Palavra do leitor
- 28 de maio de 2009
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Conheceria Deus o futuro? (parte 3)
Esse assunto é de extrema importância, pois:
1) A sociedade brasileira mais do que outras tende a acreditar demais no destino;
2) A crescente influência calvinista reforça a crença na (pré)-destinação;
3) Esses dois elementos culturais unidos paralisam o povo evangélico brasileiro impedindo-o de ser o agente modificador de sua própria história e da sociedade na qual está inserido (assista o vídeo: Entrevista Ariovaldo Ramos - Tema: Crise Ambiental*).
Lembro-me de conversar certa vez com uma garota evangélica que afirmava que Deus já sabia tudo o que aconteceria em sua vida, inclusive com quem ela iria se casar. Será que Deus já sabe mesmo com quem as pessoas irão se casar?
Se pensarmos em um Deus todo poderoso e sem limites, mais parecido com um computador ou com uma força fria e impessoal capaz de calcular todos os acontecimentos, intervindo como bem lhe aprouvesse, para garantir que sua vontade sempre prevalecesse, diríamos, então, que esse deus, de fato, conhece todo futuro, de forma absoluta e plena.
Em contrapartida teríamos que dizer que ele nunca amou ou ama o ser humano que criou, pois lhe tolhe um dos dons mais precioso que Ele mesmo nos outorga, a liberdade. Nosso Deus, porém, é um Deus de liberdade.
“Onde está o Espírito de Deus aí há liberdade!”
Se você partir do ponto que os atributos primordiais de Deus são onipotência, onipresença e onisciência você jamais chegará ao Deus revelado por Jesus. Pois Jesus, nos revelando Deus, esvaziou-se desses três atributos, não deixando, porém nunca de ser pessoal e amoroso (leia o artigo Teologia Relacional – Que bicho é esse?**).
Definamos então Deus como “a pessoa” que criou tudo o que é visível e invisível e que essa pessoa é infinitamente amorosa, ao ponto de ela mesma ser “o amor” absoluto, entender isso faz-se primordialmente essencial para entendermos a relação dEle com o nosso futuro.
"Livre-arbítrio versus predestinação!"
É comum em teologia fazermos a oposição entre as crenças do livre-arbítrio e a da pré-destinação. Interessante é que ambos os termos são exageros etimológicos. Primeiro, porque toda destinação só pode ser “pré”: Não há como darmos um destino para algo a não ser de antemão. Segundo, porque todo arbítrio é livre: Se não for livre não é arbítrio, não é escolha, é imposição.
Se reduzirmos esse antigo embate teológico aos termos “destinação” e “escolha”, veremos que no fundo ele se resume a uma só palavra: “vontade”. Vontade tem, no seu sentido ativo, tudo a ver com futuro: a vontade só pode ser voltada para o futuro: Você não teria vontade de ter ou ser algo que você realmente já é ou tem! A questão então é:
Como se relaciona a vontade divina com a vontade do ser humano? Como você e Deus encaram e determinam o futuro?
Para um debate livre de sofismas, o correto logicamente seria ficarmos, primeiramente, em um mesmo patamar de tempo (passado, presente ou futuro) e também em um mesmo patamar de ação (escolha ou determinação).
Brincando com as palavras diríamos que (pré)-arbítrio é sinônimo de livre-destinação, ainda que toda escolha também seja sempre “pré”, a destinação, essa sim, pode ser livre ou não.
Lembre-se que estamos falando aqui da vontade de duas pessoas, sendo que uma delas é perfeitamente amor, e não deve ser confundida com a vontade tirânica de um deus impessoal!
Esse é o real problema, o verdadeiro conflito:
E quando a vontade do homem e a de Deus estão em choque!?
Poderíamos para entendermos melhor essa temática passarmos por alguns textos bíblicos. Isso é o que faremos futuramente, se Deus não tiver planejado algo diferente...
* http://www.youtube.com/watch?v=ByGaAQkJIfI
** http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=61&sg=0&id=1417
http://teologia-livre.blogspot.com
1) A sociedade brasileira mais do que outras tende a acreditar demais no destino;
2) A crescente influência calvinista reforça a crença na (pré)-destinação;
3) Esses dois elementos culturais unidos paralisam o povo evangélico brasileiro impedindo-o de ser o agente modificador de sua própria história e da sociedade na qual está inserido (assista o vídeo: Entrevista Ariovaldo Ramos - Tema: Crise Ambiental*).
Lembro-me de conversar certa vez com uma garota evangélica que afirmava que Deus já sabia tudo o que aconteceria em sua vida, inclusive com quem ela iria se casar. Será que Deus já sabe mesmo com quem as pessoas irão se casar?
Se pensarmos em um Deus todo poderoso e sem limites, mais parecido com um computador ou com uma força fria e impessoal capaz de calcular todos os acontecimentos, intervindo como bem lhe aprouvesse, para garantir que sua vontade sempre prevalecesse, diríamos, então, que esse deus, de fato, conhece todo futuro, de forma absoluta e plena.
Em contrapartida teríamos que dizer que ele nunca amou ou ama o ser humano que criou, pois lhe tolhe um dos dons mais precioso que Ele mesmo nos outorga, a liberdade. Nosso Deus, porém, é um Deus de liberdade.
“Onde está o Espírito de Deus aí há liberdade!”
Se você partir do ponto que os atributos primordiais de Deus são onipotência, onipresença e onisciência você jamais chegará ao Deus revelado por Jesus. Pois Jesus, nos revelando Deus, esvaziou-se desses três atributos, não deixando, porém nunca de ser pessoal e amoroso (leia o artigo Teologia Relacional – Que bicho é esse?**).
Definamos então Deus como “a pessoa” que criou tudo o que é visível e invisível e que essa pessoa é infinitamente amorosa, ao ponto de ela mesma ser “o amor” absoluto, entender isso faz-se primordialmente essencial para entendermos a relação dEle com o nosso futuro.
"Livre-arbítrio versus predestinação!"
É comum em teologia fazermos a oposição entre as crenças do livre-arbítrio e a da pré-destinação. Interessante é que ambos os termos são exageros etimológicos. Primeiro, porque toda destinação só pode ser “pré”: Não há como darmos um destino para algo a não ser de antemão. Segundo, porque todo arbítrio é livre: Se não for livre não é arbítrio, não é escolha, é imposição.
Se reduzirmos esse antigo embate teológico aos termos “destinação” e “escolha”, veremos que no fundo ele se resume a uma só palavra: “vontade”. Vontade tem, no seu sentido ativo, tudo a ver com futuro: a vontade só pode ser voltada para o futuro: Você não teria vontade de ter ou ser algo que você realmente já é ou tem! A questão então é:
Como se relaciona a vontade divina com a vontade do ser humano? Como você e Deus encaram e determinam o futuro?
Para um debate livre de sofismas, o correto logicamente seria ficarmos, primeiramente, em um mesmo patamar de tempo (passado, presente ou futuro) e também em um mesmo patamar de ação (escolha ou determinação).
Brincando com as palavras diríamos que (pré)-arbítrio é sinônimo de livre-destinação, ainda que toda escolha também seja sempre “pré”, a destinação, essa sim, pode ser livre ou não.
Lembre-se que estamos falando aqui da vontade de duas pessoas, sendo que uma delas é perfeitamente amor, e não deve ser confundida com a vontade tirânica de um deus impessoal!
Esse é o real problema, o verdadeiro conflito:
E quando a vontade do homem e a de Deus estão em choque!?
Poderíamos para entendermos melhor essa temática passarmos por alguns textos bíblicos. Isso é o que faremos futuramente, se Deus não tiver planejado algo diferente...
* http://www.youtube.com/watch?v=ByGaAQkJIfI
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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