Palavra do leitor
- 14 de abril de 2009
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As coisas mudam...
Vi um cárcere romano. Uma placa que acompanha as fotos nos afirma que é o mesmo local onde foi preso o apóstolo Pedro e onde em outra ocasião o não menos apóstolo Paulo teve o desprazer de ser encerrado. Desconcertante.
Conheci cadeias e conheci algumas das piores que possam imaginar. Experimentei situações que citá-las não me atrevo, pois não serei eu a perturbar os irmãos com histórias que já não são e querer auferir simpatia ou solidariedade contando sobre as surras e maus-tratos da prisão é dolo, má-fé.
Apoiar-me e usar artifícios que condeno é a forma mais eficiente de cair em descrédito e voltar aos velhos hábitos do velho homem de reprovável proceder. Quando ouço o testemunho de um ex- um monte de coisas detalhando os terrores da corró, do quartinho, da peia de manta, da manicure e toda sorte de "gentilezas" que a nova criatura enfrentou me lembro de onde fui resgatado e prá onde fui transportado. Cl 1: 13, 14.
Conheço Onésimos por todo este país e fora dele com histórias as mais variadas; certamente há algumas que de tão brandas fazem-me parecer um sobrevivente do Holocausto enquanto outras há que me tornam um sério candidato a personagem do livro “As mais belas histórias”; este eu li quando criança, presente de mamãe.
Todos os Onésimos que conheço se esforçam no prazer sem igual de conhecer o Senhor e torná-Lo conhecido de muitos.
Tais homens se alegram; eu me alegro, ao ver a mão levantada no meio da multidão, o passo inseguro em direção ao Senhor que convida em tom de desafio, o ajoelhar desajeitado, as mãos pra cima, entregues; mais um perdido que se rende ao amor de Cristo Jesus.
O capítulo 16 de Atos, a partir do versículo 23 registra: “ E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco.”
Os açoites foram ilegais, sendo Paulo e Silas cidadãos romanos (v. 37 ), e os pés presos no tronco também, era um tratamento dispensado a malfeitores; seria justo se Paulo e Silas gritassem por seus direitos civis, um abuso! ( pensava que era coisa do meu tempo ).
Com pérfida riqueza de detalhes os pseudo-Onésimos distrairiam os crentes caçadores de aventuras por horas. Ainda bem que Paulo e Silas eram homens ocupados e envolvidos demais com o Evangelho para gastar precioso tempo entretendo desocupados com histórias de cadeia.
Mas o capítulo 16 de Atos continua a história: “ Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.” Conheci cadeias, conheci algumas das piores que possam imaginar, mas em nenhuma delas vi dois presos depois de açoitados, cantarem.
Isso me faz lembrar o apóstolo Pedro escrevendo: “Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.” I Pedro 4: 15,16.
Assim eu entendo a atitude de Paulo e Silas, louvar a Deus por serem dignos de sofrer por serem cristãos; é mais, é muito mais do que se pode pedir ou pensar; quando o coração se aquece, indagamos: somos dignos da afronta pelo honroso nome de crentes?
O capítulo 16 de Atos conclui: “ De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos.” Ao ouvirem a pergunta do carcereiro, Paulo e Silas não evangelizam aquele homem assustado, não era necessário, Deus se fez conhecer, Deus pregou naquela noite, Paulo e Silas só cuidaram da liturgia e fizeram o apelo.
Naquela prisão Deus estava presente, pois os homens que lá foram lançados sofreram por serem cristãos e não por serem ladrões, assassinos ou malfeitores. Paulo e Silas seguiram viagem após serem libertados, e continuaram a fazer a mesma coisa que os levou à prisão, pregar e viver o evangelho, sem mencionar os açoites e o tronco.
Insisto na questão do testemunho de crentes resgatados do submundo, me lembro de um poema de Sarah P. Kalley que lamenta gastarmos tanto tempo falando somente do pecado, do inferno e de satanás; Paulo declara que o Reino de Deus é... “ Justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Rm 14: 17b.
Também já acreditei que relatando todos os horrores vividos no submundo faria as pessoas se desapontarem com o pecado e correrem para Deus; não funciona assim, é Deus, na pessoa do Espírito Santo quem convence e vence a distância, as barreiras, e se aloja amorosamente no coração daqueles que ouvem a Sua voz e aceitam o desafio de nunca mais sofrerem como malfeitores; como crentes, se preciso. Com Jesus, as coisas mudam... Salmos 113: 7,8.
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida www.mvida.org.br / www.sola-scriptura.com)
Conheci cadeias e conheci algumas das piores que possam imaginar. Experimentei situações que citá-las não me atrevo, pois não serei eu a perturbar os irmãos com histórias que já não são e querer auferir simpatia ou solidariedade contando sobre as surras e maus-tratos da prisão é dolo, má-fé.
Apoiar-me e usar artifícios que condeno é a forma mais eficiente de cair em descrédito e voltar aos velhos hábitos do velho homem de reprovável proceder. Quando ouço o testemunho de um ex- um monte de coisas detalhando os terrores da corró, do quartinho, da peia de manta, da manicure e toda sorte de "gentilezas" que a nova criatura enfrentou me lembro de onde fui resgatado e prá onde fui transportado. Cl 1: 13, 14.
Conheço Onésimos por todo este país e fora dele com histórias as mais variadas; certamente há algumas que de tão brandas fazem-me parecer um sobrevivente do Holocausto enquanto outras há que me tornam um sério candidato a personagem do livro “As mais belas histórias”; este eu li quando criança, presente de mamãe.
Todos os Onésimos que conheço se esforçam no prazer sem igual de conhecer o Senhor e torná-Lo conhecido de muitos.
Tais homens se alegram; eu me alegro, ao ver a mão levantada no meio da multidão, o passo inseguro em direção ao Senhor que convida em tom de desafio, o ajoelhar desajeitado, as mãos pra cima, entregues; mais um perdido que se rende ao amor de Cristo Jesus.
O capítulo 16 de Atos, a partir do versículo 23 registra: “ E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco.”
Os açoites foram ilegais, sendo Paulo e Silas cidadãos romanos (v. 37 ), e os pés presos no tronco também, era um tratamento dispensado a malfeitores; seria justo se Paulo e Silas gritassem por seus direitos civis, um abuso! ( pensava que era coisa do meu tempo ).
Com pérfida riqueza de detalhes os pseudo-Onésimos distrairiam os crentes caçadores de aventuras por horas. Ainda bem que Paulo e Silas eram homens ocupados e envolvidos demais com o Evangelho para gastar precioso tempo entretendo desocupados com histórias de cadeia.
Mas o capítulo 16 de Atos continua a história: “ Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.” Conheci cadeias, conheci algumas das piores que possam imaginar, mas em nenhuma delas vi dois presos depois de açoitados, cantarem.
Isso me faz lembrar o apóstolo Pedro escrevendo: “Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.” I Pedro 4: 15,16.
Assim eu entendo a atitude de Paulo e Silas, louvar a Deus por serem dignos de sofrer por serem cristãos; é mais, é muito mais do que se pode pedir ou pensar; quando o coração se aquece, indagamos: somos dignos da afronta pelo honroso nome de crentes?
O capítulo 16 de Atos conclui: “ De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos.” Ao ouvirem a pergunta do carcereiro, Paulo e Silas não evangelizam aquele homem assustado, não era necessário, Deus se fez conhecer, Deus pregou naquela noite, Paulo e Silas só cuidaram da liturgia e fizeram o apelo.
Naquela prisão Deus estava presente, pois os homens que lá foram lançados sofreram por serem cristãos e não por serem ladrões, assassinos ou malfeitores. Paulo e Silas seguiram viagem após serem libertados, e continuaram a fazer a mesma coisa que os levou à prisão, pregar e viver o evangelho, sem mencionar os açoites e o tronco.
Insisto na questão do testemunho de crentes resgatados do submundo, me lembro de um poema de Sarah P. Kalley que lamenta gastarmos tanto tempo falando somente do pecado, do inferno e de satanás; Paulo declara que o Reino de Deus é... “ Justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Rm 14: 17b.
Também já acreditei que relatando todos os horrores vividos no submundo faria as pessoas se desapontarem com o pecado e correrem para Deus; não funciona assim, é Deus, na pessoa do Espírito Santo quem convence e vence a distância, as barreiras, e se aloja amorosamente no coração daqueles que ouvem a Sua voz e aceitam o desafio de nunca mais sofrerem como malfeitores; como crentes, se preciso. Com Jesus, as coisas mudam... Salmos 113: 7,8.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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