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Palavra do leitor

As drogas e o esfacelamento social

O tecido social, podemos dizer, está para o homem assim como o substrato está para um organismo vivo. É o meio nutriente que permite seu desenvolvimento – tornar-se humano, "vir a ser".

No contato com o outro é que ocorre a individuação do eu. Como diz Buber, eu e o outro não podem existir sozinhos, são existentes em relação.

Percebe-se que a civilização, já tenho reservas de chamar humanidade, caminha no sentido de desconfigurar este sistema básico do existir. Dirigi-se para o individualismo, o isolamento e a segregação. Este movimento tende a enfraquecer os fios de ligação do tecido social tornando-o atraente a agentes desreguladores do equilíbrio deste substrato e permitindo a instalação de subsistemas pseudoreparadores que vão ampliar mais rápida e profundamente o esfacelamento da teia social. São estes agentes que nomeio de “drogas”.

A primeira droga e mãe de todas elas certamente foi a serpente no Éden. A sua promessa é a deixa primordial que vai possibilitar a existência de todas as outras drogas que vem depois – …”sereis como deus”…”.

A segunda droga é a idolatria, o talismã que vai assegurar os meios para obtenção da promessa da serpente. Se na antiguidade, os ídolos eram mudos, hoje, dividem espaço com os que são falantes. Tem seguidores aos milhares e, ao mesmo tempo que armadilham os grupos, são por eles armadilhados. Negam o corpo e a existência do ser (templo do Deus vivo), e impedem a interação social ao transformar o grupo numa grande orelha que só recebe a informação que “precisam” para seguí-los, sem réplicas. Essa é uma droga que promove o ajuntamento de pessoas, mas destrói as relações sociais, nos rituais de anestesiamento e fuga da realidade. Retira o homem do meio social natural (criado por Deus) e forja um ambiente de relacionamento pirateado (falso). Vivem nela e dela todas as religiões e seitas.

A terceira droga é a tecnologia da informação, que definitivamente dá adeus ao corpo (templo do Deus vivo) e atrai os milhões a si. Formam-se as redes sociais que se estabelecam em torno de uma idéia. Estabelece-se relacionamentos emocionais e até sexuais sem o peso do corpo e sua Verdade. Vem preencher os espaços que não foram supridos, mas alargados, por suas precedentes. A máquina imobiliza o homem e diminui consideravelmente suas possibilidades de interação-verdade-realidade.

A quarta e última droga, aquela que dará o golpe final na humanidade implantando o ambiente de caos que prevê os evangelhos, são as drogas químicas. E quando falo drogas químicas não estou só a me referir aquelas social ou legalmente inaceitáveis, mas também as que são produzidas e recomendadas pelos doutores da ciência – a medicação analgésica e psicotrópica para as mais variadas finalidades.

A sociedade está se alienando e anestesiando, através do congelamento de sua energia vital. A evitação do corpo, da dor, de seus anseios e emoções está forjando uma civilização fragilizada que tem medo da vida. A drogadependência é a sua fuga. O seu sono e os seus sonhos começam a serem construídos quimicamente, sem sua participação, seu esforço ou engajamento. Um contingente muito grande de jovens e adultos está optando pelo não enfrentamento das dores da transformação e da experiência terrena. As dores que preparam o homem da eternidade. Em busca da promessa da serpente, estão se destruindo a si e entre si.

Concluimos que a promessa da serpente quanto menos se estabelece como verdade, porque é mentira, mais ganha fôlego. Estar vivo e ser capaz de superar os obstáculos e desafios da vida sem ser adulterado na sua essência humana não mais satisfaz o coração do homem; receber a promessa de que Deus habita no corpo de cada um de nós e nos prepara para uma vida eterna através de nossas privações, também não. É preciso ser deus, é preciso levar a vida dos deuses, seja pelo reconhecimento, seja pelo capital. Esta é a vida anestesiada e enganosa que a serpente promete.

A guerra que se estabeleceu lá no Éden, longe e invisivel aos nossos olhos, está sendo formatada no cotidiano e só os cegos não podem ou não querem ver.
Recife - PE
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