Palavra do leitor
- 25 de janeiro de 2018
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Condenar um ex-presidente pode não ser fácil
Al Capone, mafioso culpado por vários crimes graves foi pego pela justiça por sonegação de imposto. E foi condenado. Nem sempre a condenação de um criminoso é tarefa fácil e dentro da lógica matemática de um sistema cartesiano.
A famosa sabedoria salomônica é ilustrada nas páginas sagradas por uma ordem pitoresca de se cortar uma criança ao meio. A reação imediata da mãe verdadeira, que prefere perder a criança a vê-la morta, serve como evidência indubitável para o sábio Rei dar o seu veredito no caso.
E na vida é inúmeras vezes assim mesmo. Somamos A + B e chegamos a um resultado. Tiramos conclusões, partimos de fatos e formamos nossas suposições. Às vezes até mesmo damos também o nosso veredito e julgamos fatos e pessoas no tribunal de nossa consciência. Não poucas vezes o réu somos nós mesmos… E mesmo assim não nos furtamos em baixar a sentença condenatória.
O exercício do juízo não é algo banal. E não poucas vezes o tiro pode sair pela culatra. Podemos ser severos demais e condenarmos de forma injusta. Podemos esquecer da misericórdia. Podemos tratar uma vítima como criminoso. O mundo é complexo, a realidade às vezes ilusória e vida revela sua dureza a cada dia. Por isso a ordem bíblica, não julgueis!
Nada isso todavia nos isenta de nossas obrigações morais e cívicas. Por quê? Porque a ética fornece uma das bases para o bom convívio humano. Se a negligenciarmos a falência desse convívio, dos relacionamentos, será iminente.
Necessitamos de ética e além disso necessitamos de civilidade de leis que rejam os relacionamentos que premeie o bem, que punam o mal, que protejam os mais fracos, enfim que promovam a justiça.
Como seres humanos, imperfeitos, falhos, estaremos limitados às nossas imperfeições e erros. Não existe perfeição absoluta nas obras humanas e no direito também será assim. Mas existem limites de tolerância para tais falhas. Por isso a ética é reflexiva e se auto-avalia.
O apóstolo Paulo formulou certa feita dessa maneira: Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. É muito difícil para um ser humano enxergar suas próprias falhas, e pior, nos cercamos de conselheiros que tendem a ser coniventes com elas. Paulo apela para a última instância, quem me julga é Jesus. Ele tem condições plenas de analisar meu caso. Ele não me acusará. Mas se houver algo a ser corrigido, ou até mesmo digno de punição, poderei confiar em sua incomensurável graça e misericórdia.
Nem sempre Deus, elimina a pena ou as consequências do pecado em nosso viver. O salário do pecado é a morte (física e espiritual). Jesus permite que os cristãos sofram a morte física, mas já garantiu-lhes a vida espiritual eterna e a ressurreição do corpo físico. Ele pessoalmente sofreu a pena por nós, como disse Isaias, "por suas pisaduras nós fomos sarados" e "o castigo que nos trás a paz estava sobre ele".
Todavia, toda essas maravilhosas promessas espirituais e até mesmo físicas, não são uma desculpa para uma vida desregrada e devassa, nem no campo individual, nem muito menos no social. Os exemplos clássicos e radicais dos Evangelhos onde misericórdia triunfa sobre o juízo, não deve anular aqueles outros exemplos onde o juízo veio – trazendo assim as suas benesses.
Deus exerce juízo. Ele confere a seres humanos, criado à sua imagem e semelhança, também essa faculdade. Não é pecado julgar! Jesus mesmo perguntou, "E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo? (Lc 12:57). E Paulo também questionou ousadamente, "não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" (1Co 6:2-3)
No caso do ex-presidente Lula específicamente é óbvio que o crime ocorreu. Foi confirmado por várias testemunhas. Certamente o culpado não é o único vilão na história tão malograda do Brasil, outros deveriam e devem ser também punidos. Na cadeia eles teriam a chance, de como muitos, repensar em suas próprias ações. O seu caso será exemplar e histórico. Talvez isso iniba tais práticas no futuro. No caso, ele foi pego por um crime menor, certamente cometeu crimes maiores e piores e deveria pagar por todos, para que essa angústia que pesa sobre a sociedade brasileira encontrasse seu fim. E isso é o que provavelmente ocorrerá.
Não que com isso queira dizer que aqui teremos um típico bode expiatório. Não, porque os bodes expiatórios são inocentes. Teríamos somente o correto e necessário exercício da justiça. O exorcismo do demônio da impunidade que atormenta o povo brasileiro.
É assim que vejo esse triste episódio da história brasileira. E graças a Deus que o juízo final pertence somente a Ele.
…está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos
A famosa sabedoria salomônica é ilustrada nas páginas sagradas por uma ordem pitoresca de se cortar uma criança ao meio. A reação imediata da mãe verdadeira, que prefere perder a criança a vê-la morta, serve como evidência indubitável para o sábio Rei dar o seu veredito no caso.
E na vida é inúmeras vezes assim mesmo. Somamos A + B e chegamos a um resultado. Tiramos conclusões, partimos de fatos e formamos nossas suposições. Às vezes até mesmo damos também o nosso veredito e julgamos fatos e pessoas no tribunal de nossa consciência. Não poucas vezes o réu somos nós mesmos… E mesmo assim não nos furtamos em baixar a sentença condenatória.
O exercício do juízo não é algo banal. E não poucas vezes o tiro pode sair pela culatra. Podemos ser severos demais e condenarmos de forma injusta. Podemos esquecer da misericórdia. Podemos tratar uma vítima como criminoso. O mundo é complexo, a realidade às vezes ilusória e vida revela sua dureza a cada dia. Por isso a ordem bíblica, não julgueis!
Nada isso todavia nos isenta de nossas obrigações morais e cívicas. Por quê? Porque a ética fornece uma das bases para o bom convívio humano. Se a negligenciarmos a falência desse convívio, dos relacionamentos, será iminente.
Necessitamos de ética e além disso necessitamos de civilidade de leis que rejam os relacionamentos que premeie o bem, que punam o mal, que protejam os mais fracos, enfim que promovam a justiça.
Como seres humanos, imperfeitos, falhos, estaremos limitados às nossas imperfeições e erros. Não existe perfeição absoluta nas obras humanas e no direito também será assim. Mas existem limites de tolerância para tais falhas. Por isso a ética é reflexiva e se auto-avalia.
O apóstolo Paulo formulou certa feita dessa maneira: Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. É muito difícil para um ser humano enxergar suas próprias falhas, e pior, nos cercamos de conselheiros que tendem a ser coniventes com elas. Paulo apela para a última instância, quem me julga é Jesus. Ele tem condições plenas de analisar meu caso. Ele não me acusará. Mas se houver algo a ser corrigido, ou até mesmo digno de punição, poderei confiar em sua incomensurável graça e misericórdia.
Nem sempre Deus, elimina a pena ou as consequências do pecado em nosso viver. O salário do pecado é a morte (física e espiritual). Jesus permite que os cristãos sofram a morte física, mas já garantiu-lhes a vida espiritual eterna e a ressurreição do corpo físico. Ele pessoalmente sofreu a pena por nós, como disse Isaias, "por suas pisaduras nós fomos sarados" e "o castigo que nos trás a paz estava sobre ele".
Todavia, toda essas maravilhosas promessas espirituais e até mesmo físicas, não são uma desculpa para uma vida desregrada e devassa, nem no campo individual, nem muito menos no social. Os exemplos clássicos e radicais dos Evangelhos onde misericórdia triunfa sobre o juízo, não deve anular aqueles outros exemplos onde o juízo veio – trazendo assim as suas benesses.
Deus exerce juízo. Ele confere a seres humanos, criado à sua imagem e semelhança, também essa faculdade. Não é pecado julgar! Jesus mesmo perguntou, "E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo? (Lc 12:57). E Paulo também questionou ousadamente, "não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" (1Co 6:2-3)
No caso do ex-presidente Lula específicamente é óbvio que o crime ocorreu. Foi confirmado por várias testemunhas. Certamente o culpado não é o único vilão na história tão malograda do Brasil, outros deveriam e devem ser também punidos. Na cadeia eles teriam a chance, de como muitos, repensar em suas próprias ações. O seu caso será exemplar e histórico. Talvez isso iniba tais práticas no futuro. No caso, ele foi pego por um crime menor, certamente cometeu crimes maiores e piores e deveria pagar por todos, para que essa angústia que pesa sobre a sociedade brasileira encontrasse seu fim. E isso é o que provavelmente ocorrerá.
Não que com isso queira dizer que aqui teremos um típico bode expiatório. Não, porque os bodes expiatórios são inocentes. Teríamos somente o correto e necessário exercício da justiça. O exorcismo do demônio da impunidade que atormenta o povo brasileiro.
É assim que vejo esse triste episódio da história brasileira. E graças a Deus que o juízo final pertence somente a Ele.
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