Palavra do leitor
- 29 de maio de 2008
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Ciência em prol da vida e a religião?
Como é comum, a imprensa, senhora da consciência das massas, como quer ser, em nome da tal liberdade de imprensa, que assim seja, noticiou sobre o impasse da votação no Supremo Tribunal Federal da lei que aprova a pesquisa com células tronco. Até ai tudo bem, mas o anúncio dizia: "De um lado a ciência em prol da vida e do outro a religião". Veja bem a mensagem contida nessa formulação. A ciência é detentora da defesa da vida. Quanto à religião, fica no ar a falta de finalidade. Ou não fica no ar. Ela está a favor da morte!
Não pretendo questionar a validade ou não das pesquisas e seus fundamentos. Mas alertar para a suspeita que se tem feito em relação a religião, tida como desumana sempre que se posiciona.
Será que os credos religiosos estão todos fechados à vida? Será que a filosofia religiosa é desprovida de cuidado humanizador? É o ser humano alvo dos caprichos da religião e a ciência a protetora da vida como se quer? Será que os credos religiosos padecem de caduquice em relação a vida? Será que a vida se desenvolveu a ponto de até mesmo uma boa intenção religiosa ser um grave atentado a mesma?
Perguntas pertinentes que é possível acrescentar outras. Será os cientistas dotados mesmos de tamanha humanidade como quer revelar seus discursos? Por amor a ciência ou por amor a vida?
Creio que quem sofre espera da ciência e de outros meios uma solução para seu sofrimento. A felicidade é uma busca valida. E a esperança em tê-la é um conforto ao coração. Por outro lado, é necessário proteger a nascente de um grande rio para não vê-lo morrer. Em outras palavras: a vida, em sua nascente, deve ser protegida de toda e qualquer banalização, seja da ciência ou da religião.
Pensar os dois extremos, os dois lados e as duas consequências não torna o outro desumano. Mas a ciência parece dogmática em seus fundamentos. Quer deter todo o saber e acha-se que em nome do bem é justificado o mal. É fácil dizer que tal consequência foi erro de cálculos, escassez de verda ou falta de tecnológia apropriada. O fundamento das descobertas sempre foi a ousadia e a inovação. Porém, cada vez mais as descobertas avançam para a dimensão própria do ser humano como simples projeto biológico passível de intervenção destituídas de ética visando um resultado experimental.
A validade da ciência é inegável. Sua superação em nome da vida requer ousadia e inovação. Mas algumas fronteiras deve ser protegidas pelo debate, consenso, questionamentos e possível adiamento.
Creio que a religião deve se pronunciar sempre. Uma voz no deserto é melhor do que a mudez. O fundamento do religioso sempre será o bem do outro. Esse é o caráter permanente da religião. Ela se preocupa com o sofredor, mas também com a vida em suas diversas dimensões e formas. Onde estiver a vida, principalmente a vida humana em desenvolvimento ou formada (entendendo que estamos sempre em formação) deve ser defendida e questionada toda e qualquer intervenção a mesma até que, calada a voz da consciência e da incerteza plena, vejamos o bem tornando a pessoa humana realizada e buscando o bem do outro.
Que eu morra para o outro viver! Que eu viva para o outro morrer! Ambas afirmações são corretas desde que: Eu morra por você e você morra por mim de forma livre, gratuita e feliz. Usando é claro dos meios éticos e os fundamentos filosoficos próprios para que você viva em mim e eu viva em você.
Na religião é possível encontrar os mais dinâmicos e humanos preceitos para uma vida feliz e esperançosa. A religião pode contribuir com a ciência com os questionamentos devidos e com a noção pertinente de humanidade, doação, solidariedade e ajuda ao outro.
A ciência não precisa tirar a religião do coração do ser humano e nem o direito dela questionar. Aviltar a imagem do outro não é a melhor saída. A ciência deve descobrir que é necessário não somente fundamentos experimentais do laboratório. As questões filosóficas, históricas, religiosas e psicológicas são pertinentes e faz parte da experiência de ser humano e estar diante do outro como tal. Na ditadura é que se exclui o outro. No laboratório deve-se pensar também nas construções da vida no seu todo. Quando não se pensa os impasses são inevitáveis. O que fazer? Destruir o opositor ou denegri-lo? É claro que não. Deve-se construir fundamentos que falam para a vida da vida.
Não pretendo questionar a validade ou não das pesquisas e seus fundamentos. Mas alertar para a suspeita que se tem feito em relação a religião, tida como desumana sempre que se posiciona.
Será que os credos religiosos estão todos fechados à vida? Será que a filosofia religiosa é desprovida de cuidado humanizador? É o ser humano alvo dos caprichos da religião e a ciência a protetora da vida como se quer? Será que os credos religiosos padecem de caduquice em relação a vida? Será que a vida se desenvolveu a ponto de até mesmo uma boa intenção religiosa ser um grave atentado a mesma?
Perguntas pertinentes que é possível acrescentar outras. Será os cientistas dotados mesmos de tamanha humanidade como quer revelar seus discursos? Por amor a ciência ou por amor a vida?
Creio que quem sofre espera da ciência e de outros meios uma solução para seu sofrimento. A felicidade é uma busca valida. E a esperança em tê-la é um conforto ao coração. Por outro lado, é necessário proteger a nascente de um grande rio para não vê-lo morrer. Em outras palavras: a vida, em sua nascente, deve ser protegida de toda e qualquer banalização, seja da ciência ou da religião.
Pensar os dois extremos, os dois lados e as duas consequências não torna o outro desumano. Mas a ciência parece dogmática em seus fundamentos. Quer deter todo o saber e acha-se que em nome do bem é justificado o mal. É fácil dizer que tal consequência foi erro de cálculos, escassez de verda ou falta de tecnológia apropriada. O fundamento das descobertas sempre foi a ousadia e a inovação. Porém, cada vez mais as descobertas avançam para a dimensão própria do ser humano como simples projeto biológico passível de intervenção destituídas de ética visando um resultado experimental.
A validade da ciência é inegável. Sua superação em nome da vida requer ousadia e inovação. Mas algumas fronteiras deve ser protegidas pelo debate, consenso, questionamentos e possível adiamento.
Creio que a religião deve se pronunciar sempre. Uma voz no deserto é melhor do que a mudez. O fundamento do religioso sempre será o bem do outro. Esse é o caráter permanente da religião. Ela se preocupa com o sofredor, mas também com a vida em suas diversas dimensões e formas. Onde estiver a vida, principalmente a vida humana em desenvolvimento ou formada (entendendo que estamos sempre em formação) deve ser defendida e questionada toda e qualquer intervenção a mesma até que, calada a voz da consciência e da incerteza plena, vejamos o bem tornando a pessoa humana realizada e buscando o bem do outro.
Que eu morra para o outro viver! Que eu viva para o outro morrer! Ambas afirmações são corretas desde que: Eu morra por você e você morra por mim de forma livre, gratuita e feliz. Usando é claro dos meios éticos e os fundamentos filosoficos próprios para que você viva em mim e eu viva em você.
Na religião é possível encontrar os mais dinâmicos e humanos preceitos para uma vida feliz e esperançosa. A religião pode contribuir com a ciência com os questionamentos devidos e com a noção pertinente de humanidade, doação, solidariedade e ajuda ao outro.
A ciência não precisa tirar a religião do coração do ser humano e nem o direito dela questionar. Aviltar a imagem do outro não é a melhor saída. A ciência deve descobrir que é necessário não somente fundamentos experimentais do laboratório. As questões filosóficas, históricas, religiosas e psicológicas são pertinentes e faz parte da experiência de ser humano e estar diante do outro como tal. Na ditadura é que se exclui o outro. No laboratório deve-se pensar também nas construções da vida no seu todo. Quando não se pensa os impasses são inevitáveis. O que fazer? Destruir o opositor ou denegri-lo? É claro que não. Deve-se construir fundamentos que falam para a vida da vida.
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