Palavra do leitor
- 26 de janeiro de 2011
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Confissão ou psicanálise: reconhecer ou justificar?
As vinte e quatro horas do dia 22 de Janeiro de 2011, o silêncio e o soturno de mais uma madrugada constituíam – se nas mais leias das testemunhas. Ali, encontrava–me, envolto e absorto aos desígnios sobre os rumos tomados pela tão aclamada e afamada sociedade pós – moderna, ou neo – moderna, ou hipermoderna. Seja qual a nomenclatura mais apropriada, chego a uma irredutível conclusão de estarmos diante de uma realidade despedaçada. Muito embora tenhamos a disposição uma infinidade de benefícios proporcionados pela nominada tecnologia digital e suas variantes.
Ainda assim, no âmago do cotidiano, surge aquela instigante e pulsátil inquirição sobre "qual a serventia de tudo isso?"... Digo, sem nenhum nostalgismo piegas, o quanto carecemos de redefinirmos os nossos papeis como seres humanos, neste oikos. Infelizmente, conforme havia descrito no texto "Ruptura Pós – Moderna", nos tornamos, cada vez mais, subjugados pela tríade articulada por uma ética subjetivista hedonista, individualista e utilitária. Por conseqüência, o viver e existir parece coadjuvante em prol de uma realidade alinhada a um jogo de interesses narcisistas e transitórios, pelo qual pouco ou nada, fora desse caudilho ditatorial regido por uma espécie congênita do tempo – presente, pode ser considerado de relevante. Em outras palavras, visualizamos a norma capital de uma felicidade pronta, momentânea, adquirida e descartada, cujas pessoas são vistas e concebidas como objetos, peças dentro de uma engrenagem de incluídos e excluídos.
Nessa esteira pontuo a obra, do escritor J.B Torelló (1967), ‘’Confissão ou Psicanálise’’ e, guardadas as devidas condições, adaptei para ‘’Confissão ou Psicanálise: reconhecer ou justificar’’. Deve ser dito, indo a anatomia da presente obra, conseguimos extrair um desdobrar de referenciais sobre a trajetória dos homens em permanecerem na panacéia da justificação. A grosso modo, o autor nos remete a decisão adotada por muitos no que toca a evitarem enfrentar, sem os pesos da culpa e condenação, todas as situações acarretadoras dos erros, das falhas, dos equívocos...
Diametralmente oposto, há uma linha direcionada a adequar posturas, procedimentos e comportamentos, mormente degradantes e repulsivos, muito bem presente na Psicanálise Freudiana. De certo, ater – me – ei a convidá – los a uma séria e sincera elucubração aportada na Epístola de Thiago 05.16. Neste texto, somos levados a raiz da comunhão espiritual e de um resgate da dignidade do ser. Sem titubear, o preconizado ensaio de efeitos práticos na existência humana nos apresenta o quão salutar representa participarmos e sermos partícipes da comunhão, dessa interação comunitária sob a égide de Cristo (em que podemos ser pecadores diante de Deus e isto de maneira nenhuma simboliza um discurso apologético em prol de um Cristianismo meia – boca, ou faz de conta, ou pauperizado). Vou adiante, um Cristianismo formado por um amontoado de anônimos (pessoas freqüentadoras de cultos, consumidoras inveteradas de sermões, de um evangelho de auto – ajuda, de um evangelho adaptado aos ditames de um sistema mercadológico de bênçãos e outras anomalias proliferadas por ai). Faço menção de um evangelho sem confissão, sem recomeço, sem interdependência e sem a singeleza da Graça. Por causa disso, retornamos as colocações de J.B Torelló e encontraremos a conotação e definição da comunhão, como o caminho destinado a efeito de reconhecermos as nossas falhas e redirecionarmos as decisões. Nessa linha de raciocínio, a confissão vem entranhada na comunhão espiritual voltada a nos levar a irrupção a fim de sermos levados em direção a Cruz, ou seja, a mortificação de todo o estado de predominância de uma natureza egoísta, de uma utopia de creditar na felicidade atada ao transitório. Observa – se também, então, a irrupção em direção a Cruz, o quanto nos leva ao passado perdoado, conforme podemos atestar em II Coríntios 05.17.
Afinal de contas, ninguém nasce pronto para a eternidade. Eis a fundamentação sólida da confissão comunitária do dialogar, do ouvir, do tolerar e do servir, conforme podemos atentar no texto de Provérbios 28.13. Além do mais, a confissão causa a irrupção em direção a uma certeza incólume, a uma verdade inquestionável e a abertura para o futuro de Deus, dessa nova ordem de paz, de justiça e de alegria. Quantos de nós, quiçá, não nos valemos dessas palavras: - Eu somente me confesso para Deus! No entanto, de regra, quem incorre em tais condutas, acaba por se auto – absolver. Noutro lado, a comunhão da confissão espiritual, além de nos ajudar a reconhecer dimensões da nossa existência carecedoras de Cristo, despedaça as vidraças das ilusões de uma fé enclausurada no eu solitário e isolado do nós. Parafraseando CHESTERTON, G.K, São Tomás de Aquino, São Paulo: LTr. 2003, em sua frase – ‘’Ser, eis a resposta’’, para ‘’Confissão do reconhecimento, eis a resposta’’. Portanto, pessoas dispostas a serem humanas, espirituais, afetuosas e companheiras da vida.
Ainda assim, no âmago do cotidiano, surge aquela instigante e pulsátil inquirição sobre "qual a serventia de tudo isso?"... Digo, sem nenhum nostalgismo piegas, o quanto carecemos de redefinirmos os nossos papeis como seres humanos, neste oikos. Infelizmente, conforme havia descrito no texto "Ruptura Pós – Moderna", nos tornamos, cada vez mais, subjugados pela tríade articulada por uma ética subjetivista hedonista, individualista e utilitária. Por conseqüência, o viver e existir parece coadjuvante em prol de uma realidade alinhada a um jogo de interesses narcisistas e transitórios, pelo qual pouco ou nada, fora desse caudilho ditatorial regido por uma espécie congênita do tempo – presente, pode ser considerado de relevante. Em outras palavras, visualizamos a norma capital de uma felicidade pronta, momentânea, adquirida e descartada, cujas pessoas são vistas e concebidas como objetos, peças dentro de uma engrenagem de incluídos e excluídos.
Nessa esteira pontuo a obra, do escritor J.B Torelló (1967), ‘’Confissão ou Psicanálise’’ e, guardadas as devidas condições, adaptei para ‘’Confissão ou Psicanálise: reconhecer ou justificar’’. Deve ser dito, indo a anatomia da presente obra, conseguimos extrair um desdobrar de referenciais sobre a trajetória dos homens em permanecerem na panacéia da justificação. A grosso modo, o autor nos remete a decisão adotada por muitos no que toca a evitarem enfrentar, sem os pesos da culpa e condenação, todas as situações acarretadoras dos erros, das falhas, dos equívocos...
Diametralmente oposto, há uma linha direcionada a adequar posturas, procedimentos e comportamentos, mormente degradantes e repulsivos, muito bem presente na Psicanálise Freudiana. De certo, ater – me – ei a convidá – los a uma séria e sincera elucubração aportada na Epístola de Thiago 05.16. Neste texto, somos levados a raiz da comunhão espiritual e de um resgate da dignidade do ser. Sem titubear, o preconizado ensaio de efeitos práticos na existência humana nos apresenta o quão salutar representa participarmos e sermos partícipes da comunhão, dessa interação comunitária sob a égide de Cristo (em que podemos ser pecadores diante de Deus e isto de maneira nenhuma simboliza um discurso apologético em prol de um Cristianismo meia – boca, ou faz de conta, ou pauperizado). Vou adiante, um Cristianismo formado por um amontoado de anônimos (pessoas freqüentadoras de cultos, consumidoras inveteradas de sermões, de um evangelho de auto – ajuda, de um evangelho adaptado aos ditames de um sistema mercadológico de bênçãos e outras anomalias proliferadas por ai). Faço menção de um evangelho sem confissão, sem recomeço, sem interdependência e sem a singeleza da Graça. Por causa disso, retornamos as colocações de J.B Torelló e encontraremos a conotação e definição da comunhão, como o caminho destinado a efeito de reconhecermos as nossas falhas e redirecionarmos as decisões. Nessa linha de raciocínio, a confissão vem entranhada na comunhão espiritual voltada a nos levar a irrupção a fim de sermos levados em direção a Cruz, ou seja, a mortificação de todo o estado de predominância de uma natureza egoísta, de uma utopia de creditar na felicidade atada ao transitório. Observa – se também, então, a irrupção em direção a Cruz, o quanto nos leva ao passado perdoado, conforme podemos atestar em II Coríntios 05.17.
Afinal de contas, ninguém nasce pronto para a eternidade. Eis a fundamentação sólida da confissão comunitária do dialogar, do ouvir, do tolerar e do servir, conforme podemos atentar no texto de Provérbios 28.13. Além do mais, a confissão causa a irrupção em direção a uma certeza incólume, a uma verdade inquestionável e a abertura para o futuro de Deus, dessa nova ordem de paz, de justiça e de alegria. Quantos de nós, quiçá, não nos valemos dessas palavras: - Eu somente me confesso para Deus! No entanto, de regra, quem incorre em tais condutas, acaba por se auto – absolver. Noutro lado, a comunhão da confissão espiritual, além de nos ajudar a reconhecer dimensões da nossa existência carecedoras de Cristo, despedaça as vidraças das ilusões de uma fé enclausurada no eu solitário e isolado do nós. Parafraseando CHESTERTON, G.K, São Tomás de Aquino, São Paulo: LTr. 2003, em sua frase – ‘’Ser, eis a resposta’’, para ‘’Confissão do reconhecimento, eis a resposta’’. Portanto, pessoas dispostas a serem humanas, espirituais, afetuosas e companheiras da vida.
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