trabalho; pessoas que alegremente quiseram ser minhas amigas se afastavam, até namorada foi pro sal.
O que antes era o cerne da pregação: a nova vida novinha em folha dera lugar a uma enxurrada de besteiras, e teatro barato e sermões desprovidos de vigor, de vida em Jesus. Atônito balbuciar de um crente caído.
Já não me agitava íntima e violentamente de regozijo ao ouvir ou ler Isaías 9: 2: “ O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz.”
Hoje identifico o ponto exato do início da derrocada, foi quando comecei a, prazerosamente queixar-me do excesso de trabalho na Obra; como é gostoso, pro ego, alardear aos quatro ventos que eu faço muito, demais, mais que os outros pra DEUS; deveria aprender com Pedro, mas não, quis minha própria e pessoal ruína; estúpido e egoísta até nas desgraças.
Atrevia-me a citar Marcos 6: 31, e me incluir: “... Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os iam e vinham, e não tinham tempo nem pra comer.” Absurda pretensão!
Citava até no sermão, o incansável homem de DEUS, diziam; a mais perfeita tradução de servo abnegado. “ Não sou de ferro.” (frase preferida de crente em pecado!).
Afinal “EU” vencera a mais cruel das guerras, a droga, o roubo, o prazer pela violência; tudo isso “EU” vencera com determinação e trabalho duro(!)
Da mesma forma Israel esquivou-se das ordens de DEUS: volte-se para o Senhor, mantenha-se no Senhor e trabalhe com o Senhor. Ageu 1: 2.
Eu não acordei numa bela manhã ensolarada – aliás, eu não gosto de belas manhãs ensolaradas, prenúncio de calor. – Eu não amanheci e gritei: “ Bençamãiê! To indo morar na rua e voltar a ser lixo!” Não, primeiro eu comecei não voltando pra casa. Trem sagrado. Primeiro eu comecei a não ir à escola dominical.
Primeiro deixei de freqüentar a casa de Dª Álmen Bonfatti, tardes crentes demais pro meu gosto.
Não comecei logo na largada a furtar garrafas de bebida na loja de conveniências(até hoje não sei como saía de lá com uma garrafa dentro das calças, e ninguém via!), primeiro eu comecei faltando ao trabalho.
Não fui direto ao primeiro boteco que apareceu, não, primeiro eu fui tomar vinho com belas não-crentes, depois, logo depois é que tive que esperar para lavar o chão e o banheiro imundo do botequim do “Véio Jair” por meia garrafa de cachaça e dois vales-transporte – e os companheiros de sina me tinham por bem-aventurado, já começava o dia calibrado.
Não encontrei prazer e segurança nas ruas, primeiro comecei a encontrar defeitos em casa e na igreja, nos irmãos; depois aprendi a contentar-me com o lixo bem embalado que satanás serve de madrugada.
Assim, não sem mais, não sem menos é que me encontrei roubando mendigos, seus trocados, e suas roupas.
Foi nisso que me tornei quando os fogos de artifício do inferno pareceram-me mais fascinantes que a Luz; tornei-me um como daqueles que por anos ajudei a sair das ruas. Transformei-me naquilo pelo qual orei para que não existissem mais, homens sem vida nem amor, nem esperança.
Voltei a olhar pro chão como fazem os perdedores, e assim foi, até que do céu DEUS olhou e disse: CHEGA! É! DEUS engrossou a fala pro meu lado. Mas antes Ele fez brotar no coração do pastor Wildo a sementinha da Missão Vida, e mandou o pastor Arnaldo pra amar gente da minha laia, pois sem aquele, eu não seria nada.
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos da Missão Vida)
O profeta Ageu (520 a.C.) trouxe ao povo de Deus, a palavra de Deus, lembrando-lhes que a vida como escravos na Babilônia chegara ao fim. A ordem era construir o templo de novo, mas eles preferiram construir casas forradas, belas e confortáveis casas em vez de obedecerem. Mesmo com a promessa. Bastava-lhes obedecer; "obedecer é sempre a parte mais difícil do trato." (auto-plágio)
A promessa de então era a mesma que hoje nos é feita: volte-se para Deus, integralmente, e Deus abençoará a vida e a vida será de paz. Com aflições e desapontamentos, mas será vida com Deus. ( Andréa, crente em Jesus, tenta conviver com o desapontamento, força Andréa!).
Ageu 1: 7, diz: "Considerai o vosso passado..."
Da mesma forma que Israel, vendo-se livre do jugo babilônico, esqueceu-se de tão grande livramento, ao perceber-me livre do opróbrio – os irmãos já não me chamavam de ralé do céu, nem faziam piadinhas cruéis(eram cruéis) sobre eu furtar o galardão deles
Senti-me à vontade até para ignorar o milagre descrito na carta de Paulo aos colossenses 1: 12 - 14; 19 – 22. E passei então a referir-me ao meu passado, como guarda-costas de prostitutas e bandidos (cão de guarda), como algo impessoal, quase retórico.
Desesperadamente tentava desassociar-me da imagem de ex-um monte de lixo, a qualquer preço; custara-me muito tal estigma, oportunidades no trabalho; pessoas que alegremente quiseram ser minhas amigas se afastavam, até namorada foi pro sal.
O que antes era o cerne da pregação: a nova vida novinha em folha dera lugar a uma enxurrada de besteiras, e teatro barato e sermões desprovidos de vigor, de vida em Jesus. Atônito balbuciar de um crente caído.
Já não me agitava íntima e violentamente de regozijo ao ouvir ou ler Isaías 9: 2: “ O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz.”
Hoje identifico o ponto exato do início da derrocada, foi quando comecei a, prazerosamente queixar-me do excesso de trabalho na Obra; como é gostoso, pro ego, alardear aos quatro ventos que eu faço muito, demais, mais que os outros pra DEUS; deveria aprender com Pedro, mas não, quis minha própria e pessoal ruína; estúpido e egoísta até nas desgraças.
Atrevia-me a citar Marcos 6: 31, e me incluir: “... Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os iam e vinham, e não tinham tempo nem pra comer.” Absurda pretensão!
Citava até no sermão, o incansável homem de DEUS, diziam; a mais perfeita tradução de servo abnegado. “ Não sou de ferro.” (frase preferida de crente em pecado!).
Afinal “EU” vencera a mais cruel das guerras, a droga, o roubo, o prazer pela violência; tudo isso “EU” vencera com determinação e trabalho duro(!)
Da mesma forma Israel esquivou-se das ordens de DEUS: volte-se para o Senhor, mantenha-se no Senhor e trabalhe com o Senhor. Ageu 1: 2.
Eu não acordei numa bela manhã ensolarada – aliás, eu não gosto de belas manhãs ensolaradas, prenúncio de calor. – Eu não amanheci e gritei: “ Bençamãiê! To indo morar na rua e voltar a ser lixo!” Não, primeiro eu comecei não voltando pra casa. Trem sagrado. Primeiro eu comecei a não ir à escola dominical.
Primeiro deixei de freqüentar a casa de Dª Álmen Bonfatti, tardes crentes demais pro meu gosto.
Não comecei logo na largada a furtar garrafas de bebida na loja de conveniências(até hoje não sei como saía de lá com uma garrafa dentro das calças, e ninguém via!), primeiro eu comecei faltando ao trabalho.
Não fui direto ao primeiro boteco que apareceu, não, primeiro eu fui tomar vinho com belas não-crentes, depois, logo depois é que tive que esperar para lavar o chão e o banheiro imundo do botequim do “Véio Jair” por meia garrafa de cachaça e dois vales-transporte – e os companheiros de sina me tinham por bem-aventurado, já começava o dia calibrado.
Não encontrei prazer e segurança nas ruas, primeiro comecei a encontrar defeitos em casa e na igreja, nos irmãos; depois aprendi a contentar-me com o lixo bem embalado que satanás serve de madrugada.
Assim, não sem mais, não sem menos é que me encontrei roubando mendigos, seus trocados, e suas roupas.
Foi nisso que me tornei quando os fogos de artifício do inferno pareceram-me mais fascinantes que a Luz; tornei-me um como daqueles que por anos ajudei a sair das ruas. Transformei-me naquilo pelo qual orei para que não existissem mais, homens sem vida nem amor, nem esperança.
Voltei a olhar pro chão como fazem os perdedores, e assim foi, até que do céu DEUS olhou e disse: CHEGA! É! DEUS engrossou a fala pro meu lado. Mas antes Ele fez brotar no coração do pastor Wildo a sementinha da Missão Vida, e mandou o pastor Arnaldo pra amar gente da minha laia, pois sem aquele, eu não seria nada.
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos da Missão Vida)
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