As interrogações do profeta Jeremias

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"Meu Deus, o Senhor age com justiça quando apresento uma causa na sua presença. Agora eu gostaria de falar com o Senhor a respeito da justiça: Por que as pessoas más e desonestas prosperam? Por que os falsos e traidores vivem sem problemas?". (Jeremias 12.1)

O livro do profeta Jeremias sempre chamou a minha atenção pelo tom como ele falava e questionava, muitas vezes de forma contundente. Talvez seja por isto que Jeremias é conhecido o "profeta chorão", pois quando questionamos algo sempre o fazemos de forma direta, clara e objetiva e isto mexe muito com as nossas emoções. Interrogar e perguntar a Deus de forma incisiva é próprio do cristão, vemos esse exemplo em toda a Bíblia. Nas orações e até no louvor e na pregação é comum vermos isto. Fui membro muitos anos de uma igreja que gostava de orar de joelhos e alguns até colocavam a boca no pó. Claro que isto não era uma doutrina, ou uma exigência, mas as pessoas tinham liberdade para orar e se expor diante de Deus. Algumas pessoa, provavelmente, achavam isto estranho, mas essas pessoas podiam orar sentadas, ou nem orar. Ninguém é obrigado a orar, ou a cantar em nenhuma igreja, creio eu. Por outro lado, as pessoas não devem ser rotuladas ou obrigadas a seguir os costumes de quaisquer igrejas. Não faz muitos anos, eu fui a uma igreja tradicional e como normalmente faço me ajoelhei para orar. Foi uma oração rápida que eu poderia ter feito sentado, mas orar ajoelhado sempre foi um costume antigo que eu aprendi com o meu pai. Quando me levantei da oração percebi que algumas pessoas estranharam aquele meu gesto. Depois fiquei pensando: Imagina qual não seria a reação se eu tivesse colocado a boca no pó, como fazia Jeremias e tantos outros profetas e servos de Deus. Os costumes são importantes, mas não devem ser obrigatórios, ou serem uma exigência. Cada pessoa tem um sentimento e na Bíblia tem espaço para todos os costumes, ou doutrinas. Jeremias orava, clamava, chorava, jejuava até que Deus o ouvisse e viesse em seu socorro. isto não significa que devemos fazer o mesmo, mas se alguém faz não devemos ignorar e muito menos zombar. Por isto existem tantas igrejas, com tantos costumes (que chamam de doutrina). Hoje tem igrejas para tudo e para todos, ninguém pode mais reclamar. Cada uma tem a "sua verdade", a sua doutrina, suas normas e costumes. Até por isso tem gente que passa por várias igreja, se batiza várias vezes e fica parecendo um ermitão. Esse é um direito da pessoa e muitas vezes é uma necessidade para se firmar na verdade. Conheço igrejas que pregam para os membros das outras, fazem visitas sempre na tentativa de "comprar a pessoa". E essas igrejas geralmente são as maiores e tem os templos mais lindos e são bem organizadas. Em suma, isto faz parte das religiões e creio que já existia no tempo de Cristo. Hoje, evidentemente, aumentou muito e já existe praticamente uma indústria de igrejas. Sempre quando me procuram para falar ou questionar alguma coisa eu procuro apenas falar de Jesus, não envolvo igrejas porque cada um tem a sua e deve ficar firme nela. Prefiro falar de Jesus porque Ele é o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega, enquanto as igrejas, em geral, são organizações humanas. Jeremias, no seu tempo, viveu a realidade daquele tempo. Era diferente de hoje, mas a essência não mudou. Ainda hoje interrogamos a Deus a respeito da Justiça porque no mundo há muita injustiça e nem sempre podemos confiar na justiça dos homens. Jeremias questionou a Deus: "Por que as pessoas más e desonestas prosperam? Por que os falsos e traidores vivem sem problemas?". Como filhos, podemos interrogar a Deus e ele como um Pai amoroso saberá nos atender e nos responder. Devemos ter intimidade com o nosso Pai. Ele, com certeza, estará sempre pronto e nos atender e responderá todas as nossas indagações.

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Opinião do leitor