Palavra do leitor
- 26 de março de 2009
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Arruma a cangalha na cacunda
Era mais uma das crises de Jeremias. Por que as pessoas más se dão bem? Eles não respeitam nada. Só pensam em si mesmas. Parecem aquelas mangueiras centenárias enormes. Dão fruto, tem raízes profundas. São religiosos, imagine. Não tiram o nome 'Deus" da boca. Mas só da boca pra fora. O Senhor devia destruí-los. Até quando eles vão explorar a terra como se fossem seus donos, deixando atrás de si um rastro de morte e poluição? E fazem tudo isso sem o menor remorso ou temor de castigo.
Resposta de Deus a Jeremias: “Se correndo com os pedestres você se cansa, como poderá competir com os cavalos? Se você não se sente seguro numa região pacífica, o que fará na floresta do Jordão?” (Jr 12.5 – EP) A Nova Versão Internacional diz na segunda metade do versículo: “Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” (Jr 12.5b – NVI)
Em bom português, com ou sem mudança ortográfica, o que Deus diz é: “Arruma a cangalha na cacunda que a rapadura é doce, mas não é mole não” E acrescenta: “Rosas têm espinhos, e pedras no caminho / Daqui até a cidade é pra mais de tantas léguas / Firma o passo, segue em frente, / Que essa luta não tem trégua / Fica na beira da estrada quem o fardo não carrega”. (letra da música Feirante – João Alexandre)
Vem cá, ouve. Seu senso de justiça funciona, não poucas vezes, como uma espécie de âncora que lhe pára no meio da viagem. Ele se torna a desculpa perfeita para camuflar seus senões para um envolvimento direto nas causas que parecem corretas e pedem intervenção. Ou por outra, eles escondem seu sentimento de incapacidade, seu despreparo. Como aqueles de quem você se escandaliza, que usam o meu nome apenas na boca, também você está paralisado, apenas falando. Se se ocupasse de sua missão, carregasse seu fardo, não teria tempo para estar à beira da estrada, assistindo o desmantelo do mundo.
Quem disse que seu papel é apontar os defeitos do mundo ou das pessoas? Arre com tanto diagnóstico! Não estou preocupado com estes falsos religiosos, com esta cambada de destruidores. É porque não me importo? Longe disso. Eles fazem parte da paisagem das relações humanas. Eles existem, ponto. Minha “preocupação” é com aqueles que perceberam que tem um destino em mim. E este destino passa por fazer o contrário daqueles que destroem – estes inimigos do bem –, com atos positivos, manifestos, abrangentes. E o fazem por que é o certo a ser feito, não em contraposição ao mal.
Ora, se nessa competição com seus iguais, você choraminga e se assusta... Acorda! A coisa começa na sua própria casa. Como é que vai ser no combate com aqueles que são muito mais escolados na maldade? Num ambiente conhecido você se amofina, que será em terrenos desconhecidos? Entenda uma coisa. Os atos maus têm a mesma lógica, podem ser mais requintados, mais cruéis, mas sua natureza é a mesma. No conhecido e no desconhecido. O princípio que você tem que aprender a usar no embate com seus próprios parentes, é o mesmo com os estranhos. Nunca se fie em meras palavras. Estas devem ser sempre autenticadas pela história pessoal de quem fala. E ainda aí, aqui acolá, haverá decepções.
Por funcionarem pela mesma lei, a tendência de todos eles é viver sem paz, podem até semear trigo, mas colherão espinhos (Jr 12.12,13). Não é o seu falar que fará com que isso aconteça. O que espero de você é a realização daquilo para o qual o destinei. Se caminhas se medindo com o mal, que referencial é este? A competição acontece não porque você se coloca na linha de partida em igualdade de condições com eles. É possível que você se sinta a própria tartaruga da fábula. Perceba, porém, a distância de naturezas entre os dois competidores. Trata-se de uma evidente injustiça e desigualdade, mas quem disse que a tartaruga em qualquer momento se preocupou com seu concorrente? Ela tinha uma meta e apenas isso importava. A lebre, sim, queria o primeiro lugar e estava absolutamente confiante dele. Deu no que deu.
A caminhada tem diferentes graus de dificuldade. Atemorizar-se com alguns deles, é aceitável, eu entendo. Mas não se importe com quem corre. É o obstáculo que precisa ser vencido e ele é só seu. Você corre, afinal, contra você. Com que velocidade você corre? Com que energia? Conhece isso? Se sabe, então não se medirá pelo outro. Você, debaixo de minha graça, é sua medida.
Ah, não há nada de errado em olhar outros seus iguais e neles se inspirar. Mas saiba uma coisa, eles viveram as mesmas coisas que você: mediram-se errado, atrapalharam-se, foram atacados por sentimento de impotência, desmotivação. Cada obstáculo é grande para cada um que o enfrenta. Há centenas de soluções possíveis. Digo assim porque cada um imprimirá sua marca na solução, ainda que o modo de solucionar seja mecanicamente igual ao que alguém, noutro momento, realizou.
Eu quero saber é disso: “Muitos governadores estrangeiros (estes são os maus de quem Jeremias se queixa) destruíram a minha plantação de uvas, pisaram os meus campos e fizeram da minha linda terra um deserto. Arrasaram a terra, e ela está abandonada diante de mim. A terra toda virou um deserto, mas ninguém se importa.” (vers 10,11 – NTLH). Você deve tomar a peito e considerar não os fazedores do mal, mas com aquilo em que tenho alegria, que está sendo destruído. Em suma, é minha vontade que você tem que considerar.
Quando você vê maldade no outro e o acusa, reconhece nele o que o escandaliza. A diferença é que você se tem em grande conta e não deseja mostrar o seu vexame. Quase toda condenação neste nível, é a condenação de si próprio. Sei o que você pensou. Pareço maneirar, incentivar a indulgência? É claro que todo mal merece justiça, mas há um a quem cabe fazê-lo. Ademais, à medida que você defende meus interesses, você confronta o mal, mas a motivação é cumprir a minha vontade, percebe a diferença? Assim o mal é exposto à luz. Em alguns casos haverá combate, eles lhe ferirão fisicamente, lhe imporão dores e perdas. Não douro a pílula, até a morte é uma possibilidade. Mas só aumentará sua frustração ao perceberam que mesmo agindo contra você, terão perdido a causa.
Eu prometo que se você seguir o que recomendo agora, acontecerão duas coisas: 1. Você encontrará o maior prazer que lhe cabe, ter se tornado aquilo para o qual eu o destinei; 2. “Eu te compro um sonho de açúcar mascavo embrulhado num papel de seda azul.” (letra da música Feirante – João Alexandre)
Resposta de Deus a Jeremias: “Se correndo com os pedestres você se cansa, como poderá competir com os cavalos? Se você não se sente seguro numa região pacífica, o que fará na floresta do Jordão?” (Jr 12.5 – EP) A Nova Versão Internacional diz na segunda metade do versículo: “Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” (Jr 12.5b – NVI)
Em bom português, com ou sem mudança ortográfica, o que Deus diz é: “Arruma a cangalha na cacunda que a rapadura é doce, mas não é mole não” E acrescenta: “Rosas têm espinhos, e pedras no caminho / Daqui até a cidade é pra mais de tantas léguas / Firma o passo, segue em frente, / Que essa luta não tem trégua / Fica na beira da estrada quem o fardo não carrega”. (letra da música Feirante – João Alexandre)
Vem cá, ouve. Seu senso de justiça funciona, não poucas vezes, como uma espécie de âncora que lhe pára no meio da viagem. Ele se torna a desculpa perfeita para camuflar seus senões para um envolvimento direto nas causas que parecem corretas e pedem intervenção. Ou por outra, eles escondem seu sentimento de incapacidade, seu despreparo. Como aqueles de quem você se escandaliza, que usam o meu nome apenas na boca, também você está paralisado, apenas falando. Se se ocupasse de sua missão, carregasse seu fardo, não teria tempo para estar à beira da estrada, assistindo o desmantelo do mundo.
Quem disse que seu papel é apontar os defeitos do mundo ou das pessoas? Arre com tanto diagnóstico! Não estou preocupado com estes falsos religiosos, com esta cambada de destruidores. É porque não me importo? Longe disso. Eles fazem parte da paisagem das relações humanas. Eles existem, ponto. Minha “preocupação” é com aqueles que perceberam que tem um destino em mim. E este destino passa por fazer o contrário daqueles que destroem – estes inimigos do bem –, com atos positivos, manifestos, abrangentes. E o fazem por que é o certo a ser feito, não em contraposição ao mal.
Ora, se nessa competição com seus iguais, você choraminga e se assusta... Acorda! A coisa começa na sua própria casa. Como é que vai ser no combate com aqueles que são muito mais escolados na maldade? Num ambiente conhecido você se amofina, que será em terrenos desconhecidos? Entenda uma coisa. Os atos maus têm a mesma lógica, podem ser mais requintados, mais cruéis, mas sua natureza é a mesma. No conhecido e no desconhecido. O princípio que você tem que aprender a usar no embate com seus próprios parentes, é o mesmo com os estranhos. Nunca se fie em meras palavras. Estas devem ser sempre autenticadas pela história pessoal de quem fala. E ainda aí, aqui acolá, haverá decepções.
Por funcionarem pela mesma lei, a tendência de todos eles é viver sem paz, podem até semear trigo, mas colherão espinhos (Jr 12.12,13). Não é o seu falar que fará com que isso aconteça. O que espero de você é a realização daquilo para o qual o destinei. Se caminhas se medindo com o mal, que referencial é este? A competição acontece não porque você se coloca na linha de partida em igualdade de condições com eles. É possível que você se sinta a própria tartaruga da fábula. Perceba, porém, a distância de naturezas entre os dois competidores. Trata-se de uma evidente injustiça e desigualdade, mas quem disse que a tartaruga em qualquer momento se preocupou com seu concorrente? Ela tinha uma meta e apenas isso importava. A lebre, sim, queria o primeiro lugar e estava absolutamente confiante dele. Deu no que deu.
A caminhada tem diferentes graus de dificuldade. Atemorizar-se com alguns deles, é aceitável, eu entendo. Mas não se importe com quem corre. É o obstáculo que precisa ser vencido e ele é só seu. Você corre, afinal, contra você. Com que velocidade você corre? Com que energia? Conhece isso? Se sabe, então não se medirá pelo outro. Você, debaixo de minha graça, é sua medida.
Ah, não há nada de errado em olhar outros seus iguais e neles se inspirar. Mas saiba uma coisa, eles viveram as mesmas coisas que você: mediram-se errado, atrapalharam-se, foram atacados por sentimento de impotência, desmotivação. Cada obstáculo é grande para cada um que o enfrenta. Há centenas de soluções possíveis. Digo assim porque cada um imprimirá sua marca na solução, ainda que o modo de solucionar seja mecanicamente igual ao que alguém, noutro momento, realizou.
Eu quero saber é disso: “Muitos governadores estrangeiros (estes são os maus de quem Jeremias se queixa) destruíram a minha plantação de uvas, pisaram os meus campos e fizeram da minha linda terra um deserto. Arrasaram a terra, e ela está abandonada diante de mim. A terra toda virou um deserto, mas ninguém se importa.” (vers 10,11 – NTLH). Você deve tomar a peito e considerar não os fazedores do mal, mas com aquilo em que tenho alegria, que está sendo destruído. Em suma, é minha vontade que você tem que considerar.
Quando você vê maldade no outro e o acusa, reconhece nele o que o escandaliza. A diferença é que você se tem em grande conta e não deseja mostrar o seu vexame. Quase toda condenação neste nível, é a condenação de si próprio. Sei o que você pensou. Pareço maneirar, incentivar a indulgência? É claro que todo mal merece justiça, mas há um a quem cabe fazê-lo. Ademais, à medida que você defende meus interesses, você confronta o mal, mas a motivação é cumprir a minha vontade, percebe a diferença? Assim o mal é exposto à luz. Em alguns casos haverá combate, eles lhe ferirão fisicamente, lhe imporão dores e perdas. Não douro a pílula, até a morte é uma possibilidade. Mas só aumentará sua frustração ao perceberam que mesmo agindo contra você, terão perdido a causa.
Eu prometo que se você seguir o que recomendo agora, acontecerão duas coisas: 1. Você encontrará o maior prazer que lhe cabe, ter se tornado aquilo para o qual eu o destinei; 2. “Eu te compro um sonho de açúcar mascavo embrulhado num papel de seda azul.” (letra da música Feirante – João Alexandre)
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