Palavra do leitor
- 16 de agosto de 2011
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Cinco fundamentalistas e um jogo
Cinco fundamentalistas, cristão, muçulmano, hindu, ateísta e judeu, se encontram para um embate. Filhos de pais multibilionários: banqueiros, magnatas do aço, xeques do petróleo, industriais da informática e telecomunicações, enfim acionistas majoritários de conglomerados de empresas. Um americano, outro árabe, o outro indiano, um russo e o último israelita. Todos cinco formados na mais tradicional escola religiosa de seus antepassados. Em uma só palavra ortodoxos. Todos cinco com graduação e MBA nas melhores Universidades do planeta.
Ex-colegas de estudos, agora, se reúnem em um hotel em Liechtenstein para, de uma vez por todas, eliminarem a única diferença que sempre os impediram de serem apenas bons amigos: a religião.
Mesa redonda, forrada de feltro verde, baralho no centro. Fichas coloridas, pintadas, redondas, quadradas, retangulares, agrupadas em montes diversos postas a frente de seus cinco possuidores. Segurança máxima cercava o local. Uma fortuna incalculável estava em jogo!
Quem me contou a história não se lembrava mais quem embaralhou, mas foi o árabe quem cortou e deu as cartas. O indiano à sua esquerda tomou a primeira, a segunda, a terceira carta e assim por diante, foi deitando-as a sua frente: reis, damas e valetes. A cada carta posta sobre a mesa, rezava com seus lábios um nome dentre tantas das suas divindades, Brama, Radha, Shiva.. Lá pela tantas gritou, “Canastra! Canastra!” e rindo eufórica e histericamente foi puxando as fichas para si.
Os ânimos se exaltaram. Todos gritavam e tentavam segurar o indiano que esbraveja e ria incontrolavelmente. Foi preciso a intervenção dos seguranças.
O russo com sua testa suada, a mão gorda e branca começou a embaralhar as cartas. Postou-as para o americano cortar. Deu quatro cartas para cada jogador. Enquanto seus colegas olhavam seriamente as cartas que receberam, o russo deixou as suas fechadas sobre a mesa. De repente começou a chorar, um choro que foi tornando-se em riso estridente.
Puxou a primeira carta, “Tudo é o acaso”, um ás de ouros, a segunda, “Tudo é obra do destino”, um ás de copas, a terceira, “Tudo é contingencial”, um ás de espadas e por fim, esbravejou “É só sorte!” E puxou um ás de paus… com a cara então séria avançou sobre as fichas, esbravejando: “Não há Deus, não há Deus!”
Novamente confusão.
Quando os ânimos foram arrefecidos. O judeu já tinha o baralho nas mãos. Embaralhou-o e colocou-o no centro da mesa.
Tirou uma única carta: Deixou-a virada, incógnita.
Olhou nos olhos de cada jogador e virou a carta, era um Joker.
Levantou-se e gritou, “há um só Deus”!
E puxou a fichas para si.
Mais confusão.
Após a intervenção dos seguranças, o baralho foi para as mãos do muçulmano. Que olhou para o judeu e pediu que tirasse uma carta e colocasse novamente incógnita no centro da mesa.
Deu um trago no cigarro que tinha na mão, embaralhou novamente e tirou uma segunda carta e deitou-a ao lado da outra, no centro da mesa.
Virou a primeira displicentemente, um Joker. E postulou para seus colegas balançando a cabeça afirmativamente “há sim um só Deus: Alá”. E virou a outra, outro Joker. E gritou com todos os pulmões: “… e Maomé é seu profeta”. E avançou sobre as fichas abraçando a mesa.
E foi mais uma hora de confusão.
Por fim o cristão tinha o baralho em mãos. Como o muçulmano tinha feito, pediu que o judeu tirasse uma carta e a deitasse no centro da mesa. O judeu recusou-se.
Pediu então que o muçulmano, tirasse duas cartas e as deitasse lado a lado no centro da mesa, pelo que esse o atendeu.
O cristão então virou a primeira, um Rei de Ouros. “Há sim um só Deus!” Disse ele olhando para os outros jogadores. Virou então a segunda carta, um Valete de Ouros. “Mas em três pessoas: Deus Pai, Filho e…”, E puxou uma carta do meio do baralho virando-a, uma Dama de Ouros, “e Espírito Santo”.
Então sob o olhar perplexo dos colegas o Cristão avançou sorridente sobre todas as fichas.
Nova confusão.
Não se sabe como e quem deu o primeiro tiro. Os cinco foram encontrados mortos. A Interpol abafou o caso.
E o vencedor foi encontrar-se, na companhia de seus colegas, com a Divindade da sua fé, ou quem sabe, com nenhuma.
(Moral da história: baralho e religião são coisas idênticas.)
Ex-colegas de estudos, agora, se reúnem em um hotel em Liechtenstein para, de uma vez por todas, eliminarem a única diferença que sempre os impediram de serem apenas bons amigos: a religião.
Mesa redonda, forrada de feltro verde, baralho no centro. Fichas coloridas, pintadas, redondas, quadradas, retangulares, agrupadas em montes diversos postas a frente de seus cinco possuidores. Segurança máxima cercava o local. Uma fortuna incalculável estava em jogo!
Quem me contou a história não se lembrava mais quem embaralhou, mas foi o árabe quem cortou e deu as cartas. O indiano à sua esquerda tomou a primeira, a segunda, a terceira carta e assim por diante, foi deitando-as a sua frente: reis, damas e valetes. A cada carta posta sobre a mesa, rezava com seus lábios um nome dentre tantas das suas divindades, Brama, Radha, Shiva.. Lá pela tantas gritou, “Canastra! Canastra!” e rindo eufórica e histericamente foi puxando as fichas para si.
Os ânimos se exaltaram. Todos gritavam e tentavam segurar o indiano que esbraveja e ria incontrolavelmente. Foi preciso a intervenção dos seguranças.
O russo com sua testa suada, a mão gorda e branca começou a embaralhar as cartas. Postou-as para o americano cortar. Deu quatro cartas para cada jogador. Enquanto seus colegas olhavam seriamente as cartas que receberam, o russo deixou as suas fechadas sobre a mesa. De repente começou a chorar, um choro que foi tornando-se em riso estridente.
Puxou a primeira carta, “Tudo é o acaso”, um ás de ouros, a segunda, “Tudo é obra do destino”, um ás de copas, a terceira, “Tudo é contingencial”, um ás de espadas e por fim, esbravejou “É só sorte!” E puxou um ás de paus… com a cara então séria avançou sobre as fichas, esbravejando: “Não há Deus, não há Deus!”
Novamente confusão.
Quando os ânimos foram arrefecidos. O judeu já tinha o baralho nas mãos. Embaralhou-o e colocou-o no centro da mesa.
Tirou uma única carta: Deixou-a virada, incógnita.
Olhou nos olhos de cada jogador e virou a carta, era um Joker.
Levantou-se e gritou, “há um só Deus”!
E puxou a fichas para si.
Mais confusão.
Após a intervenção dos seguranças, o baralho foi para as mãos do muçulmano. Que olhou para o judeu e pediu que tirasse uma carta e colocasse novamente incógnita no centro da mesa.
Deu um trago no cigarro que tinha na mão, embaralhou novamente e tirou uma segunda carta e deitou-a ao lado da outra, no centro da mesa.
Virou a primeira displicentemente, um Joker. E postulou para seus colegas balançando a cabeça afirmativamente “há sim um só Deus: Alá”. E virou a outra, outro Joker. E gritou com todos os pulmões: “… e Maomé é seu profeta”. E avançou sobre as fichas abraçando a mesa.
E foi mais uma hora de confusão.
Por fim o cristão tinha o baralho em mãos. Como o muçulmano tinha feito, pediu que o judeu tirasse uma carta e a deitasse no centro da mesa. O judeu recusou-se.
Pediu então que o muçulmano, tirasse duas cartas e as deitasse lado a lado no centro da mesa, pelo que esse o atendeu.
O cristão então virou a primeira, um Rei de Ouros. “Há sim um só Deus!” Disse ele olhando para os outros jogadores. Virou então a segunda carta, um Valete de Ouros. “Mas em três pessoas: Deus Pai, Filho e…”, E puxou uma carta do meio do baralho virando-a, uma Dama de Ouros, “e Espírito Santo”.
Então sob o olhar perplexo dos colegas o Cristão avançou sorridente sobre todas as fichas.
Nova confusão.
Não se sabe como e quem deu o primeiro tiro. Os cinco foram encontrados mortos. A Interpol abafou o caso.
E o vencedor foi encontrar-se, na companhia de seus colegas, com a Divindade da sua fé, ou quem sabe, com nenhuma.
(Moral da história: baralho e religião são coisas idênticas.)
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