Big Brother Brasil 9

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No dia 13 de janeiro, na tela da Rede Globo, começou a nona edição do Big Brother Brasil e certamente milhões de telespectadores já estão antenados neste programa que é um sucesso incontestável. Esse reality show talvez seja o mais atraente programa da televisão brasileira de todos os tempos, pois ele consegue atrair e agradar pessoas de todas as idades, haja vista a grande audiência do mesmo.

Há pessoas que fazem qualquer coisa para não perder essa atração, outras pedem para alguém gravar para assistir depois ou gravam para assistir de novo. De repente, milhões de pessoas, religiosamente, ligam os seus televisores, sintonizam a Globo e não veem a hora de começar o show. O conhecido dramaturgo Nelson Rodrigues disse certa vez que "toda unanimidade é burra". Considerando a grande popularidade desse programa e o seu baixíssimo nível, há que se concluir que Nelson Rodrigues tinha razão.

Nesta edição, 18 pessoas participam desse jogo onde literalmente vale tudo e a ordem é se liberar e fazer o que tiver vontade, ou seja, apimentar o ambiente. E nesse ritmo apararecem de tudo: vilões, mocinhos, mocinhas com suas brincadeiras e seus trejeitos, às vezes meio sem jeito, mas do jeito que o telespectador gosta. Muitas discussões, briguinhas e nudez à vontade para mexer com o "público de casa" e despertar a sua libido. Para tanto, os participantes são escolhidos a dedo analisando cada detalhe, por menor que seja, como garantia de sucesso total da programação. E tem as torcidas e os comentários, alguns maldosos, outros admirados e até emocionados. O telespectador analisa cada nuance, cada detalhe e observa atentamente as formas dos participantes como se estivesse diante de uma vitrine. O BBB, aliás, é uma grande vitrine onde corpos são expostos para serem admirados, desejados, invejados e consumidos com os olhos.

Neste programa, o que menos importa é o conteúdo. Não se analisa e nem se discute o que os participantes falam; se é proveitoso ou não. Em uma das edições passadas, tivemos uma participante que falava e cantava tudo errado e ficou muito famosa exatamente por esse detalhe. Não se critica a postura nem os gestos, afinal, se trata de um reality show e todos podem ficar a vontade e fazer o que bem desejarem. É a cara da nossa televisão que na verdade se transformou numa imensa lata de lixo, com raras exceções. Quanto pior o programa, do ponto de vista educativo, mais audiência ele tem e, portanto, mais faturamento ele consegue carrear para os seus organizadores.

O telespectador, em geral, gosta disto e se delicia com essas exibições. Homens e mulheres com os corpos "sarados" andando seminus pela casa ou se tocando pelos cantos... promiscuidade em volta de uma piscina, casais na cama se acariciando... Este é o retrato, o modelo de um programa de sucesso que atrai milhões de telespectadores em todo o Brasil.

Enfim, já começou a nona edição do Big Brother Brasil. Programa esse que apesar de ser tão popular, também divide as opiniões e causa polêmica entre as pessoas. Muita gente, inclusive, o acha simplesmente nojento e altamente prejudicial à sociedade. Não são os "falsos moralistas" que afirmam, mas muitos estudiosos entendem que se trata de um desserviço prestado à familia brasileira. Não sei até que ponto isto é verdade, mas o BBB é no mínimo discutível. Afinal, o que pode haver de bom em toda essa apelação, em toda essa exploração que não diz coisa com coisa? Só brigas, palavrões, baixaria, exposição exagerada de corpos como se fosse um grande mercado de carne sem nenhum contéudo útil, sem nehuma mensagem proveitosa.

Isto é muito estranho, pois lá estão seres humanos que aparentemente são manipulados e a tudo aceitam em nome da fama, do dinheiro e da popularidade. É lamentável que se gaste tanto dinheiro e tanto tempo com um programa de tão baixo nível. A Rede Globo com esse programa consegue atrair a atenção de milhões de telespectadores em todo o Brasil e dessa forma aumenta em muitos milhões de reais o seu faturamento. Como diz o Pedro Bial: "pode espiar a vontade". Mas será que vale a pena?

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Opinião do leitor