Palavra do leitor
- 13 de abril de 2018
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Cidadania em situação de rua
Uma amiga e competente ex-colega de trabalho me escreveu ao enviar-me um vídeo: "Achei muito lindo este vídeo e gostaria de compartilhar com o Sr, porque o senhor é um líder em sua religião e acho que poderia utilizá-lo em suas pregações."
Eis a história do vídeo [com cortes]:
"Disfarçado de morador de rua, um líder de uma igreja se misturou com sua congregação (...). Os membros da igreja estavam ansiosos à espera do celebrante, por quem iria fazer apresentação naquela manhã, mas eles não esperavam que ele fosse aparecer com aquele disfarce. Durante os 30 minutos em que ele andou misturado a eles (...) apenas uma pessoa o cumprimentou.
Ele pediu às pessoas algum dinheiro para comprar comida, mas nenhuma pessoa deu. Ele entrou até à igreja para se sentar, mas o porteiro pediu que se sentasse no fundo. Ele cumprimentou as pessoas (...). Enquanto estava mal vestido e os olhava no olho, as pessoas olhavam para baixo e o julgavam.
Sentado no fundo ele ouviu os anúncios. Um senhor anunciou a chegada do celebrante. Gostaria de apresentar nosso novo celebrante! As pessoas olharam ao redor, enquanto aplaudiam animadas.
Para a surpresa e espanto, o morador de rua se levantou e começou a andar até o altar. Os aplausos pararam. E todos os olhares estavam no celebrante. Quando ele chegou na frente, pegou o microfone – parou um instante, olhou para todos e disse como tinha sido a sua experiência naquela manhã.
E disse: quero que todos vocês voltem para casa e reflitam sobre o que aconteceu aqui nesta manhã e examinem seus corações. Vejo vocês no próximo domingo!"
"As pessoas ficaram visivelmente com vergonha, muitos começaram a chorar. E muitos ficaram se olhando para avaliar suas próprias atitudes. Não importa quantos domingos você passa na igreja ou se você pensa que está salvo. Deus vê o que você faz e como você trata as pessoas. Isto é o que realmente importa."
Antes de quaisquer comentários, quero esclarecer aos que me leem que não sou "líder religioso"; também "não prego", não tenho o "dom da palavra", sou leigo e nessa condição é que faço parte da igreja.
Tenho até um texto antigo [26.06.82], cujo título é "Não falo" e a primeira frase é "escrevo"; logo na leitura sequencial, fica assim: "Não falo, escrevo".
Aos 12 anos de idade fui convidado pelo meu pastor, um homem de Deus, para ser pastor; me escusei face às minhas limitações, sobretudo a inibição.
Na condição de leigo, trabalho "na e para" a igreja há 65 anos; nessa condição de leigo já passei por essa situação da "estorinha", de ver adentrarem ao templo pessoas "em situação de rua" – raras vezes presenciei alguém "sugerindo" aos visitantes pobres que saiam ou se assentem no último banco.
No domingo passado (01.04.18), a convite da direção da igreja, recebemos a visita de umas 5 pessoas "em situação de rua", e foram bem recebidas.
O que foi contado acima não é um caso real, embora possam acontecer fatos semelhantes; tenho histórias reais a compartilhar [mas pouco espaço]:
Na década de 80 participávamos de uma reunião semanal de oração e estudo bíblico na casa de um casal da igreja. Uma noite, quando chegamos, vimos um senhor sentado junto ao grupo; pelo semblante, percebemos que havia saído do banho; era um cidadão "em situação de rua" que fora levado por nosso filho mais velho; deram-lhe banho e roupas do dono da casa.
Ninguém se sentiu incomodado com a situação, apesar daquele pobre homem ainda apresentar seu odor característico; era uma pessoa "em situação de rua" no logradouro próximo à Faculdade de nosso filho.
Diariamente, ao sair da aula, nosso filho sentava no chão e conversava com aquelas pessoas, e, naquele dia, com autorização da dona da casa, levou o cidadão à reunião.
No dia seguinte, o nosso filho pediu-me o carro e, após as aulas, levou aquela criatura de volta para casa; seus familiares ficaram muito comovidos pelo retorno do pai ao lar. No entanto, no dia seguinte, quando o jovem saiu da Faculdade, encontrou com aquele homem, que abandonara a família, de novo, retornando à rua.
Situação semelhante vive nosso filho mais novo, evangelista da mais atacada igreja evangélica, no seu trabalho social noturno, no qual equipes da denominação levam "quentinhas" para essas pessoas na rua, dão banho, trocam roupas, em um albergue; aos domingos as levam à igreja, a cinemas que exibem filmes bíblicos, etc., mas as pessoas retornam à situação anterior.
A situação é difícil – são pessoas que precisam ser cuidadas, reintegradas às famílias, ressocializadas - mas há fortes raízes prendendo-as à situação de rua.
Precisam ser bem recebidas nas igrejas porque Deus não faz acepção de pessoas (Rm. 2 11); e o Senhor Jesus veio, e deu a sua vida, para salvar mais os necessitados do que os abastados (Mt. 19 24).
Biblicamente nossa missão, como Igreja de Cristo, é "cuidar dos órfãos e viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo" (Tg. 1 27).
Pense nisto!
Eis a história do vídeo [com cortes]:
"Disfarçado de morador de rua, um líder de uma igreja se misturou com sua congregação (...). Os membros da igreja estavam ansiosos à espera do celebrante, por quem iria fazer apresentação naquela manhã, mas eles não esperavam que ele fosse aparecer com aquele disfarce. Durante os 30 minutos em que ele andou misturado a eles (...) apenas uma pessoa o cumprimentou.
Ele pediu às pessoas algum dinheiro para comprar comida, mas nenhuma pessoa deu. Ele entrou até à igreja para se sentar, mas o porteiro pediu que se sentasse no fundo. Ele cumprimentou as pessoas (...). Enquanto estava mal vestido e os olhava no olho, as pessoas olhavam para baixo e o julgavam.
Sentado no fundo ele ouviu os anúncios. Um senhor anunciou a chegada do celebrante. Gostaria de apresentar nosso novo celebrante! As pessoas olharam ao redor, enquanto aplaudiam animadas.
Para a surpresa e espanto, o morador de rua se levantou e começou a andar até o altar. Os aplausos pararam. E todos os olhares estavam no celebrante. Quando ele chegou na frente, pegou o microfone – parou um instante, olhou para todos e disse como tinha sido a sua experiência naquela manhã.
E disse: quero que todos vocês voltem para casa e reflitam sobre o que aconteceu aqui nesta manhã e examinem seus corações. Vejo vocês no próximo domingo!"
"As pessoas ficaram visivelmente com vergonha, muitos começaram a chorar. E muitos ficaram se olhando para avaliar suas próprias atitudes. Não importa quantos domingos você passa na igreja ou se você pensa que está salvo. Deus vê o que você faz e como você trata as pessoas. Isto é o que realmente importa."
Antes de quaisquer comentários, quero esclarecer aos que me leem que não sou "líder religioso"; também "não prego", não tenho o "dom da palavra", sou leigo e nessa condição é que faço parte da igreja.
Tenho até um texto antigo [26.06.82], cujo título é "Não falo" e a primeira frase é "escrevo"; logo na leitura sequencial, fica assim: "Não falo, escrevo".
Aos 12 anos de idade fui convidado pelo meu pastor, um homem de Deus, para ser pastor; me escusei face às minhas limitações, sobretudo a inibição.
Na condição de leigo, trabalho "na e para" a igreja há 65 anos; nessa condição de leigo já passei por essa situação da "estorinha", de ver adentrarem ao templo pessoas "em situação de rua" – raras vezes presenciei alguém "sugerindo" aos visitantes pobres que saiam ou se assentem no último banco.
No domingo passado (01.04.18), a convite da direção da igreja, recebemos a visita de umas 5 pessoas "em situação de rua", e foram bem recebidas.
O que foi contado acima não é um caso real, embora possam acontecer fatos semelhantes; tenho histórias reais a compartilhar [mas pouco espaço]:
Na década de 80 participávamos de uma reunião semanal de oração e estudo bíblico na casa de um casal da igreja. Uma noite, quando chegamos, vimos um senhor sentado junto ao grupo; pelo semblante, percebemos que havia saído do banho; era um cidadão "em situação de rua" que fora levado por nosso filho mais velho; deram-lhe banho e roupas do dono da casa.
Ninguém se sentiu incomodado com a situação, apesar daquele pobre homem ainda apresentar seu odor característico; era uma pessoa "em situação de rua" no logradouro próximo à Faculdade de nosso filho.
Diariamente, ao sair da aula, nosso filho sentava no chão e conversava com aquelas pessoas, e, naquele dia, com autorização da dona da casa, levou o cidadão à reunião.
No dia seguinte, o nosso filho pediu-me o carro e, após as aulas, levou aquela criatura de volta para casa; seus familiares ficaram muito comovidos pelo retorno do pai ao lar. No entanto, no dia seguinte, quando o jovem saiu da Faculdade, encontrou com aquele homem, que abandonara a família, de novo, retornando à rua.
Situação semelhante vive nosso filho mais novo, evangelista da mais atacada igreja evangélica, no seu trabalho social noturno, no qual equipes da denominação levam "quentinhas" para essas pessoas na rua, dão banho, trocam roupas, em um albergue; aos domingos as levam à igreja, a cinemas que exibem filmes bíblicos, etc., mas as pessoas retornam à situação anterior.
A situação é difícil – são pessoas que precisam ser cuidadas, reintegradas às famílias, ressocializadas - mas há fortes raízes prendendo-as à situação de rua.
Precisam ser bem recebidas nas igrejas porque Deus não faz acepção de pessoas (Rm. 2 11); e o Senhor Jesus veio, e deu a sua vida, para salvar mais os necessitados do que os abastados (Mt. 19 24).
Biblicamente nossa missão, como Igreja de Cristo, é "cuidar dos órfãos e viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo" (Tg. 1 27).
Pense nisto!
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