Cheiro de ovelha!

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Não vou falar do Pr. Marco Feliciano, embora seja o assunto que está dando “ibope” nesses dias, o que nos traz uma importante revelação: “o suposto intolerante fez os pseudo-tolerantes ficarem intolerantes, antidemocráticos”.

Deve ser a tal de “pimenta nos olhos dos outros é refresco”. Por que não vão a Roma e queimam bandeiras do Vaticano? O Papa, no seu primeiro dia, disse que “casamento gay é uma manobra do diabo para destruir a família”.

Ele, na Missa do “lava-pés”, 28.03.2013, plagiou-me [conto a história aí embaixo, que foi testemunhada por umas 300 pessoas, e registrada].

Estou afirmando isso no bom sentido; faço essa menção à ocorrência, pois tenho apreciado muito as ações de “Franciscus”, principalmente essa do “cheiro de ovelha”.

É um exemplo de humildade; não quis o anel de ouro, e sim um de prata, não colocou o crucifixo de ouro e está usando um de prata. Ainda, não foi para os seus aposentos, no Vaticano, preferindo continuar hospedado na Pensão Santa Marta, onde esteve antes do Conclave. E, após ser eleito, recusou a limusine papal e voltou de ônibus para a pensão.

No início da década anterior, eu e o líder espiritual da Comunidade onde eu congregava,tínhamos, ainda temos, creio, um mútuo respeito.

Eu coordenava o Ministério de Acolhimento [Recepção]; ao final do ano eclesiástico, disse-me ele: “1.550 visitantes, de primeira vez, estiveram aqui, seus [meus] registros mostram isso, mas quantos ficaram?” “Muito poucos, concordamos”.

Disse ele, “fui pregar na igreja do pastor ‘Xis’, e o número aumenta cada vez mais!” e perguntou-me “qual seria a razão disso?”

Respondi-lhe, em uma conversa franca e cordial, que sempre tivemos: “Pastor tem que ter cheiro de ovelha.”

Ele entendeu e, com um sorriso maroto, disse no púlpito: “o irmão Edmar disse que eu tenho que ter cheiro de ovelha”! (sic).

Só volto, formalmente, a esse assunto, o qual sempre defendi, porque a maior autoridade mundial católica, o Papa, disse, em 28.03.2013, a mesma coisa que eu disse, há uns 12 anos.

Agora, FHC, após o Congresso do PSDB, disse algo parecido: “o partido precisa de um “banho de povo!” [é o mesmo que "cheiro de ovelha"].

Isso representa dizer que pastor tem que estar onde estão as ovelhas, no meio delas, sentindo as suas [delas] necessidades, suas aflições. Ouvindo, como um ombro amigo, o que elas sentem e expressam em palavras e lágrimas.

Agora, o novo Papa, Jorge Mário Bergoglio, disse no dia da Missa do “lava [beija] pés”, em uma missa anterior à ela, apenas com os sacerdotes: “Vocês têm que estar onde está o povo, vocês têm que ter ‘cheiro de ovelha.’”

Note-se que essa missa da quinta-feira santa sempre foi celebrada na Basílica de São Pedro, com o pessoal do Vaticano, mas ele foi fazer essa tradicional homilia em uma Casa de Detenção [Casal del Marmo] para menores infratores, outro exemplo de humildade, e beijou-lhes os pés.

O povo [ovelhas] está se dispersando porque não encontra suporte (Cl. 3.13), não encontra alguém que o ajude a sair da crise ou, no mínimo, o ouça e o ajude a caminhar na vereda dos espinhos, na peregrinação com pouca, ou nenhuma, luz.

As pessoas estão carentes da Palavra de Deus que as consolem, de orações que as estimulem a caminhar e crescer, para que encontrem o fim do túnel ou, no, “mínimum minimorum”, vislumbrem a luz onde ele [o túnel] termina.

Infelizmente, hoje, as pessoas vagam por aí, cada dia ouvindo um novo pregador eloquente, em “cultos” diversos (*), em busca da bênção, e não do Abençoador, o Senhor Jesus.

É aí que o servo de Deus, alçado à posição de cuidador das ovelhas, passa a ter o cheiro delas entranhado em sua própria veste e, até, em sua derme, quando, pacientemente, ele se despe da sua suposta superioridade e dá a mão, a Palavra e, principalmente, o ombro [parte do corpo menos distante dos ouvidos] para perceber o mais leve pulsar daquele coração desolado, triste, abatido.

Os templos estão sendo fechados e vendidos: 400 imóveis católicos, na Alemanha, em 2011; e 340 evangélicos, de 1990 a 2010 (FSP. 30.03.2013), porque não há mais ovelhas no pasto sem pastores; estes “se tornaram ‘intermediários’ ou apenas ‘gestores’ e não atuam com o coração” disse, em 28.03.13, o Papa Franciscus; e o crente com problemas é aconselhado a consultar um psicólogo, e muitos, sem dinheiro, caem nas mãos do pai de santo. (*)

Percebam que não estou me referindo só a sacerdotes [nós leigos também] de hoje, mas de décadas!

As pessoas já não mais andam, mas perambulam por aí, de esquina em esquina, onde há alguém pregando, muitos ouvindo, mas poucos escutando o que a mensagem de Deus diz a elas; entra por um ouvido e sai pelo outro; “não é essa a bênção que eu quero”, pensam elas; os púlpitos estão distantes, não é aqui, deve ser acolá, aonde irão amanhã.

Não há plágio, não houve plágio, a fonte inspiradora é que foi a mesma, o Santo Espírito de Deus.

Louvor, honra e glória somente a Deus!

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Opinião do leitor