Palavra do leitor
- 20 de setembro de 2011
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"Cancelada a segunda vinda! O Brasil [evangélico] não tem infraestrutura para um evento desses"
"É muito pouco!"
De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e de Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações; e da deportação para a babilônia até Cristo, catorze gerações.
"Grávida! José é o que?"
O nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
"Jovem ou virgem?"
Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido quer dizer: Deus conosco.
"Jesus teve irmãos?"
E a manteve virgem enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de Jesus.
"Jesus? Emanuel? Ou Nazareno?"
Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
"Quantos Magos?"
E, entrando na casa acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
Ouvi essas e outras interrogações numa rodinha de pessoas interessadas na bíblia com pouquíssimos conhecimentos da nova FÉ cristã que abraçavam. Todos os quatro foram convidados a participar de um evento que fatalmente levava-os a associarem-se a uma Igreja.
Cinco anos depois, apenas um deles permanecia filiado e de bem em uma organização eclesiástica. "Nunca mais fiz perguntas indiscretas", disse-me, "e se necessário aceitaria até a ideia de que pires voa para o bem da igreja e da fé", completou.
Nenhum dos outros três tornou-se agnóstico ou ateu. Os três continuam acreditando que há "Alguém lá em cima".
Um deles anda dando valor enorme aos ritos litúrgicos da Igreja Romana, muito embora só leva a esposa e a filha na Igreja, mas não entra; outro não perde um sermão do Malafaia. Não contribui em nada, porém, "não confio em quem não presta conta de dinheiro!".
Perguntei a razão dessa aparente contradição: "Acho que o Malafaia é firme [ele gosta!], branco é branco, preto é preto, não tergiversa e é contra essa ‘[censurado]’ geral!”.
Perguntei ao último a razão da dispersão geral entre eles que há cinco anos era sólida no início da FÉ.
O ‘modelo’ de FÉ no mundo evangélico que fora introduzido, explicou, frisava muito a música (melodia), cânticos (letras), orações (muita psicologia self-help), cultos de entrega (o dinheiro), decisão (quando cobrado pelo pastor, manter a palavra emprenhada), confissão, ‘louvorzão’, acessórios de picadeiro e um sem número de apelativos aos cinco sentidos. Era a ordem do dia para quem se iniciava na FÉ.
Ensino que é bom, nada! Conhecimento básico e profundo, nenhum!
“Ficamos confusos!”.
Homens de negócio que são e hábeis em lidar com as contradições do mundo e, sobretudo, a letra miúda de contratos, investimentos, não fazia sentido muito do que liam na bíblia. Não tinham uma espécie de Filipe para ajudar a entender o texto e contexto.
Nunca questionaram o aspecto sobrenatural, até aderiram; mas não entendiam como é que coisas simples no chamado ‘texto sagrado’ tinham tantas discrepâncias, incongruências e aparentes contradições e pior, pouca gente para explicar, de modo inteligente e articulado.
Enquanto falava, imaginei como teria sido se tivessem chegado aos complicados textos e contextos!
Instituições eclesiásticas de ensino tornaram-se, em muitos rincões e denominações, máquinas de fazer salsicha ou enlatados teológicos. Não ensinam, ‘domesticam’.
EBs e EDs viraram centros de cópia diluídas de psicologia barata com o uso das Escrituras feito de tal forma que não serve a propósito algum, senão aguar o texto e pontuar obviedades.
A essa altura eu tomara três cafés!
Consideravam e queriam ver na classe pastoral homens não apenas de boa vontade, mas de conhecimento sólido também. Exigiam isso na respectiva área de atuação comercial sua como homem de negócio!
Assim, coisas simples em Mateus que poderiam ser tiradas de letra e outras tantas que confundem realmente os iniciantes, ‘ficavam-ao-Deus-dará’ para esses comerciantes de peso e influência.
Se continuasse a generalizar, muito provavelmente sobraria muito pouca gente e instituições.
A mim faz sentido, porém, quando ouço algumas pessoas dizerem que preferem ficar em casa. Afinal, a TV e o Google abundam em assuntos que a liderança eclesiástica em geral abriu mão em instituições de ensino para abraçar o ‘oba-oba-dos-sentidos’ nesses festivais chamados de ‘shows da FÉ’.
Depois do café e do pão de queijo numa tradicional livraria no shopping onde nos encontráramos em Natal, despedimos sem antes ele entregar-me uma cópia da ISTOÉ (AQUI).
Com certo ‘olhar’ crítico e cínico sobre a FÉ de cinco anos atrás, disse, “Lembrei-me de Paulo”, e emendou, “acabei a carreira, guardei a FÉ e... fui cantar noutra freguesia!”.
De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e de Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações; e da deportação para a babilônia até Cristo, catorze gerações.
"Grávida! José é o que?"
O nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
"Jovem ou virgem?"
Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido quer dizer: Deus conosco.
"Jesus teve irmãos?"
E a manteve virgem enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de Jesus.
"Jesus? Emanuel? Ou Nazareno?"
Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
"Quantos Magos?"
E, entrando na casa acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
Ouvi essas e outras interrogações numa rodinha de pessoas interessadas na bíblia com pouquíssimos conhecimentos da nova FÉ cristã que abraçavam. Todos os quatro foram convidados a participar de um evento que fatalmente levava-os a associarem-se a uma Igreja.
Cinco anos depois, apenas um deles permanecia filiado e de bem em uma organização eclesiástica. "Nunca mais fiz perguntas indiscretas", disse-me, "e se necessário aceitaria até a ideia de que pires voa para o bem da igreja e da fé", completou.
Nenhum dos outros três tornou-se agnóstico ou ateu. Os três continuam acreditando que há "Alguém lá em cima".
Um deles anda dando valor enorme aos ritos litúrgicos da Igreja Romana, muito embora só leva a esposa e a filha na Igreja, mas não entra; outro não perde um sermão do Malafaia. Não contribui em nada, porém, "não confio em quem não presta conta de dinheiro!".
Perguntei a razão dessa aparente contradição: "Acho que o Malafaia é firme [ele gosta!], branco é branco, preto é preto, não tergiversa e é contra essa ‘[censurado]’ geral!”.
Perguntei ao último a razão da dispersão geral entre eles que há cinco anos era sólida no início da FÉ.
O ‘modelo’ de FÉ no mundo evangélico que fora introduzido, explicou, frisava muito a música (melodia), cânticos (letras), orações (muita psicologia self-help), cultos de entrega (o dinheiro), decisão (quando cobrado pelo pastor, manter a palavra emprenhada), confissão, ‘louvorzão’, acessórios de picadeiro e um sem número de apelativos aos cinco sentidos. Era a ordem do dia para quem se iniciava na FÉ.
Ensino que é bom, nada! Conhecimento básico e profundo, nenhum!
“Ficamos confusos!”.
Homens de negócio que são e hábeis em lidar com as contradições do mundo e, sobretudo, a letra miúda de contratos, investimentos, não fazia sentido muito do que liam na bíblia. Não tinham uma espécie de Filipe para ajudar a entender o texto e contexto.
Nunca questionaram o aspecto sobrenatural, até aderiram; mas não entendiam como é que coisas simples no chamado ‘texto sagrado’ tinham tantas discrepâncias, incongruências e aparentes contradições e pior, pouca gente para explicar, de modo inteligente e articulado.
Enquanto falava, imaginei como teria sido se tivessem chegado aos complicados textos e contextos!
Instituições eclesiásticas de ensino tornaram-se, em muitos rincões e denominações, máquinas de fazer salsicha ou enlatados teológicos. Não ensinam, ‘domesticam’.
EBs e EDs viraram centros de cópia diluídas de psicologia barata com o uso das Escrituras feito de tal forma que não serve a propósito algum, senão aguar o texto e pontuar obviedades.
A essa altura eu tomara três cafés!
Consideravam e queriam ver na classe pastoral homens não apenas de boa vontade, mas de conhecimento sólido também. Exigiam isso na respectiva área de atuação comercial sua como homem de negócio!
Assim, coisas simples em Mateus que poderiam ser tiradas de letra e outras tantas que confundem realmente os iniciantes, ‘ficavam-ao-Deus-dará’ para esses comerciantes de peso e influência.
Se continuasse a generalizar, muito provavelmente sobraria muito pouca gente e instituições.
A mim faz sentido, porém, quando ouço algumas pessoas dizerem que preferem ficar em casa. Afinal, a TV e o Google abundam em assuntos que a liderança eclesiástica em geral abriu mão em instituições de ensino para abraçar o ‘oba-oba-dos-sentidos’ nesses festivais chamados de ‘shows da FÉ’.
Depois do café e do pão de queijo numa tradicional livraria no shopping onde nos encontráramos em Natal, despedimos sem antes ele entregar-me uma cópia da ISTOÉ (AQUI).
Com certo ‘olhar’ crítico e cínico sobre a FÉ de cinco anos atrás, disse, “Lembrei-me de Paulo”, e emendou, “acabei a carreira, guardei a FÉ e... fui cantar noutra freguesia!”.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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