Palavra do leitor
- 30 de outubro de 2009
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Com o pé atrás
"O evangelho autárquico vem imantado por uma espécie de fé subjetivista e individualista, sem qualquer feição por laços e lastros de formar cristãos servos, discípulos e visionários da vida; por consequência, colhemos tempos áridos de uma cristandade conformada em ser uma página na história humana, ao invés de ser um eco de subversão de idéias, afetos e imaginação espiritual."
A palavra confiança adquiriu um estado de peça arqueológica. Pra não dizer, logo, na lata, sem dó nem piedade, algo obsoleto, em vias de extinção. Ultimamente, na tresloucada pós-modernidade, da reputada era da informação em tempo real, da inexorável contemplação por embevecemo-nos das novidades efêmeras e descartáveis do mercado de consumo, andamos com o pé atrás.
Vale dizer, como também de soslaio, na espreita e na sensação eminente de um ataque fulminante. Não bastasse, os mosaicos das metropoles espelharem os efeitos dantescos de um pluralismo individualista subjetivista doentio. As noções e conotações de interdependência e responsabilidade, expressamente, esgarçacadas. Eis a tônica do contexto ora em voga, esparramando o ideal do sucesso pecuniário, como único e irrestrito alvo a ser alcançado.
Aliás, esse ser, cada vez mais, insensível, caótico e chafurdado por um culto acerbado ao narcisismo, a um caudilho cultural de adequar-se aos estereótipos do momento. Afinal de contas, nesta engrenagem descartável, tornamo-nos ou aceitamos resignados sermos peças de manipulação? Lamentavelmente, incorremos no vácuo de considerarmos que todos os gatos são pardos. Em outras palavras, fugimos incessantemnete de uma existência pautada no dever compromisso.
Os discursos retóricos e assaz apetecíveis em prol de ecoamos a luta pela extensão e difusão da justiça, da liberdade, da isonomia, da ética, da transparência e outros condimentos das substancialidades dos direitos humanos, do Estado Democrático de Direito, da economia globlizada e social, da liberdade e seus derivativos, lá no fundo, são os vernizes de uma sociedade afeiçoada ao solipsismo, ao niilismo, ao materialismo puerilismo do ter, descartar e consumir (pessoas, idéias, relacionamentos, identidade de ser e por ai vai). Ou, coloquialmente, valho-me do adágio ''do cada um por si e Deus por todos''!...
Enquanto prosseguirmos nos trilhos de uma educação plasmada por idéias e condutas, ou seja, por um arcabouço de valores aportados a um estilo de vida delimitado a atender aos anseios e as aspirações de um ego miniaturizado, tenebrosamente, serão anódinas as tentativas de reaproximar o ser humano do ser humano.
Evidentemente, com certeza, não iremos alterar o script do mundo, tão somente, sozinhos. O paradigma do ser autárquico não dispõe de recursos e condições a efeito de subverter a mesmice, o marasmo e a monotonia de uma vida polarizada a consumir, ter e descartar.
No entanto, resgatar o olhar, o dialogar, o tocar e outras incidências típicas do ser humano representa um bom e profícuo ponto de partida.
Ora, de nada adianta abrir o portão de casa, colocar os dejetos na lixeira e nem sequer perceber que há alguém noutro lado da rua, o nosso vizinho. Mormente estejamos num embate desprovidos de uma condição fundamental de traçar parâmetros e princípios de uma mundança célere. Ainda assim, dispomos de uma alma, um etlhos, um ser, um espírito, uma centelha de humanidade...
Então, no afã desse redemoinho avassalador do faça, adquira, descarte, deveríamos ponderar e elucubrar sobre os autênticos nortes. Aliás, não perfeita, nem incólume as ambiguidades, muito menos sem nos privar de certas agruras, angustias, dúvidas e por ai vai.
Digo isso, para atentarmos para as palavras do sábio Salomão, narradas em Eclesiastes 03. 01 a 09, sobre a ilusão de depositarmos e constituirmos o sentido, o destino e a motivação da vida nos holofotes dos instantes.
Sem qualquer pieguice, por qual razão não olharmos para a vida com mais candura, inocência, descompromisso, ludismo, ritmo, melodia e transparência. Isto implica rompermos com as neuroses de provar e comprovar.
Quantos de nós não precisamos reavivar as palavras do amor ao próximo, como a ti mesmo (o cerne dos mandamentos).
Eis o desafio, meu e seu, de pelejarmos arduamente por uma Eklesia que seja a refração da pólis banhada pelo Sangue de Cristo, por onde as pessoas sejam humanizadas e possam compreender e discernir a relevância do outro, da importância de ser servo, discípulo e visionário da vida.
Cumpre salientar, em meio a toda uma concomitância de cismas eclesiásticos, de uma esquipática luta por demonstrar que Deus fala e age mais aqui, de uma lúgubre ausência de diálogo entre os cristãos, de uma política evangelística de números e projeção no cenário do poder, de uma geração de evangélicos vitimados por oportunistas e falaciosos, possamos rogar ao Espírito Santo pela singeleza e simplicidade, pelas nuances e pelos temperos da Graça de Cristo.
A palavra confiança adquiriu um estado de peça arqueológica. Pra não dizer, logo, na lata, sem dó nem piedade, algo obsoleto, em vias de extinção. Ultimamente, na tresloucada pós-modernidade, da reputada era da informação em tempo real, da inexorável contemplação por embevecemo-nos das novidades efêmeras e descartáveis do mercado de consumo, andamos com o pé atrás.
Vale dizer, como também de soslaio, na espreita e na sensação eminente de um ataque fulminante. Não bastasse, os mosaicos das metropoles espelharem os efeitos dantescos de um pluralismo individualista subjetivista doentio. As noções e conotações de interdependência e responsabilidade, expressamente, esgarçacadas. Eis a tônica do contexto ora em voga, esparramando o ideal do sucesso pecuniário, como único e irrestrito alvo a ser alcançado.
Aliás, esse ser, cada vez mais, insensível, caótico e chafurdado por um culto acerbado ao narcisismo, a um caudilho cultural de adequar-se aos estereótipos do momento. Afinal de contas, nesta engrenagem descartável, tornamo-nos ou aceitamos resignados sermos peças de manipulação? Lamentavelmente, incorremos no vácuo de considerarmos que todos os gatos são pardos. Em outras palavras, fugimos incessantemnete de uma existência pautada no dever compromisso.
Os discursos retóricos e assaz apetecíveis em prol de ecoamos a luta pela extensão e difusão da justiça, da liberdade, da isonomia, da ética, da transparência e outros condimentos das substancialidades dos direitos humanos, do Estado Democrático de Direito, da economia globlizada e social, da liberdade e seus derivativos, lá no fundo, são os vernizes de uma sociedade afeiçoada ao solipsismo, ao niilismo, ao materialismo puerilismo do ter, descartar e consumir (pessoas, idéias, relacionamentos, identidade de ser e por ai vai). Ou, coloquialmente, valho-me do adágio ''do cada um por si e Deus por todos''!...
Enquanto prosseguirmos nos trilhos de uma educação plasmada por idéias e condutas, ou seja, por um arcabouço de valores aportados a um estilo de vida delimitado a atender aos anseios e as aspirações de um ego miniaturizado, tenebrosamente, serão anódinas as tentativas de reaproximar o ser humano do ser humano.
Evidentemente, com certeza, não iremos alterar o script do mundo, tão somente, sozinhos. O paradigma do ser autárquico não dispõe de recursos e condições a efeito de subverter a mesmice, o marasmo e a monotonia de uma vida polarizada a consumir, ter e descartar.
No entanto, resgatar o olhar, o dialogar, o tocar e outras incidências típicas do ser humano representa um bom e profícuo ponto de partida.
Ora, de nada adianta abrir o portão de casa, colocar os dejetos na lixeira e nem sequer perceber que há alguém noutro lado da rua, o nosso vizinho. Mormente estejamos num embate desprovidos de uma condição fundamental de traçar parâmetros e princípios de uma mundança célere. Ainda assim, dispomos de uma alma, um etlhos, um ser, um espírito, uma centelha de humanidade...
Então, no afã desse redemoinho avassalador do faça, adquira, descarte, deveríamos ponderar e elucubrar sobre os autênticos nortes. Aliás, não perfeita, nem incólume as ambiguidades, muito menos sem nos privar de certas agruras, angustias, dúvidas e por ai vai.
Digo isso, para atentarmos para as palavras do sábio Salomão, narradas em Eclesiastes 03. 01 a 09, sobre a ilusão de depositarmos e constituirmos o sentido, o destino e a motivação da vida nos holofotes dos instantes.
Sem qualquer pieguice, por qual razão não olharmos para a vida com mais candura, inocência, descompromisso, ludismo, ritmo, melodia e transparência. Isto implica rompermos com as neuroses de provar e comprovar.
Quantos de nós não precisamos reavivar as palavras do amor ao próximo, como a ti mesmo (o cerne dos mandamentos).
Eis o desafio, meu e seu, de pelejarmos arduamente por uma Eklesia que seja a refração da pólis banhada pelo Sangue de Cristo, por onde as pessoas sejam humanizadas e possam compreender e discernir a relevância do outro, da importância de ser servo, discípulo e visionário da vida.
Cumpre salientar, em meio a toda uma concomitância de cismas eclesiásticos, de uma esquipática luta por demonstrar que Deus fala e age mais aqui, de uma lúgubre ausência de diálogo entre os cristãos, de uma política evangelística de números e projeção no cenário do poder, de uma geração de evangélicos vitimados por oportunistas e falaciosos, possamos rogar ao Espírito Santo pela singeleza e simplicidade, pelas nuances e pelos temperos da Graça de Cristo.
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