Palavra do leitor
- 05 de julho de 2018
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Casa habitável ou casa estéril?
Casa habitável ou casa estéril?
A vida parece e chego a conclusão de ser algo assustador e fascinante, de nos trazer momentos de êxtases e dissabores, de nos colocar como protagonistas e coadjuvantes. Em meio a essas palavras iniciais, abrimos as janelas de nossas experiências e convivências, com suas marcas, com suas manchas, com seus escombros, com seus segredos escondidos e, a cada dia, somos levados a decidir por ir a direção de mudanças de rotas, até para não descartamos nossa vida, com todas suas potencialidades, muito embora a realidade diga um não sonoro, tente nos formatar as regras e normas de como devemos nos portar, dentro de uma leitura de consumo e liquidez.
É bem verdade, podemos passar por essa trajetória, ao qual parte da infância e deságua na velhice, com a sensação de que nos deterioramos ou cumprimos nosso papel de não ser nenhum ideal, nenhuma perfeição, nenhum mito, mas sim um ser humano com suas rachaduras, com suas poças de águas, com suas perdas e, mesmo assim, coroamo – nos, em função de que não descemos do palco e muito menos deixamos de sermos protagonistas da nossa redação.
Sem sombra de dúvida, não escolhemos nossos pais, não tivemos a condição de escolher nossa condição social e cultural, não nos foi dado, ainda no estágio placentário, de que fé, crença e demais opções adotaríamos. Lá no fundo, nossas maiores inquietudes e cóleras se resumem na questão do que queremos ser, no que imaginamos que devemos ou pretendemos ser ou o que achamos que merecemos ser.
Nessa trama de vontades, sonhos e ações, vamos escrevendo, nas páginas de nossa existência, obras de arte, rachaduras, riscos, garranchos, erros, dúvidas, conquistas, lágrimas, partidas, chegadas e, com todos e outros elementos, podemos nos comparar com uma casa habitável ou uma casa estéril.
Vou adiante, a casa habitável tem os não (s), tem os sim (s), tem amores perdidos, tem paixões não correspondidas, tem demissões, tem rupturas (do divórcio, do abandono, de ser esquecido, daquela sensação de ser banido), tem os momentos de vazio e de um silêncio assustador, tem aconchego, tem abraços, tem alento, tem candura, tem gargalhada, tem irreverência, tem as rugas na face, tem a confirmação de nossa finitude, tem os saltos de uma fé que não veio para responder tudo, tem máscaras (de ser bem sociável, de ser politicamente correto, de ser bem visto, de ser adequado aos critérios, as exigências e aos padrões do mercado, de segurar os palavrões, debaixo do tapete, das conveniências, de uma confiança inabalável, de uma fé, acima de todas circunstâncias e eventualidades).
Enfim, a casa habitável não esconde o jogo, abre – se para receber as cores das escolhas, das respostas, dos riscos, das ousadias; suas janelas permitem a invasão do recomeçar, suas telhas são as ladeiras, por onde as águas do desabafo descem e nos aliviam; sua sala se apresenta como o diálogo, a conversa franca e sincera; o quarto não se furta de nos mostrar que há, em nós, uma intimidade, uma profundidade, uma particularidade, uma peculiaridade e, enfim, são as digitais de que não somos mais um, na prateleira.
Em contrapartida, a casa estéril nos mantém nos guetos de uma vida de aparências, de que os outros me trancafiaram e daqui não posso sair, de nos fazer acomodados, bem no fundo da plateia, quando todos esperam sua aparição, mas no palco e não na superficialidade das redes sociais.
Verdadeiramente, a casa estéril nos oferece as confortáveis prisões de espelhar o quanto suportamos tudo e todos, perdoamos, amamos, cremos, confiamos, lutamos, suportamos, todavia, não acende as luzes, não levanta as camas, não abre as gavetas, não abre as janelas e nos acostuma ao mofo do conformismo.
Presumidamente, o texto de João 3. 01 a 08 pinta o quadro de um homem chamado Nicodemos e sua história de aparências, de faz de conta, de um cheiro de mofo, de um medo de não sentir medo, de uma dúvida por não duvidar, de ficar atrás da porta, em cima do muro, de se ajustar aquilo que pensam, que querem e pretendem de mim, quando Jesus o chama para adentrar nas águas de que nossa vida tem a possibilidade de uma esperança e de uma crença de nos ajudar a recomeçar, a sermos imagem e semelhança de uma liberdade de escolha, de arriscar pela gratidão, pela generosidade, pela bondade mútua e pela fé de pertencimento, de pertencemos a família humanidade, de negros, de brancos, de homens, de mulheres, de etnias, de raças, de povos, de tribos, de metrópoles e, por fim, de, mesmo com tais afirmações, alguém bate na porta e quer entrar, partilhar e participar, conosco, para não sermos marionetes, fantoches, alienados, oprimidos, massas de manobra.
A vida parece e chego a conclusão de ser algo assustador e fascinante, de nos trazer momentos de êxtases e dissabores, de nos colocar como protagonistas e coadjuvantes. Em meio a essas palavras iniciais, abrimos as janelas de nossas experiências e convivências, com suas marcas, com suas manchas, com seus escombros, com seus segredos escondidos e, a cada dia, somos levados a decidir por ir a direção de mudanças de rotas, até para não descartamos nossa vida, com todas suas potencialidades, muito embora a realidade diga um não sonoro, tente nos formatar as regras e normas de como devemos nos portar, dentro de uma leitura de consumo e liquidez.
É bem verdade, podemos passar por essa trajetória, ao qual parte da infância e deságua na velhice, com a sensação de que nos deterioramos ou cumprimos nosso papel de não ser nenhum ideal, nenhuma perfeição, nenhum mito, mas sim um ser humano com suas rachaduras, com suas poças de águas, com suas perdas e, mesmo assim, coroamo – nos, em função de que não descemos do palco e muito menos deixamos de sermos protagonistas da nossa redação.
Sem sombra de dúvida, não escolhemos nossos pais, não tivemos a condição de escolher nossa condição social e cultural, não nos foi dado, ainda no estágio placentário, de que fé, crença e demais opções adotaríamos. Lá no fundo, nossas maiores inquietudes e cóleras se resumem na questão do que queremos ser, no que imaginamos que devemos ou pretendemos ser ou o que achamos que merecemos ser.
Nessa trama de vontades, sonhos e ações, vamos escrevendo, nas páginas de nossa existência, obras de arte, rachaduras, riscos, garranchos, erros, dúvidas, conquistas, lágrimas, partidas, chegadas e, com todos e outros elementos, podemos nos comparar com uma casa habitável ou uma casa estéril.
Vou adiante, a casa habitável tem os não (s), tem os sim (s), tem amores perdidos, tem paixões não correspondidas, tem demissões, tem rupturas (do divórcio, do abandono, de ser esquecido, daquela sensação de ser banido), tem os momentos de vazio e de um silêncio assustador, tem aconchego, tem abraços, tem alento, tem candura, tem gargalhada, tem irreverência, tem as rugas na face, tem a confirmação de nossa finitude, tem os saltos de uma fé que não veio para responder tudo, tem máscaras (de ser bem sociável, de ser politicamente correto, de ser bem visto, de ser adequado aos critérios, as exigências e aos padrões do mercado, de segurar os palavrões, debaixo do tapete, das conveniências, de uma confiança inabalável, de uma fé, acima de todas circunstâncias e eventualidades).
Enfim, a casa habitável não esconde o jogo, abre – se para receber as cores das escolhas, das respostas, dos riscos, das ousadias; suas janelas permitem a invasão do recomeçar, suas telhas são as ladeiras, por onde as águas do desabafo descem e nos aliviam; sua sala se apresenta como o diálogo, a conversa franca e sincera; o quarto não se furta de nos mostrar que há, em nós, uma intimidade, uma profundidade, uma particularidade, uma peculiaridade e, enfim, são as digitais de que não somos mais um, na prateleira.
Em contrapartida, a casa estéril nos mantém nos guetos de uma vida de aparências, de que os outros me trancafiaram e daqui não posso sair, de nos fazer acomodados, bem no fundo da plateia, quando todos esperam sua aparição, mas no palco e não na superficialidade das redes sociais.
Verdadeiramente, a casa estéril nos oferece as confortáveis prisões de espelhar o quanto suportamos tudo e todos, perdoamos, amamos, cremos, confiamos, lutamos, suportamos, todavia, não acende as luzes, não levanta as camas, não abre as gavetas, não abre as janelas e nos acostuma ao mofo do conformismo.
Presumidamente, o texto de João 3. 01 a 08 pinta o quadro de um homem chamado Nicodemos e sua história de aparências, de faz de conta, de um cheiro de mofo, de um medo de não sentir medo, de uma dúvida por não duvidar, de ficar atrás da porta, em cima do muro, de se ajustar aquilo que pensam, que querem e pretendem de mim, quando Jesus o chama para adentrar nas águas de que nossa vida tem a possibilidade de uma esperança e de uma crença de nos ajudar a recomeçar, a sermos imagem e semelhança de uma liberdade de escolha, de arriscar pela gratidão, pela generosidade, pela bondade mútua e pela fé de pertencimento, de pertencemos a família humanidade, de negros, de brancos, de homens, de mulheres, de etnias, de raças, de povos, de tribos, de metrópoles e, por fim, de, mesmo com tais afirmações, alguém bate na porta e quer entrar, partilhar e participar, conosco, para não sermos marionetes, fantoches, alienados, oprimidos, massas de manobra.
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