Palavra do leitor
- 20 de junho de 2020
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Como entender Romanos 13 em dias de crise política e pandemia
Creio que nunca ouvimos e lemos tanto como nos últimos meses a citação do texto Bíblico de Romanos 13.1 que diz: "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas".
Duas perguntas sobre o ensino do apóstolo dos gentios: 1) Paulo ensina fidelidade total e irrestrita ao Estado? 2) Todo governante ou autoridade é escolhido por Deus?
A resposta para ambas às perguntas é Não! Paulo não ensina fidelidade total ao Estado. E Paulo também não ensina que toda autoridade ou governante é escolhido por Deus. Analisemos cada questão separadamente:
Em primeiro lugar é muito certo que para Paulo ensinar o que ensinou a comunidade de cristãos em Roma, foi pelo fato dos cristãos romanos terem alguma dificuldade em reconhecerem a autoridade dos governantes do Império Romano. Afinal eles eram pagãos, idólatras, cruéis e adversários da fé cristã. Mesmo assim Paulo assevera aos seus destinatários a necessidade de submissão às autoridades, visto que no conceito de Paulo o Estado preservava o mundo do caos. Dessa forma, Paulo incentivava nada mais nada menos que obediência às leis, pagamento de impostos e respeito às autoridades. Para Paulo o cristianismo e a boa cidadania caminham de mãos dadas. O próprio Cristo ensinou sobre isso, falou do nosso compromisso com a autoridade celestial, que é Deus, mas também do nosso compromisso com as autoridades humanas (Mateus 22.21).
Mas o mandamento "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais…" dentro do bojo total do ensino Bíblico está longe de ser uma ordem de obediência total e irrestrita ao Estado. 1) Paulo sabia que Cristo e suas leis eram superiores. 2) Deus aprovou e incentivou várias desobediências civis no Antigo Testamento (Daniel Caps. 1;3 e 6; Ester 3; Êxodo 1) 3) A Igreja Primitiva foi desobediente ás autoridades (Atos 4 e 5) 4) O próprio Paulo foi alguém que viveu não poucas vezes a margem das leis em virtude da proclamação do evangelho e dos valores do Reino de Deus.
Todos os exemplos citados acima sobre desobediência ás autoridades visavam 3 coisas: Bem estar humano e Preservação da vida; Adoração única ao Criador e cumprimento da missão de expansão da fé. Cremos que nesses pontos é louvável a desobediência civil. Porém, se opor às autoridades quanto a questões neutras, a manutenção da ordem pública e preservação da saúde e da vida humana, constituem-se pecados contra Deus "Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu…" Romanos 13.2
Em segundo lugar, Deus instituiu autoridades superiores para inibição do mal e promoção do bem (O que infelizmente nem sempre acontece). Entre essas autoridades não estão apenas os governantes, mas também ministros, juízes e as polícias das mais diversas ordens. "Sem o Estado, sem as leis, imperaria o mau, o egoísta e o forte. O fraco se veria em apuros. A vida seria regida pela lei da selva". Afirma Barclay.
Quando Paulo afirma que as autoridades que há foram ordenadas por Deus, ele está falando da instituição governo e não do governante. O Governo Municipal, Estadual, Federal e as demais instâncias de poder vêm de Deus, já os governantes ou demais funcionários públicos nem sempre.
Quantas vezes ouvi pessoas usarem esse texto bíblico para defenderem a eleição de seus candidatos como uma suposta escolha de Divina. Compreensão equivocada, pois a voz do povo, nem sempre ou quase nunca, é voz de Deus!
Por mais moderação na política, Weslei Pinha.
Duas perguntas sobre o ensino do apóstolo dos gentios: 1) Paulo ensina fidelidade total e irrestrita ao Estado? 2) Todo governante ou autoridade é escolhido por Deus?
A resposta para ambas às perguntas é Não! Paulo não ensina fidelidade total ao Estado. E Paulo também não ensina que toda autoridade ou governante é escolhido por Deus. Analisemos cada questão separadamente:
Em primeiro lugar é muito certo que para Paulo ensinar o que ensinou a comunidade de cristãos em Roma, foi pelo fato dos cristãos romanos terem alguma dificuldade em reconhecerem a autoridade dos governantes do Império Romano. Afinal eles eram pagãos, idólatras, cruéis e adversários da fé cristã. Mesmo assim Paulo assevera aos seus destinatários a necessidade de submissão às autoridades, visto que no conceito de Paulo o Estado preservava o mundo do caos. Dessa forma, Paulo incentivava nada mais nada menos que obediência às leis, pagamento de impostos e respeito às autoridades. Para Paulo o cristianismo e a boa cidadania caminham de mãos dadas. O próprio Cristo ensinou sobre isso, falou do nosso compromisso com a autoridade celestial, que é Deus, mas também do nosso compromisso com as autoridades humanas (Mateus 22.21).
Mas o mandamento "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais…" dentro do bojo total do ensino Bíblico está longe de ser uma ordem de obediência total e irrestrita ao Estado. 1) Paulo sabia que Cristo e suas leis eram superiores. 2) Deus aprovou e incentivou várias desobediências civis no Antigo Testamento (Daniel Caps. 1;3 e 6; Ester 3; Êxodo 1) 3) A Igreja Primitiva foi desobediente ás autoridades (Atos 4 e 5) 4) O próprio Paulo foi alguém que viveu não poucas vezes a margem das leis em virtude da proclamação do evangelho e dos valores do Reino de Deus.
Todos os exemplos citados acima sobre desobediência ás autoridades visavam 3 coisas: Bem estar humano e Preservação da vida; Adoração única ao Criador e cumprimento da missão de expansão da fé. Cremos que nesses pontos é louvável a desobediência civil. Porém, se opor às autoridades quanto a questões neutras, a manutenção da ordem pública e preservação da saúde e da vida humana, constituem-se pecados contra Deus "Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu…" Romanos 13.2
Em segundo lugar, Deus instituiu autoridades superiores para inibição do mal e promoção do bem (O que infelizmente nem sempre acontece). Entre essas autoridades não estão apenas os governantes, mas também ministros, juízes e as polícias das mais diversas ordens. "Sem o Estado, sem as leis, imperaria o mau, o egoísta e o forte. O fraco se veria em apuros. A vida seria regida pela lei da selva". Afirma Barclay.
Quando Paulo afirma que as autoridades que há foram ordenadas por Deus, ele está falando da instituição governo e não do governante. O Governo Municipal, Estadual, Federal e as demais instâncias de poder vêm de Deus, já os governantes ou demais funcionários públicos nem sempre.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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