Palavra do leitor
- 01 de outubro de 2009
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Chamados para guerra
Parece estranho que Deus nos queira como guerreiros. Somos, por definição até bíblica, fracos e, por mais firmes que estejamos, pura vaidade.
Parece estranho que pessoas como nós, ainda que alcançados pela graça e amor de Deus, sejam chamadas e contadas como guerreiros para o Senhor. Estranho. O que um Deus soberano e Todo-Poderoso poderia esperar de alguém tão pecador como eu?
Antes de tentar responder, é preciso entender um fato: existe uma guerra ocorrendo. Guerra das trevas contra a luz. Batalha que espelha o choque proveniente do encontro do Reino de Deus contra o império das trevas. No entanto, poucos percebem este fato em nossos dias de festas eclesiásticas. Há uma guerra acontecendo, mas não queremos nos envolver. Afinal, aproximar-se do homem ensanguentado nas ruas de Jericó não é tarefa para nós, ministros da religião. Isso deixamos para o imundo samaritano. Ele que se contamine com os corpos feridos e machucados pela vida. Estamos muito ocupados fazendo a obra de Deus!
Mas, a guerra continua, juntamente com suas vítimas. Seres humanos, esquecidos pela sociedade e pela igreja cristã, perambulam pelas ruas, sem alimento ou abrigo. Crianças morrem às centenas durante as incursões policiais em favelas, ou durante as brigas por território entre facções do tráfico. Doenças, há muito extinguídas ou controladas pela Medicina, são campeãs em solo brasileiro. A Igreja tem respondido às necessidades sociais, mas com muito atraso, e nunca na medida exata que o caos sócio-econômico atual exige. No lugar de levar o pão a quem necessita, muitas igrejas têm vivido um projeto de missão egoísta e ensimesmado, paradoxalmente, construindo templos enormes e luxuosos para homenagear Aquele que disse não habitar em templos feitos por mãos humanas. A estrutura eclesiástica transformou-se em um fim em sí mesma, perdendo de vista, por isso, a vocação samaritana que a igreja deveria possuir.
Além de saber (ou reconhecer) a existência desta guerra, é necessário ser soldado de Cristo. E soldados, em primeiro lugar, precisam agir unidos. Nos tempos antigos, a tática usada para vencer batalhas era a formação de falanges: uma perfeita linha de homens postados com armas e escudos, lado a lado. Com essa formação em unidade, os soldados cuidavam e protegiam uns aos outros. Quando as setas do inimigo buscavam o alvo sempre havia o escudo do soldado ao lado para defender o outro. Agora, já não apenas um companheiro de batalhas, mas um irmão nascido na hora da angústia. Quando um deles era atingido (e isso, às vezes, acontece) os outros cercavam o ferido para que houvesse tempo de cura e restauração. Hoje, isto é muito diferente. Quando um irmão é atingido, verificamos as falhas da sua armadura, zombando da sua inabilidade para a batalha e agradecendo ao Rei o fato de nós não sermos tão pecadores. Esquecemo-nos de que uma das maiores fendas na armadura é criada pelo orgulho, disfarçado por nós como uma espiritualidade mais elevada.
Precisamos nos lembrar também que soldados sempre agem sob uma bandeira que ilustra o caráter do reino no qual servem. E para nós, cristãos, a bandeira que Deus nos oferece é a Graça. Somos chamados por Deus para guerrear usando a Sua graça como arma-escudo-estandarte. No entanto, muitas vezes, a maneira pela qual agimos demonstra que ainda não sabemos de que espírito somos. A Graça de Deus sempre cobre os pecadores. Seus soldados, muitas vezes, querem matá-los. A Graça de Deus sempre busca reconciliação. Seus soldados, em nome de uma santidade não-vivida, buscam separação. A Graça de Deus odeia o pecado e ama e justifica e santifica o pecador. Nós, por demasiadas vezes, invertemos esta ordem.
Precisamos urgentemente resgatarmos esse entendimento de que Deus nos chama à guerra. Charles Colson, escritor cristão, afirmou certa vez que “a preocupação de Jesus não era apenas salvar as pessoas do inferno no mundo vindouro, mas também livrá-las da infernalidade deste mundo presente”. E, por estranho que possa parecer, Deus deseja nos usar como soldados. A mim e a você. E já não é tão estranho. Afinal, nossa fraqueza como soldados é o que garante que o poder do Rei que nos arregimenta será aperfeiçoado através de nós.
Parece estranho que pessoas como nós, ainda que alcançados pela graça e amor de Deus, sejam chamadas e contadas como guerreiros para o Senhor. Estranho. O que um Deus soberano e Todo-Poderoso poderia esperar de alguém tão pecador como eu?
Antes de tentar responder, é preciso entender um fato: existe uma guerra ocorrendo. Guerra das trevas contra a luz. Batalha que espelha o choque proveniente do encontro do Reino de Deus contra o império das trevas. No entanto, poucos percebem este fato em nossos dias de festas eclesiásticas. Há uma guerra acontecendo, mas não queremos nos envolver. Afinal, aproximar-se do homem ensanguentado nas ruas de Jericó não é tarefa para nós, ministros da religião. Isso deixamos para o imundo samaritano. Ele que se contamine com os corpos feridos e machucados pela vida. Estamos muito ocupados fazendo a obra de Deus!
Mas, a guerra continua, juntamente com suas vítimas. Seres humanos, esquecidos pela sociedade e pela igreja cristã, perambulam pelas ruas, sem alimento ou abrigo. Crianças morrem às centenas durante as incursões policiais em favelas, ou durante as brigas por território entre facções do tráfico. Doenças, há muito extinguídas ou controladas pela Medicina, são campeãs em solo brasileiro. A Igreja tem respondido às necessidades sociais, mas com muito atraso, e nunca na medida exata que o caos sócio-econômico atual exige. No lugar de levar o pão a quem necessita, muitas igrejas têm vivido um projeto de missão egoísta e ensimesmado, paradoxalmente, construindo templos enormes e luxuosos para homenagear Aquele que disse não habitar em templos feitos por mãos humanas. A estrutura eclesiástica transformou-se em um fim em sí mesma, perdendo de vista, por isso, a vocação samaritana que a igreja deveria possuir.
Além de saber (ou reconhecer) a existência desta guerra, é necessário ser soldado de Cristo. E soldados, em primeiro lugar, precisam agir unidos. Nos tempos antigos, a tática usada para vencer batalhas era a formação de falanges: uma perfeita linha de homens postados com armas e escudos, lado a lado. Com essa formação em unidade, os soldados cuidavam e protegiam uns aos outros. Quando as setas do inimigo buscavam o alvo sempre havia o escudo do soldado ao lado para defender o outro. Agora, já não apenas um companheiro de batalhas, mas um irmão nascido na hora da angústia. Quando um deles era atingido (e isso, às vezes, acontece) os outros cercavam o ferido para que houvesse tempo de cura e restauração. Hoje, isto é muito diferente. Quando um irmão é atingido, verificamos as falhas da sua armadura, zombando da sua inabilidade para a batalha e agradecendo ao Rei o fato de nós não sermos tão pecadores. Esquecemo-nos de que uma das maiores fendas na armadura é criada pelo orgulho, disfarçado por nós como uma espiritualidade mais elevada.
Precisamos nos lembrar também que soldados sempre agem sob uma bandeira que ilustra o caráter do reino no qual servem. E para nós, cristãos, a bandeira que Deus nos oferece é a Graça. Somos chamados por Deus para guerrear usando a Sua graça como arma-escudo-estandarte. No entanto, muitas vezes, a maneira pela qual agimos demonstra que ainda não sabemos de que espírito somos. A Graça de Deus sempre cobre os pecadores. Seus soldados, muitas vezes, querem matá-los. A Graça de Deus sempre busca reconciliação. Seus soldados, em nome de uma santidade não-vivida, buscam separação. A Graça de Deus odeia o pecado e ama e justifica e santifica o pecador. Nós, por demasiadas vezes, invertemos esta ordem.
Precisamos urgentemente resgatarmos esse entendimento de que Deus nos chama à guerra. Charles Colson, escritor cristão, afirmou certa vez que “a preocupação de Jesus não era apenas salvar as pessoas do inferno no mundo vindouro, mas também livrá-las da infernalidade deste mundo presente”. E, por estranho que possa parecer, Deus deseja nos usar como soldados. A mim e a você. E já não é tão estranho. Afinal, nossa fraqueza como soldados é o que garante que o poder do Rei que nos arregimenta será aperfeiçoado através de nós.
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