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Palavra do leitor

Bebendo da fonte

Uma das maravilhas de se morar em Brasília é poder ter acesso à biodiversidade de um dos ecossistemas mais belos do Brasil: o Cerrado, um bioma do tipo savana exclusivo da América do Sul. Recentemente tive a oportunidade de caminhar por um trecho desse belo espaço natural quando em visita ao acampamento Gileade (cujo nome significa "monte do testemunho") nas proximidades da Capital Federal.

Depois de alguns minutos de caminhada, como se não bastasse a beleza da vegetação, com seus arbustos e pequenas árvores de troncos tortuosos e casca e folhas grossas e a visão panorâmica típica de uma região de morros, deparei-me com uma mina d’água. Isso mesmo, uma fonte que jorrava das pedras uma água cristalina, pronta e desejosa de ser bebida. Que privilégio, pensei. Não perdi tempo. Me abaixei e passei a deliciar-me com aquela água oriunda das profundezas da Terra. Talvez, pensei eu, nunca tivesse bebido uma água tão limpa, tão pura, tão cheia de vida. Que momentos únicos, simples, porém, únicos esses em que Deus nos permite ter para, só assim, perceber, em detalhes, a beleza e a singularidade das suas obras.

Beber da fonte...Quem de nós não gostaria de ter o prazer de usufruir de todas as coisas com o máximo de pureza, para assim termos uma vida de mais qualidade e saúde? Não é à toa que muitos ao redor do mundo estão indo morar nas áreas rurais, no campo, perto dos animais, longe do barulho e da sujeira dos espaços urbanos e desumanos. Todos buscando, no fundo, beber da fonte, encontrar uma mina que possa fornecer água límpida e transparente, como aquela do Gileade.

Assim acontece com nossos relacionamentos. Buscamos nos outros o que possa haver de melhor e tentamos tirar e dar de nós o que pensamos ser o mais puro e verdadeiro. Estamos sempre à procura da fonte, do início, do nascedouro. Quando crianças parece que estamos mais próximos da fonte, parece que ainda conseguimos, talvez pela inocência e sinceridade, alcançar com mais facilidade o coração do outro e, assim, construir pontes que nos possibilitam conexões mais belas e mais vívidas. Todavia, com o passar do tempo e com as amarguras da vida adulta, nossa visão vai ficando turva e muitas pontes são quebradas e conexões, desfeitas. O belo dá lugar à feiura e à violência de palavras que, como flechas, produzem dor e morte. Pensamos que podemos dar e receber do melhor que existe, mas logo descobrimos a herança adâmica que nos colocou longe do Pai, e portanto, longe do outro. Nos distanciamos da Fonte dando ouvidos a vozes estranhas que nos levam a caminhos de morte.

Mas, nem tudo está perdido. Ainda temos acesso à fonte de água viva. Ainda podemos ser banhados e embebidos de uma mina que nunca seca, cuja água é capaz de matar a sede de uma alma que procura, desesperadamente, saciar e preencher o vazio e a secura produzidos por uma caminhada sem propósitos, desfocada, longe do alvo para o qual foi destinada. Adorando ídolos, entrando em rebeldia contra o Altíssimo, muitos têm colocado sua esperança em sistemas humanos fadados ao fracasso. Andam em círculos, como um barco à deriva no profundo mar.

Aquele encontro com a mina me fez lembrar de um outro, ocorrido entre um rabino e uma mulher que viera buscar do líquido precioso num antigo poço. Sob o sol escaldante do meio-dia, depois de uma caminhada árdua pelo deserto, o andarilho chega a uma cidade chamada Sicar e ali teve início um dos diálogos mais profundos da História quando Jesus pede água àquela jovem cujo futuro seria totalmente transformado.

"- O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor me pede água? (Ela disse isso porque os judeus não se davam com os samaritanos).
Então Jesus disse: Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida." João 4.9-10

Sim, há uma fonte de "água da vida". Que você possa se encontrar hoje com ela, a Fonte de toda Bondade e tomar dela, diretamente, essa água que sacia toda a sede e que faz abrir os olhos da alma.

O belo do deserto e da aridez está em nos deparar com nossa humanidade e fragilidade e assim, termos a oportunidade de enxergar e perceber os milagres em volta de nós, preparados e produzidos por um Deus amoroso, que não se cansa de criar e de cuidar daqueles que vêm ao seu encontro e, rendidos, se deixam ser saciados, lavados e curados pelas águas tranquilas que emanam do Seu interior.

Francisco Antonio - Tony
faos.ead@gmail.com
Brasília - DF
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