Palavra do leitor
- 18 de dezembro de 2007
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Calor, trovoadas, mangas... é natal!
Mais um natal! São muitas as sensações nesse tempo mágico. Apesar de toda a banalização e exploração comercial em cima da data, algo ainda insiste em permanecer! Uma nostalgia misturada com esperança. O vivido e o por viver! O natal me faz recordar os tempos de criança e, depois, já adolescente. Um tempo onde as coisas eram mais simples. Não sei se porque eu era criança ou se porque era um tempo anterior ao de agora! Dos dez aos vinte anos morei num lugar chamado Córrego São Luiz, interior de Vila Valério no estado do Espírito Santo, região agrícola, onde o forte é o café. Vivíamos lá, meus pais com três filhos e uma filha.
O terreno não era nosso. Trabalhávamos entregando sempre a metade da colheita ao proprietário das terras. Apesar da pobreza e da vida simples, o natal sempre era aguardado com expectativa. Não tinha ceia, nem árvore de natal, não tinha papai noel, muito menos troca de presentes... Lembro umas duas vezes, quando penduramos goiabinhas verdes enroladas com o papel chumbo (dourado ou prateado) num pinheiro que tinha na frente de casa. O papel era guardado do ano anterior, aqueles de embrulhar bombom. Os bombons eram os dois ou três que vinham no pacotinho de natal da igreja. Ah sim! Pacotinho muito aguardado também! Algumas vezes participamos de programas de natal recitando poesias, jograis ou encenando uma peça natalina. Não tinha preparativos especiais, comida e bebidas diferentes... Não tinha enfeites de natal, exceto algumas coisinhas simples e improvisadas que a mamãe arranjava. Algumas vezes ela nem queria ir conosco a igreja, que era para não vermos as outras crianças recebendo aquilo que ela não podia dar aos filhos... Os pacotes eram pagos! Algumas vezes nós ficamos sem.
Final de ano é muito quente no Espírito Santo. Época de manga, melancia e abacaxi. Quantas vezes íamos aos ensaios na igreja e voltávamos debaixo de muita chuva. O calor propicia temporais maravilhosos no Espírito Santo. Até hoje gosto de ver uma tempestade se formando no céu escuro. Como não saíamos e nem recebíamos visitas, o passatempo era assistir os filmes e desenhos animados com temas natalinos na pequena TV preto e branco. Talvez essa experiência dos natais passados seja que hoje não me permite encontrar nenhum significado naquilo que vejo e ouço sobre o natal da mídia.
Eram tempos difíceis, mas, lembro com saudades. Tempo em que o natal era mais mágico. O natal, assim, ainda permanece para mim como um tempo bom. Não sei explicar. Não tem nada a ver com tudo o que vemos e ouvimos nessa época... Sei que Maria “deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.7).
O terreno não era nosso. Trabalhávamos entregando sempre a metade da colheita ao proprietário das terras. Apesar da pobreza e da vida simples, o natal sempre era aguardado com expectativa. Não tinha ceia, nem árvore de natal, não tinha papai noel, muito menos troca de presentes... Lembro umas duas vezes, quando penduramos goiabinhas verdes enroladas com o papel chumbo (dourado ou prateado) num pinheiro que tinha na frente de casa. O papel era guardado do ano anterior, aqueles de embrulhar bombom. Os bombons eram os dois ou três que vinham no pacotinho de natal da igreja. Ah sim! Pacotinho muito aguardado também! Algumas vezes participamos de programas de natal recitando poesias, jograis ou encenando uma peça natalina. Não tinha preparativos especiais, comida e bebidas diferentes... Não tinha enfeites de natal, exceto algumas coisinhas simples e improvisadas que a mamãe arranjava. Algumas vezes ela nem queria ir conosco a igreja, que era para não vermos as outras crianças recebendo aquilo que ela não podia dar aos filhos... Os pacotes eram pagos! Algumas vezes nós ficamos sem.
Final de ano é muito quente no Espírito Santo. Época de manga, melancia e abacaxi. Quantas vezes íamos aos ensaios na igreja e voltávamos debaixo de muita chuva. O calor propicia temporais maravilhosos no Espírito Santo. Até hoje gosto de ver uma tempestade se formando no céu escuro. Como não saíamos e nem recebíamos visitas, o passatempo era assistir os filmes e desenhos animados com temas natalinos na pequena TV preto e branco. Talvez essa experiência dos natais passados seja que hoje não me permite encontrar nenhum significado naquilo que vejo e ouço sobre o natal da mídia.
Eram tempos difíceis, mas, lembro com saudades. Tempo em que o natal era mais mágico. O natal, assim, ainda permanece para mim como um tempo bom. Não sei explicar. Não tem nada a ver com tudo o que vemos e ouvimos nessa época... Sei que Maria “deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.7).
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