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Palavra do leitor

Apogeu e decadência da igreja II

Tal processo decisório, como descrito no primeiro artigo, visa justamente manter a unidade. Porém a unidade em si não é tudo. Existem casos trágicos na história, de comunidades evangélicas extremamente unidas (na pessoa de um forte líder ditatorial) que foram levadas ao suicídio coletivo (vide Jonestown).

Todavia a unidade é elemento essencial de qualquer organismo. A força (sinergia) que promove a união de pessoas em uma sociedade é chamada de cultura. Nós temos nossa própria cultura evangélica. E esperamos e cremos que o Espírito de Deus esteja por trás dessa força cultural.

Cultura pode tanto unir como afastar pessoas. Cultura é algo que se estabelece ao longo de décadas e assim não depende tanto de uma decisão do momento, mas do conjunto de pequenas e grandes decisões ao longo dos anos. Por exemplo, como força unificadora, temos em nossa cultura evangélica, o uso regular da Bíblia, a adoração, a santa ceia, o batismo e etc. Paralelamente às igrejas locais existem uma cultura evangélica (inter)denominacional que às vezes unem os evangélicos, às vezes o afatam.

Em um escopo mais amplo vemos o cristianismo como um todo, onde geralmente o credo apostólico responde pelo conjunto de crenças (e valores supostamente derivados) que une toda cristandade na face da terra.

Todos nós sabemos, porém, que somente um conjunto de crenças ou um catecismo unificado não são suficientemente fortes para vencer certas barreiras ou forças culturais que afastam os irmãos. A cultura cristã é composta também por hábitos, tradições e costumes que não se enquadram num código bem elaborado. Pois às vezes tais práticas vão além do código, às vezes o contradizem.

Assim cada agrupamento tende a se tornar mais homogêneo na medida em que sua própria cultura vai se cristalizando. Quanto mais fiel ao Espírito de Cristo (pois há um só Espírito) maior será a unidade dentro da comunidade e maior a interação com outros grupos cristãos de fora. Isso tudo sem comprometer a identidade do grupo, pelo contrário, promovendo-a.

De forma prática, uma comunidade que se apóia no fundamento do “amor ao próximo”, tem mais chances de vencer seus desafios, pois é um valor básico e portanto eficaz. O amor sempre atrai. Por isso às vezes a espada chega no seio da família. Pois a força de atração (amorosa) de uma igreja é mais forte que a do lar. Os colossais laços de sangue tornam-se frágeis frente ao pacto de sangue firmado na cruz do calvário, pelo homem de Nazaré.

A unidade baseada no amor é fator decisivo para o apogeu de uma igreja.

Tanto a tomada de decisão como a unidade se expressam através de certos procedimentos mais ou menos repetitivos, os quais variam entre os mais formais e os mais informais.

(Continua)

Leia a 1ª parte desse artigo.
Fürth - EX
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