Palavra do leitor
- 14 de setembro de 2023
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Cães do Inferno
"O perdão se direciona ao resgate da dignidade e da integridade de quem foi violado, agora, isto não quer dizer não ser, o transgressor, responsável pelos seus atos e escolhas’’.
1 João 4.18-19
As redes sociais estão repletas de pessoas marcadas pelo medo de não serem nada, de não serem aceitas, de não serem reconhecidas, de não serem lembradas, de não serem aprovadas, por mais que muitos relutem e se valham das mais sofisticadas racionalizações. Dou mais umas pinçadas, o medo de não ser mais útil, dentro de uma cultura voltada a elogiar os bem-sucedidos. O medo de não ser mais dotado de beleza, de jovialidade, de fascínio, a qual ainda atinge muito as mulheres. O medo de não ser vitima da violência. O medo de ser traído, enganado, maltratado e prejudicado. O medo de perceber o peso dos anos, diante do espelho, e considerar o quanto envelhecer doí. O medo da ingratidão. O medo de durante a jornada da existência, perguntar, será só isso mesmo, acordar para cumprir metas e mais metas. Enfim, são tantos medos, reais e outros fantasiosas, as quais são como cães do inferno, porque nos atormentam, nos atordoam, nos estreitam, nos depreciam, nos deprimem, nos desumanizam. Sem sombra de dúvida, o medo faz parte da vida, mostra e demonstra nossa fragilidade, nossa vulnerabilidade, nossa questão de compreender que há limites e o quanto devemos ser alcançados pela coragem para os enfrentar e não se alienar. Destarte, o texto da 1 Epístola de João 4.18–19 menciona a importância de se lançar ao verdadeiro amor, porque remove todo o medo. Vale anotar, não esse amor segundo as distorções dos homens, um amor de passionalidades e interesses escusos. Diametralmente oposto, o amor como a importância por se refazer e não permanecer na esfera de vítima e vergonha, por se deparar com o medo. Retomo ao fio da meada do texto citado, acima, esse amor personificado no Deus Ser Humano Jesus Cristo, movido por uma esperança que não renuncia a vida e nos faz ir adiante, mesmo diante dos dissabores e das tensões. E, vale dizer também, não enfoco o amor de conveniências, de formalidades, mas sim o amor que me leva a viver a transcendência de existir para o outro, sem o esfolar com minhas convicções. Ultimamente, parecer haver uma carência desse amor, desse se importar, desse transcender, desse ir além de recitações dominicais e, categoricamente, trilhar por uma autêntica mudança de ser e viver, de não se limita a questionar sobre quem é o meu próximo, mas onde está (e sempre está bem ao nosso lado). Sempre se torna de bom alvitre evocar, o amor de gente como eu e você, de gente com suas inquietações, com suas perdas, com suas derrotas, com suas desilusões, com suas cóleras, com suas descrenças, com suas vocações, com suas marcas. Presumidamente, os cães do inferno são personificados pelo discurso conformista da indiferença, de não olhar para os lados, de serem passivos diante dos tempos mórbidos da vida. Os cães do inferno podem se apresentar travestidos de uma santidade que não transpassa as fronteiras dos dogmas, de uma espiritualidade semo pulsar dignidade e integridade, de permanecerem atrelados a uma cruz abstrata, distante, fechada. Os cães do inferno mantêm as pessoas nos medos de um Deus perseguidor, selecionador de quem vai e de quem fica, de quem está aprovado ou abominado, de quem vai ser submetido a provas ou não. Os cães do inferno promovem pomos de discórdias entre as raças, as etnias, os gêneros, as pessoas, as idades e por aí vai. Os cães do inferno não nos ajudam a reconhecer os medos e nos oferecem os paliativos dos enganos, das mentiras, das farsas. Digo, novamente, o amor da Cruz do Ressurreto não foge da vida, anda pelas ladeiras de todas as nuances ou variações humanas, senta, escuta e, às vezes, nada diz, porque no próprio silêncio pode ocorrer um novo tempo.
Baruch Há Shem!
1 João 4.18-19
As redes sociais estão repletas de pessoas marcadas pelo medo de não serem nada, de não serem aceitas, de não serem reconhecidas, de não serem lembradas, de não serem aprovadas, por mais que muitos relutem e se valham das mais sofisticadas racionalizações. Dou mais umas pinçadas, o medo de não ser mais útil, dentro de uma cultura voltada a elogiar os bem-sucedidos. O medo de não ser mais dotado de beleza, de jovialidade, de fascínio, a qual ainda atinge muito as mulheres. O medo de não ser vitima da violência. O medo de ser traído, enganado, maltratado e prejudicado. O medo de perceber o peso dos anos, diante do espelho, e considerar o quanto envelhecer doí. O medo da ingratidão. O medo de durante a jornada da existência, perguntar, será só isso mesmo, acordar para cumprir metas e mais metas. Enfim, são tantos medos, reais e outros fantasiosas, as quais são como cães do inferno, porque nos atormentam, nos atordoam, nos estreitam, nos depreciam, nos deprimem, nos desumanizam. Sem sombra de dúvida, o medo faz parte da vida, mostra e demonstra nossa fragilidade, nossa vulnerabilidade, nossa questão de compreender que há limites e o quanto devemos ser alcançados pela coragem para os enfrentar e não se alienar. Destarte, o texto da 1 Epístola de João 4.18–19 menciona a importância de se lançar ao verdadeiro amor, porque remove todo o medo. Vale anotar, não esse amor segundo as distorções dos homens, um amor de passionalidades e interesses escusos. Diametralmente oposto, o amor como a importância por se refazer e não permanecer na esfera de vítima e vergonha, por se deparar com o medo. Retomo ao fio da meada do texto citado, acima, esse amor personificado no Deus Ser Humano Jesus Cristo, movido por uma esperança que não renuncia a vida e nos faz ir adiante, mesmo diante dos dissabores e das tensões. E, vale dizer também, não enfoco o amor de conveniências, de formalidades, mas sim o amor que me leva a viver a transcendência de existir para o outro, sem o esfolar com minhas convicções. Ultimamente, parecer haver uma carência desse amor, desse se importar, desse transcender, desse ir além de recitações dominicais e, categoricamente, trilhar por uma autêntica mudança de ser e viver, de não se limita a questionar sobre quem é o meu próximo, mas onde está (e sempre está bem ao nosso lado). Sempre se torna de bom alvitre evocar, o amor de gente como eu e você, de gente com suas inquietações, com suas perdas, com suas derrotas, com suas desilusões, com suas cóleras, com suas descrenças, com suas vocações, com suas marcas. Presumidamente, os cães do inferno são personificados pelo discurso conformista da indiferença, de não olhar para os lados, de serem passivos diante dos tempos mórbidos da vida. Os cães do inferno podem se apresentar travestidos de uma santidade que não transpassa as fronteiras dos dogmas, de uma espiritualidade semo pulsar dignidade e integridade, de permanecerem atrelados a uma cruz abstrata, distante, fechada. Os cães do inferno mantêm as pessoas nos medos de um Deus perseguidor, selecionador de quem vai e de quem fica, de quem está aprovado ou abominado, de quem vai ser submetido a provas ou não. Os cães do inferno promovem pomos de discórdias entre as raças, as etnias, os gêneros, as pessoas, as idades e por aí vai. Os cães do inferno não nos ajudam a reconhecer os medos e nos oferecem os paliativos dos enganos, das mentiras, das farsas. Digo, novamente, o amor da Cruz do Ressurreto não foge da vida, anda pelas ladeiras de todas as nuances ou variações humanas, senta, escuta e, às vezes, nada diz, porque no próprio silêncio pode ocorrer um novo tempo.
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