Palavra do leitor
- 16 de julho de 2009
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Cidadão Kane, o capitalismo e os poderes eclesiásticos
Semana passada asistí a um filme antigo, muito aclamado como um clássico, do Orson Welles, o "Cidadão Kane". É um filme biográfico que relata toda a vida do cidadão americano chamado "Charlie Kane". Kane, separado dos pais logo cedo, quando ainda criança, e pobre, passa a ser criado em uma família rica e herda uma grande fortuna e muitos bens. Forma-se em joirnalismo e, pouco a pouco, vai aumentando sua riqueza até tornar-se um dos homens mais ricos do mundo, dono de uma fortuna quase inigualável. O filme, além de mostrar sua ascensão social, retrata também diversas transformações que, gradualmente, vão acontecendo na vida e no pensamento de Kane:
· Era um homem simples. Torna-se um extravagante colecionador de obras inúteis e caríssimas;
· Era rodeado de amigos. Torna-se um solitário e utiliza seus relacionamentos como algo que possa beneficia-lo. Suas amizades são egoístas, baseadas em próprio ganho.
· Respeitava princípios humanitários.Torna-se numa pessoa que "compra" os outros a fim de que elas façam seus desejos.
· Era um jornalista imparcial. Transforma seu jornal em um veículo de propagação de idéias e notícias fraudulenas, que trouxessem benefício a si mesmo.
· Era ambicioso mais respeitava as pessoas. Passa a ter uma ambição doentia, que não respeita pessoas nem princípios, onde as pessoas passam a ser posse dele. Tem atitudes dominadoras e manipuladoras.E eu poderia apontar tantas outras: passou a viver pra si mesmo, os bens materiais são acumulados de forma obssessiva, etc. Na verdade, “Cidadão Kane” apresenta exatamente o que a dinâmica do capitalismo causa em cada um que vive mergulhado nesse sistema econômico. Pouco a pouco, nós (de forma inconsciente às vezes), e a sociedade circundante vai tornando-se:
· Cada vez mais utilitária, transformando as pessoas em objetos de uso para nosso próprio benefício;
· Cada vez mais impessoal, desagregando as pessoas e tornando-as solitárias, mesmo em meio às multidões;
· Cada vez mais ambiciosa, onde o acúmulo de bens e poder é algo quase obssessivo.
O pior de tudo é enxergar que esse “espírito” tem entrado nas igrejas e guiado a visão de suas lideranças.
Já li muito sobre liderança, tanto livros “seculares” como “evangélicos”. Triste é ver que eles estão pensando muito, em sua grande maioria, de forma tão semelhantes. O mundo é regido pelo “espírito capitalista”. A igreja tem absorvido isto também. Alguns indicativos nos mostram isso:
· A liderança, cada vez mais ávida por ser reconhecida, usa os membros como veículo para a realização de seus próprios sonhos e projetos, justificando, o que é pior, essa atitude como sendo uma “visão de Deus”.
· A liderança, cada vez mais parecida com os políticos de nosso tempo, se relacionam com os membros como quem quer “ganhá-los” e não servi-los.
· O não estímulo ao pensar crítico, a fóruns e debates para despertamento da consciência e das idéias, demosntram o medo da liderança pelo desenvolvimento do intelecto e sua intenção em dominar facilmente a fim de que os membros se tornem facilmente “manobrados” e manipulados. Resultado: igreja acrítica, intelectualmente vazia e oca no seu diálogo com o mundo. Isso é uma característica mundana, diabólica e alienante que ignora a capacidade divina que Deus nos deu de pensar, avaliar, criticar, buscar caminhos novos, refletir.
O capitalismo, por ser alienante, transforma as pessoas em “robôs”. A igreja, hoje, em sua grande maioria, também.
· As relações de poder no capitalismo são hierarquizadas, “de cima pra baixo”, nas igrejas também. A liderança eclesiástica é vista como aqueles homens que podem dar solução a todo tipo de problema que enfrentamos e, ainda, recebem tratamento especializado e diferenciado. Na Bíblia, os líderes tem as mesmas fraquezas, contradições, dificuldades, pecados e natureza. São instados à santidade tanto quanto qualquer outra pessoa. Estão na liderança não por serem mais santos, nem por não terem pecados, mas por terem o dom da liderança e por levarem o relacionamento com Deus a sério.
Por isso, “Cidadão Kane”, ao apresentar a história de um homem mergulhado e adoecido pelo capistalismo, acaba apontando toda a doença causada por esse sistema doentio em que nos encontramos , que atinge inclusive as igrejas.
· Era um homem simples. Torna-se um extravagante colecionador de obras inúteis e caríssimas;
· Era rodeado de amigos. Torna-se um solitário e utiliza seus relacionamentos como algo que possa beneficia-lo. Suas amizades são egoístas, baseadas em próprio ganho.
· Respeitava princípios humanitários.Torna-se numa pessoa que "compra" os outros a fim de que elas façam seus desejos.
· Era um jornalista imparcial. Transforma seu jornal em um veículo de propagação de idéias e notícias fraudulenas, que trouxessem benefício a si mesmo.
· Era ambicioso mais respeitava as pessoas. Passa a ter uma ambição doentia, que não respeita pessoas nem princípios, onde as pessoas passam a ser posse dele. Tem atitudes dominadoras e manipuladoras.E eu poderia apontar tantas outras: passou a viver pra si mesmo, os bens materiais são acumulados de forma obssessiva, etc. Na verdade, “Cidadão Kane” apresenta exatamente o que a dinâmica do capitalismo causa em cada um que vive mergulhado nesse sistema econômico. Pouco a pouco, nós (de forma inconsciente às vezes), e a sociedade circundante vai tornando-se:
· Cada vez mais utilitária, transformando as pessoas em objetos de uso para nosso próprio benefício;
· Cada vez mais impessoal, desagregando as pessoas e tornando-as solitárias, mesmo em meio às multidões;
· Cada vez mais ambiciosa, onde o acúmulo de bens e poder é algo quase obssessivo.
O pior de tudo é enxergar que esse “espírito” tem entrado nas igrejas e guiado a visão de suas lideranças.
Já li muito sobre liderança, tanto livros “seculares” como “evangélicos”. Triste é ver que eles estão pensando muito, em sua grande maioria, de forma tão semelhantes. O mundo é regido pelo “espírito capitalista”. A igreja tem absorvido isto também. Alguns indicativos nos mostram isso:
· A liderança, cada vez mais ávida por ser reconhecida, usa os membros como veículo para a realização de seus próprios sonhos e projetos, justificando, o que é pior, essa atitude como sendo uma “visão de Deus”.
· A liderança, cada vez mais parecida com os políticos de nosso tempo, se relacionam com os membros como quem quer “ganhá-los” e não servi-los.
· O não estímulo ao pensar crítico, a fóruns e debates para despertamento da consciência e das idéias, demosntram o medo da liderança pelo desenvolvimento do intelecto e sua intenção em dominar facilmente a fim de que os membros se tornem facilmente “manobrados” e manipulados. Resultado: igreja acrítica, intelectualmente vazia e oca no seu diálogo com o mundo. Isso é uma característica mundana, diabólica e alienante que ignora a capacidade divina que Deus nos deu de pensar, avaliar, criticar, buscar caminhos novos, refletir.
O capitalismo, por ser alienante, transforma as pessoas em “robôs”. A igreja, hoje, em sua grande maioria, também.
· As relações de poder no capitalismo são hierarquizadas, “de cima pra baixo”, nas igrejas também. A liderança eclesiástica é vista como aqueles homens que podem dar solução a todo tipo de problema que enfrentamos e, ainda, recebem tratamento especializado e diferenciado. Na Bíblia, os líderes tem as mesmas fraquezas, contradições, dificuldades, pecados e natureza. São instados à santidade tanto quanto qualquer outra pessoa. Estão na liderança não por serem mais santos, nem por não terem pecados, mas por terem o dom da liderança e por levarem o relacionamento com Deus a sério.
Por isso, “Cidadão Kane”, ao apresentar a história de um homem mergulhado e adoecido pelo capistalismo, acaba apontando toda a doença causada por esse sistema doentio em que nos encontramos , que atinge inclusive as igrejas.
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