Palavra do leitor
- 29 de fevereiro de 2012
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As zebras têm listras brancas e pretas, ou é o contrário?
Perguntaram a Santo Agostinho, cinicamente, o que é que Deus fazia antes de criar o mundo? Na bucha: “Preparava o inferno para pessoas com perguntas idiotas!”.
Marcos registra uma passagem curiosa, em dois sentidos. Via de regra se pensa Jesus como uma figura andando sobre ovos, leve, etérea, diáfana, quase um espírito desembainhado. Se precisasse comer alguma coisa, bastaria um estalar de dedos e as iguarias se punham diante de si.
Por outro lado, muitos se escandalizam com a cena do templo botando para quebrar. Não conseguiriam imagina-lo com raiva, soltando impropérios em cima de vendilhões.
Gosto de pensar Jesus como alguém de humor fino, alegre, por vezes taciturno, sim, mas festeiro também, no melhor sentido da expressão (bodas de Caná). E também com uma tremenda verve. Eis uma delas.
“E tornaram a Jerusalém, e,
Andando ele pelo templo,
Os principais dos sacerdotes,
E os escribas, e os anciãos,
Aproximaram-se dele.
E lhe disseram:
COM QUE AUTORIDADE FAZES TU ESTAS COISAS?
Ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas?”
“Mas Jesus, respondendo, disse-lhes:
Também eu vos perguntarei uma coisa,
E respondei-me; e então vos direi com que autoridade faço estas coisas:
O BATISMO DE JOÃO ERA DO CÉU OU DOS HOMENS?”
“E eles arrazoavam entre si, dizendo:
Se dissermos: Do céu, ele nos dirá:
Então por que o não crestes?
Se, porém, dissermos:
Dos homens, tememos o povo.
Porque todos sustentavam que João verdadeiramente era profeta.
E, respondendo, disseram a Jesus:
Não sabemos.”
“E Jesus lhes replicou:
TAMBÉM EU VOS NÃO DIREI COM QUE AUTORIDADE FAÇO ESTAS COISAS!”
Na bucha! Agora vejam essa:
Na praça, os meninos queriam brincar. Alguém precisava tocar a flauta para dançar, é momento de alegria. Mas eles se recusavam. Muda-se o disco e a brincadeira: funeral, tristeza. Um grupo tem que chorar. Mas de novo eles não querem participar.
“Nós tocamos flauta,
E não dançastes;
Entoamos lamentações,
E não chorastes.”
Tem certas coisas que mesmo claras como a luz do dia, ainda assim há os que teimam em nega-las, recusa-las, rejeita-las. Nesse caso não há resposta que dê jeito! Não adianta mesmo, é inútil.
Pascoal Luiz Pitta foi o segundo missionário da IPB em Portugal (1925). Tinha uma verve, além de tremenda espirituosidade.
Conta-se que certa feita distribuía folhetos convidando transeuntes a entrar para o culto quando um português recusou e ainda disse: “Não entro em igreja de Protestante. Está cheia de hipócritas!” Pitta, na bucha: “... ainda tem lugar para mais um!”.
Volto ao texto inicial dos Fariseus e a pegadinha: “diga lá, Mestre, quem lhe deu tal autoridade?” Na bucha, responde Jesus: “Se me disserem se o batismo de João é daqui mesmo ou veio lá ‘de cima’, eu respondo a de vocês.”
Percebendo a pegadinha, responderam que não sabiam o que na verdade sabiam. De novo Jesus: “nem eu conto de onde vem minha autoridade!” Muito embora não tivesse dúvida alguma da sua origem!
As zebras são realmente brancas com listras pretas, ou pretas com listas brancas? Sabe-se hoje que o ventre do animal é geneticamente branco com listras pretas. Se se raspar os pelos, perceber-se-á que ele nasce esbranquiçado e somente depois escurece!
Pouco importa a cor, funcionam como excelente adaptação para camuflagem quando andam em grupo, dificultando a visão do seu principal predador, o leão. Percebendo a ameaça, elas correm em grupo de um lado para o outro, confundindo o leão que não consegue determinar o ‘GPS visual’: não sabe onde começa nem termina uma zebra da outra, e erram o bote!
Jesus confundiu os Fariseus. Avançaram como leões e se deram mal.
É um desses acontecimentos onde Ele se revela uma pessoa profundamente humana e sabe com uma verve incrível e fina fazer valer sua pessoa e autoridade. Noutra situação, ele diria que não se deveria jogar pérola aos porcos!
No mesmo Evangelho de Marcos, Jesus solta uma expressão, dessa vez desconcertante: “Aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam!”.
Contrário ao que muita gente acha, não creio que o Evangelho seja para um grupo de iluminados, e nem tão abrangente que açambarque um grupo de pessoas que declaram ser (Evangélicos) quando na verdade não o são. O evangelho não é nem para o ‘povão’, nem para as ‘elites’.
As zebras têm listras pretas sobre fundo branco sim. Jesus mandou às favas os Fariseus e vez por outra confundia as pessoas porque a arte do engano não é uma safadeza humana, mas recurso à sobrevivência e autoridade.
Tal qual o universo da mente evangélica: esta não é privilégio do populacho nem de iluminados, mas hábito de vida de poucos. Quem? Somente para os EFICIENTES!
A EFICIÊNCIA está na combinação da opinião que temos sobre uma questão de modo a ser coincidente com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Isto é, sem isso (eficiência) a vida é dolorosa e desprovida de encanto.
O mundo é dos EFICIENTES, não dos ELEITOS.
Marcos registra uma passagem curiosa, em dois sentidos. Via de regra se pensa Jesus como uma figura andando sobre ovos, leve, etérea, diáfana, quase um espírito desembainhado. Se precisasse comer alguma coisa, bastaria um estalar de dedos e as iguarias se punham diante de si.
Por outro lado, muitos se escandalizam com a cena do templo botando para quebrar. Não conseguiriam imagina-lo com raiva, soltando impropérios em cima de vendilhões.
Gosto de pensar Jesus como alguém de humor fino, alegre, por vezes taciturno, sim, mas festeiro também, no melhor sentido da expressão (bodas de Caná). E também com uma tremenda verve. Eis uma delas.
“E tornaram a Jerusalém, e,
Andando ele pelo templo,
Os principais dos sacerdotes,
E os escribas, e os anciãos,
Aproximaram-se dele.
E lhe disseram:
COM QUE AUTORIDADE FAZES TU ESTAS COISAS?
Ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas?”
“Mas Jesus, respondendo, disse-lhes:
Também eu vos perguntarei uma coisa,
E respondei-me; e então vos direi com que autoridade faço estas coisas:
O BATISMO DE JOÃO ERA DO CÉU OU DOS HOMENS?”
“E eles arrazoavam entre si, dizendo:
Se dissermos: Do céu, ele nos dirá:
Então por que o não crestes?
Se, porém, dissermos:
Dos homens, tememos o povo.
Porque todos sustentavam que João verdadeiramente era profeta.
E, respondendo, disseram a Jesus:
Não sabemos.”
“E Jesus lhes replicou:
TAMBÉM EU VOS NÃO DIREI COM QUE AUTORIDADE FAÇO ESTAS COISAS!”
Na bucha! Agora vejam essa:
Na praça, os meninos queriam brincar. Alguém precisava tocar a flauta para dançar, é momento de alegria. Mas eles se recusavam. Muda-se o disco e a brincadeira: funeral, tristeza. Um grupo tem que chorar. Mas de novo eles não querem participar.
“Nós tocamos flauta,
E não dançastes;
Entoamos lamentações,
E não chorastes.”
Tem certas coisas que mesmo claras como a luz do dia, ainda assim há os que teimam em nega-las, recusa-las, rejeita-las. Nesse caso não há resposta que dê jeito! Não adianta mesmo, é inútil.
Pascoal Luiz Pitta foi o segundo missionário da IPB em Portugal (1925). Tinha uma verve, além de tremenda espirituosidade.
Conta-se que certa feita distribuía folhetos convidando transeuntes a entrar para o culto quando um português recusou e ainda disse: “Não entro em igreja de Protestante. Está cheia de hipócritas!” Pitta, na bucha: “... ainda tem lugar para mais um!”.
Volto ao texto inicial dos Fariseus e a pegadinha: “diga lá, Mestre, quem lhe deu tal autoridade?” Na bucha, responde Jesus: “Se me disserem se o batismo de João é daqui mesmo ou veio lá ‘de cima’, eu respondo a de vocês.”
Percebendo a pegadinha, responderam que não sabiam o que na verdade sabiam. De novo Jesus: “nem eu conto de onde vem minha autoridade!” Muito embora não tivesse dúvida alguma da sua origem!
As zebras são realmente brancas com listras pretas, ou pretas com listas brancas? Sabe-se hoje que o ventre do animal é geneticamente branco com listras pretas. Se se raspar os pelos, perceber-se-á que ele nasce esbranquiçado e somente depois escurece!
Pouco importa a cor, funcionam como excelente adaptação para camuflagem quando andam em grupo, dificultando a visão do seu principal predador, o leão. Percebendo a ameaça, elas correm em grupo de um lado para o outro, confundindo o leão que não consegue determinar o ‘GPS visual’: não sabe onde começa nem termina uma zebra da outra, e erram o bote!
Jesus confundiu os Fariseus. Avançaram como leões e se deram mal.
É um desses acontecimentos onde Ele se revela uma pessoa profundamente humana e sabe com uma verve incrível e fina fazer valer sua pessoa e autoridade. Noutra situação, ele diria que não se deveria jogar pérola aos porcos!
No mesmo Evangelho de Marcos, Jesus solta uma expressão, dessa vez desconcertante: “Aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam!”.
Contrário ao que muita gente acha, não creio que o Evangelho seja para um grupo de iluminados, e nem tão abrangente que açambarque um grupo de pessoas que declaram ser (Evangélicos) quando na verdade não o são. O evangelho não é nem para o ‘povão’, nem para as ‘elites’.
As zebras têm listras pretas sobre fundo branco sim. Jesus mandou às favas os Fariseus e vez por outra confundia as pessoas porque a arte do engano não é uma safadeza humana, mas recurso à sobrevivência e autoridade.
Tal qual o universo da mente evangélica: esta não é privilégio do populacho nem de iluminados, mas hábito de vida de poucos. Quem? Somente para os EFICIENTES!
A EFICIÊNCIA está na combinação da opinião que temos sobre uma questão de modo a ser coincidente com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Isto é, sem isso (eficiência) a vida é dolorosa e desprovida de encanto.
O mundo é dos EFICIENTES, não dos ELEITOS.
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