Palavra do leitor
- 03 de julho de 2007
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Confiança é bom, controle é melhor
Quem controla afinal as igrejas evangélicas? Deveria haver um controle sobre pastores? Essa reflexão faz-se necessária, especialmente hoje, quando tantas vozes se levantam clamando por ordem no ambiente evangélico. Ela é biblicamente relevante, pois o próprio Jesus como mestre teve intensas confrontações contra as estruturas, crenças e práticas espirituais da sociedade judaica de sua época, sem mencionar o ministério dos profetas, no Antigo Testamento. Assim a resposta simplista de que Deus tem tudo sob controle não satisfaz e é só escapismo.
Tive a infeliz experiência de participar de uma igreja em que todo mês se prometia publicar um relatório das finanças, coisa que nunca aconteceu. Tudo fica meio obscuro e abusos acontecem. Absurdos são denunciados via internet, púlpito, rádios ou jornais. Denúncia é o que não falta, são tantas, que muitos se sentem perdidos em meio a tanto fogo cruzado.
Auditoria é uma prática corriqueira no meio empresarial, assim como os certificados de controle de qualidade, pois por trás das normas estabelecidas e desejadas existem entidades com credibilidade para zelar por elas. Por que as igrejas que se dão a tantas teorias de marketing e estratégias empresariais, também não adotam este tipo de coisa? ISO 7000 para doutrina, ética, culto, processos administrativos, contábeis e etc.!O dilema não é simples e todos sabem do grande perigo que existe nisto tudo, que é o legalismo e o abuso de autoridade. Não é à toa que na igreja católica a Congregação para a Doutrina da Fé, conhecida como Santo Ofício da Inquisição, não é vista com bons olhos por muita gente.
Se a coisa não funciona em nível institucional talvez ela se dê no âmbito privado. Creio que foi Charles Swindoll, escritor e reitor americano, quem lançou a idéia de prestação de contas entre líderes evangélicos para que se diminuam os tantos escândalos. A idéia é ter uma vida transparente, onde um cristão prestaria contas de sua vida privada a outro cristão de confiança – uma espécie de mentor. Mas a pergunta é: Para quem prestam contas os mentores dos mentores que estão no final dessa corrente, no topo da pirâmide?
Além disso, ninguém gosta de ser tratado como criança, de receber puxões de orelha. Pois sempre tem aquelas pessoas que gostam de exercer o papel do “paizão” que “zela” pelo filhinho menos experiente e usam da situação para se colocarem por cima, desconhecendo a passagem que diz “nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2:3).
Considerar o outro superior, na prática, é considerar-se inferior ao outro mesmo. Isso foi o que Jesus fez quando lavou os pés dos discípulos. Não existe ilustração melhor. E por que o Cristo fez isto? Porque seus discípulos tinham os pés sujos!
Seria o controle realmente melhor que uma confiança ingênua? Parece que sim. “O amor tudo confia” (1 Cor 13:7) é verdade, mas nada impede que regularmente tiremos as poeiras uns dos pés dos outros. Como costuma dizer o alemão: confiança é boa, mas controle é melhor.
Tive a infeliz experiência de participar de uma igreja em que todo mês se prometia publicar um relatório das finanças, coisa que nunca aconteceu. Tudo fica meio obscuro e abusos acontecem. Absurdos são denunciados via internet, púlpito, rádios ou jornais. Denúncia é o que não falta, são tantas, que muitos se sentem perdidos em meio a tanto fogo cruzado.
Auditoria é uma prática corriqueira no meio empresarial, assim como os certificados de controle de qualidade, pois por trás das normas estabelecidas e desejadas existem entidades com credibilidade para zelar por elas. Por que as igrejas que se dão a tantas teorias de marketing e estratégias empresariais, também não adotam este tipo de coisa? ISO 7000 para doutrina, ética, culto, processos administrativos, contábeis e etc.!O dilema não é simples e todos sabem do grande perigo que existe nisto tudo, que é o legalismo e o abuso de autoridade. Não é à toa que na igreja católica a Congregação para a Doutrina da Fé, conhecida como Santo Ofício da Inquisição, não é vista com bons olhos por muita gente.
Se a coisa não funciona em nível institucional talvez ela se dê no âmbito privado. Creio que foi Charles Swindoll, escritor e reitor americano, quem lançou a idéia de prestação de contas entre líderes evangélicos para que se diminuam os tantos escândalos. A idéia é ter uma vida transparente, onde um cristão prestaria contas de sua vida privada a outro cristão de confiança – uma espécie de mentor. Mas a pergunta é: Para quem prestam contas os mentores dos mentores que estão no final dessa corrente, no topo da pirâmide?
Além disso, ninguém gosta de ser tratado como criança, de receber puxões de orelha. Pois sempre tem aquelas pessoas que gostam de exercer o papel do “paizão” que “zela” pelo filhinho menos experiente e usam da situação para se colocarem por cima, desconhecendo a passagem que diz “nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2:3).
Considerar o outro superior, na prática, é considerar-se inferior ao outro mesmo. Isso foi o que Jesus fez quando lavou os pés dos discípulos. Não existe ilustração melhor. E por que o Cristo fez isto? Porque seus discípulos tinham os pés sujos!
Seria o controle realmente melhor que uma confiança ingênua? Parece que sim. “O amor tudo confia” (1 Cor 13:7) é verdade, mas nada impede que regularmente tiremos as poeiras uns dos pés dos outros. Como costuma dizer o alemão: confiança é boa, mas controle é melhor.
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