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Palavra do leitor

Como julgar o evangélico Pablo Marçal?

"Não julgueis para não serdes julgados" – Jesus Cristo

Sim. Eu tinha o candidato à prefeitura de São Paulo em mente quando escrevi o meu último texto.

Ali eu defendia a tese de que o cristão também tem todo o direito de se indignar, de ficar irado e até mesmo de usar a violência de forma proporcional. Contrapus a coragem e a covardia.

A agressão não precisa ser meramente física...

Lembro-me de uma vez que uma pessoa com ares de piedade queria me convencer de que as palavras poderiam machucar mais do que pedradas. Discordei veementemente.

Acredito e sei que o opróbio que Jesus Cristo passou na cruz foi algo fenomenal pelo lado psicológico. Como se diz hoje: o assassinato de reputação. O cancelamento no mais alto estilo. Uma narrativa pelo lado religioso o apresentava como um impostor, um enganador, e a outra pelo lado romano, como um bandido, revolucionário qualquer, tão desprezível que sua vida ou morte como "Rei dos Judeus" não passava de um jogo de palavras, de uma mera observação forense para seguir o devido rito legal.

Palavras, apelidos, calúnias podem ferir e ferem. Mas nada se compara à agressão corporal. Especialmente naquelas proporções. Mais do que palavras, o espetáculo a que nosso Senhor foi submetido foi cruel no sentido mais amplo da palavra.

Paul Tournier escreveu um livro inteiro sobre a questão da violência e da agressão. Outro sobre a questão de ceder ou resistir.

Não precisamos vasculhar toda a literatura cristã, basta ficarmos com a Bíblia. O mesmo Jesus que exalta a mansidão também aparece com um chicote na mão purificando o templo.

A violência não está nas páginas da Bíblia, ela está no viver humano. Desde o nascer até o morrer somos e seremos cercados pela dor física.

O tema é sério. Especialmente para nós cristãos. Mas o ponto a destacar aqui é outro. Porém só para encerrá-lo basta lembrar que em 2 mil anos de cristianismo a espada sempre esteve nas mãos das sociedades cristãs civilizadas (e especialmente na das não civilizadas). E isso sem falar do período veterotestamentário. E o Brasil "neutro" que "nunca" esteve envolvido em grandes guerras é infelizmente campeão de criminalidade e violência em várias esferas.

Mas o meu ponto é qual afinal de contas é nossa capacidade para julgar alguém? Quais informações que temos?

A primeira informação que temos é que Marçal é evangélico, por isto dou especial ênfase a esse assunto. Mas não iríamos muito longe com esse rótulo... afinal o que é ser evangélico?

Ele é goiano. Estudei com goianos e percebi que eles tinham algo de diferente. Não vou usar outro adjetivo, pois uma cultura geralmente é expressa no coletivo e raramente no individual. Mas conta.

Ele é muito rico. Foi pobre. É famoso. E é conservador. E já foi de esquerda.

Eu mesmo ouvi sobre ele pela primeira vez no Podcast do Rogério Vilela, há pouco tempo, quando ele esteve lá com Caio Coppolla.

Depois me interessei. Não só por causa da avalanche de informação que nos chega, mas principalmente pois as acusações que eram feitas a ele me pareciam bem afoitas. Por exemplo, ouvi pessoas na roda familiar afirmarem que ele era ligado ao PCC. Fiz uma experiência num encontro de família e disse que se fosse paulistano votaria nele. Logo fui alvo dos tais ataques verbais. Achei aquilo muito sintomático...

Depois fiz questão de ouvir os posicionamentos na internet de pessoas mais variadas, desde Pedro Dória e Reinaldo Azevedo até Alexandre Garcia e Rodrigo Constantino. Passando por jornalistas e pastores, políticos e gente famosa ou comum.

Evidentemente também ouvi o próprio Pablo, através das entrevistas e debates e alguns poucos vídeos de suas palestras.

No final, não julgo o Pablo Marçal se ele é o melhor candidato para São Paulo ou não. Essa tarefa estará nas mãos do povo paulistano, através das urnas.

Se ele representa bem os evangélicos ou não? Também não é essa sua pretensão. Não vi ele falando em nome dos evangélicos.

Se ele é um bom crente ou não? Essa é uma tarefa talvez para as pessoas que estão mais próximas dele, no dia a dia. Ou para o tempo. Afinal essa parece ser a bancada que examina a cada um de nós. E no fundo só Deus conhece o coração.

Ou como dizia Paulo: nem eu tampouco a mim mesmo me julgo (...), pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes de tempo.
Fürth - EX
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Site: http://teologia-livre.blogspot.de/

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