Palavra do leitor
- 13 de dezembro de 2007
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Aprendendo com as mulheres: nascer, viver e morrer
Sem dúvida alguma Maria é a figura mais importante do Natal depois do próprio Cristo.
Estou de acordo com Leonardo Boff (1) quando afirma que Jesus, por suas palavras e práticas, pode ser considerado um feminista. Implicitamente Jesus de Nazaré libertou as mulheres pela superação da ética da norma pela ética da responsabilidade e do amor expressa pelo reconhecimento da pessoa e pela busca dos relacionamentos fraternos entre todos os homens.
Segundo Hans Küng (2) os reformadores Calvino e Lutero não foram capazes de mudar a fundo os costumes da sociedade patriarcal de suas épocas, mas inquestionavelmente conseguiram no seu “regresso ao Evangelho” de forma prática valorizar mais a figura feminina.
Ainda hoje tem muito terreno, mas muito mesmo, para ser conquistado. Afinal quanto elas já não conquistaram pra gente? Quanto de tudo aquilo que aprendemos no ensino familiar ou formal não foi lecionado por elas? Das coisas mais básicas até as mais complexas!
Comecei um curso de como nascer, viver e morrer. Três mulheres são as professoras, três diferentes gerações. Como próprio do sexo frágil, o curso é pouco lógico e feito de emoção pura. Pouca teoria e muita prática. Contrariando a ordem cronológica, os módulos não são separados e conseqüentes, mas dados paralelamente.
O fato é que minha vida, caráter e espiritualidade mudaram completamente após este discipulado. É uma escola super rígidas com provas duras, mas de alguma forma ou de outra sempre encontramos simpatia, misericórdia e graça por parte das mestras.
Da primeira matéria – tema super atual e natural - pude extrair o óbvio: o nascimento é maravilhoso, mas não é nada fácil e exige um baita esforço coletivo. Alüem disso que uma pessoa pode cativar irremediavelmente a outra sem a troca de um vocábulo sequer. Talvez a fala seja mesmo a maior fonte de desentendimentos, como ressalta Saint-Exupéry.
Essa pequena professora comunica em sua beleza infanto-feminina a doçura da vida, a alegria infinita das pequenas descobertas e a humildade singela dos avanços vitais da pessoa no desenvolver mais elementar de sua humanidade.
A segunda temática é com certeza a mais pesada, visto que compreende o grosso de nossa existência. Com essa docente as aulas já são cercadas de debates calorosos e até intermináveis – o que mais uma vez confirma a teoria do autor do Pequeno Príncipe, citada acima. Mas nas aulas práticas a lógica do viver se mostra estranhamente afetiva e efetiva. Valores fundamentais como diligência, família, amizade, amor, fidelidade, honestidade, transparência e acima de tudo alegria e paixão são transmitidos em assuntos do cotidiano e em situações reais em tempo real!
O terceiro módulo é o mais denso. As aulas são noturnas. Em noites que mostram sua beleza traiçoeira no início do ocaso, mas vão se tornando cada vez menos poéticas e mais assustadoras. No início dei um jeito de não comparecer as aulas, pegar atestados, ler durante os dias as apostilas, e pegar com colegas o conteúdo das aulas práticas. O qual foi sempre retransmitido por meio de semi palavras isoladas como: Desgastante... Difícil... Doentio... Deprime... Dói e muito. A mestra a semelhança da primeira abdicou gradativamente do uso de palavras. E nos mostrou que o morrer acontece a cada dia em nós todos, em uns de forma mais visível que em outros. Como a temática, morte, é tabu o silêncio lhe cai bem. Todavia o choro, os gemidos, as expressões faciais, o drama e a pintura vão passando-nos uma sabedoria profunda que não pode mesmo ser expressa corretamente com as palavras. Extraímos dali subjetivamente algo como lutas, perdão, reconciliação, lembranças e acima de tudo esquecimentos...
Interessante é que o terceiro módulo é um resumão dos dois primeiros. Sem ele os outros dois por mais bonitos que sejam não fazem sentido nenhum. Mais do que isso a mestra do terceiro só faz apontar para a importância, competência e dignidade das outras duas.
Curiosamente estas três professoras vão me ensinando de forma marcante e insubstituível coisas sobre duas figuras masculinas do meu mundo, uma o autor deste artigo, outra o autor da minha fé. O qual em seu nascer, viver e morrer humanos teve mais que a companhia daquela senhora judia de Nazaré, que deixou-nos pelo exemplo de vida e obediência poucas, mas profundas lições espirituais.
(1) O Rosto Materno de Deus – Editora Vozes
(2) Die Frau im Christentum (A mulher na cristandade) - Piper
www.fraternus.de
Estou de acordo com Leonardo Boff (1) quando afirma que Jesus, por suas palavras e práticas, pode ser considerado um feminista. Implicitamente Jesus de Nazaré libertou as mulheres pela superação da ética da norma pela ética da responsabilidade e do amor expressa pelo reconhecimento da pessoa e pela busca dos relacionamentos fraternos entre todos os homens.
Segundo Hans Küng (2) os reformadores Calvino e Lutero não foram capazes de mudar a fundo os costumes da sociedade patriarcal de suas épocas, mas inquestionavelmente conseguiram no seu “regresso ao Evangelho” de forma prática valorizar mais a figura feminina.
Ainda hoje tem muito terreno, mas muito mesmo, para ser conquistado. Afinal quanto elas já não conquistaram pra gente? Quanto de tudo aquilo que aprendemos no ensino familiar ou formal não foi lecionado por elas? Das coisas mais básicas até as mais complexas!
Comecei um curso de como nascer, viver e morrer. Três mulheres são as professoras, três diferentes gerações. Como próprio do sexo frágil, o curso é pouco lógico e feito de emoção pura. Pouca teoria e muita prática. Contrariando a ordem cronológica, os módulos não são separados e conseqüentes, mas dados paralelamente.
O fato é que minha vida, caráter e espiritualidade mudaram completamente após este discipulado. É uma escola super rígidas com provas duras, mas de alguma forma ou de outra sempre encontramos simpatia, misericórdia e graça por parte das mestras.
Da primeira matéria – tema super atual e natural - pude extrair o óbvio: o nascimento é maravilhoso, mas não é nada fácil e exige um baita esforço coletivo. Alüem disso que uma pessoa pode cativar irremediavelmente a outra sem a troca de um vocábulo sequer. Talvez a fala seja mesmo a maior fonte de desentendimentos, como ressalta Saint-Exupéry.
Essa pequena professora comunica em sua beleza infanto-feminina a doçura da vida, a alegria infinita das pequenas descobertas e a humildade singela dos avanços vitais da pessoa no desenvolver mais elementar de sua humanidade.
A segunda temática é com certeza a mais pesada, visto que compreende o grosso de nossa existência. Com essa docente as aulas já são cercadas de debates calorosos e até intermináveis – o que mais uma vez confirma a teoria do autor do Pequeno Príncipe, citada acima. Mas nas aulas práticas a lógica do viver se mostra estranhamente afetiva e efetiva. Valores fundamentais como diligência, família, amizade, amor, fidelidade, honestidade, transparência e acima de tudo alegria e paixão são transmitidos em assuntos do cotidiano e em situações reais em tempo real!
O terceiro módulo é o mais denso. As aulas são noturnas. Em noites que mostram sua beleza traiçoeira no início do ocaso, mas vão se tornando cada vez menos poéticas e mais assustadoras. No início dei um jeito de não comparecer as aulas, pegar atestados, ler durante os dias as apostilas, e pegar com colegas o conteúdo das aulas práticas. O qual foi sempre retransmitido por meio de semi palavras isoladas como: Desgastante... Difícil... Doentio... Deprime... Dói e muito. A mestra a semelhança da primeira abdicou gradativamente do uso de palavras. E nos mostrou que o morrer acontece a cada dia em nós todos, em uns de forma mais visível que em outros. Como a temática, morte, é tabu o silêncio lhe cai bem. Todavia o choro, os gemidos, as expressões faciais, o drama e a pintura vão passando-nos uma sabedoria profunda que não pode mesmo ser expressa corretamente com as palavras. Extraímos dali subjetivamente algo como lutas, perdão, reconciliação, lembranças e acima de tudo esquecimentos...
Interessante é que o terceiro módulo é um resumão dos dois primeiros. Sem ele os outros dois por mais bonitos que sejam não fazem sentido nenhum. Mais do que isso a mestra do terceiro só faz apontar para a importância, competência e dignidade das outras duas.
Curiosamente estas três professoras vão me ensinando de forma marcante e insubstituível coisas sobre duas figuras masculinas do meu mundo, uma o autor deste artigo, outra o autor da minha fé. O qual em seu nascer, viver e morrer humanos teve mais que a companhia daquela senhora judia de Nazaré, que deixou-nos pelo exemplo de vida e obediência poucas, mas profundas lições espirituais.
(1) O Rosto Materno de Deus – Editora Vozes
(2) Die Frau im Christentum (A mulher na cristandade) - Piper
www.fraternus.de
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