Palavra do leitor
- 03 de abril de 2022
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Aos solteiros (cristãos) que escolhem demais
O apóstolo Paulo afirmou que bom seria aos solteiros não casar, apesar de ressaltar que melhor seria casar do que viver abrasado – fogo ardente no desejo carnal. Esclarecendo os benefícios da solteirice e responsabilidades dos casados, advertiu contra divórcio, recomendou domínio próprio e explicou sobre a dedicação às coisas do SENHOR (1Co 7: 32-34). Neste contexto foi registrado a clássica frase: casados não se separem e solteiros não casem (1Co 7:27)
Ciente de que é mais fácil ser cristão biblicista do que bíblico ou saber muitos versos do texto sagrado sem a devida hermenêutica e exegese contextual (eisegese), devemos valorizar o escrutínio da leitura do Santo Livro com oração e direção do Santo Espírito – a fim de não deturparmos as Escrituras para nosso próprio autoengano.
Inspirados por Deus e com autoridade e aval de Jesus – de quem o apóstolo era servo – os escritos de Paulo foram endereçados primariamente aos crentes do primeiro século da Era Cristã. Nesse contexto, o casamento nos dias do apóstolo tinha um significado social bem diferente do atual. Embora reconhecessem o casamento como santo e criado por Deus, a prioridade dos cristãos do primeiro século não era matrimônio ou mesmo aquisição de fama e sucesso – mas proclamarem Jesus e permanecerem fiéis.
Ser solteiro era considerado um privilégio pela possível dedicação integral ao que se considerava indispensável: cuidar das coisas do SENHOR e preparar-se para sua Segunda Vinda. Nesse sentido, ser casado poderia trazer desvantagens que os solteiros não teriam.
No singelo texto intitulado "Solteiro cristão: além de privilégio ou demérito" pincelei sobre o tema da solteirice e a importância de se viver para glorificar a Deus, solteiro ou casado. Se Tom Jobim compôs que "É impossível ser feliz sozinho", mesmo a felicidade não sendo o alvo principal do cristão, eu diria que é impossível ser feliz vivendo no egoísmo, pois ninguém é o fim de si mesmo.
Uma das críticas que muitos solteiros recebem é a de que eles são exigentes em busca da pessoa perfeita, por essa razão continuarão sozinhos até "baixar a régua" de seus parâmetros exagerados. Essa crítica tem certo fundamento e merece análise, mas talvez contenha injusta acusação abelhuda do mero no senso-comum.
Se o surgimento de redes sociais possibilitou aproximação de pessoas consideradas interessantes e compatíveis entre si, ao mesmo tempo favoreceu um antro de adultério e prostituição, além de aumentar exponencialmente o número de solteiros em busca do "par perfeito – se existisse tal par, certamente não viria de sala de bate-papo virtual.
Antes do advento das redes sociais, há indícios de que grande parte das pessoas tinham critérios mais modestos nas escolhas amorosas. Não quanto a opção pragmática de conveniência ou baixa autoestima, mas de menor presunção na idealização do par romântico, independentemente do atual "mantra" de que mulheres sempre tenderam à hipergamia e homens à poligamia.
Se durante décadas cinema e novelas produziram arquétipos de homem perfeito, cafajeste ou domado útil, por outro lado a mulher foi pintada como a bela princesa ou "fadinha feiticeira" – ultimamente a agenda ideológica cinematográfica deu uma guinada na pauta dos personagens, tais como feminismo e LGBTQ...
De fato, a mulher ou homem que busca alguém perfeito, projetado em imaginário fictício como "divas da beleza", galãs de romances televisivos ou certos super-heróis etc., somente um homem ou mulher fraude poderá ocupar o lugar vago deste delírio. Por pouco tempo, claro, pois é impossível um humano real competir com fantasia emocional – até leitoras de Jane Austen sabem que não existe Mr. Darcy.
Ao contrário da poligamia, não é de todo negativo certo grau de pré-seletividade feminina. É legítimo ao indivíduo querer o melhor parceiro possível que lhe convenha e satisfaça proporcionalmente em valores, atratividade, pretensões econômicas, fisionômicas, intelectuais, visão de mundo, princípios, compatibilidade no contexto de afinidade correspondente ou mesmo reprodução biológica. Escolher inteligentemente em preferências e gostos é um direito de todos.
Todavia, há um detalhe que exigentes precisam atentar: ela não deve ser tola na escolha (violento, fracassado, acomodado, cachaceiro, drogado, bandido, promíscuo, cafajeste, preguiçoso ou feio aos seus olhos etc.) nem ele escolher uma tão feia que só tenha beleza física a oferecer, mas se tais critérios de exigências mentais forem acima do real, existe grande chance de entrarem na estatística daqueles que premiaram os piores, restando-lhes a desilusão e generalização de que homens são "cafajestes narcisistas" ou a misoginia amarga e ressentida de quem pensa estar livre da tal matrix, mas sem admitir que está preso noutra.
Independentemente de seu estilo de vida ou escolha amorosa; não importa se exigente, ressentido ou nada disso: homens e mulheres não são deuses, anjos ou demônios: apenas pecadores imperfeitos.
Deus ilumine teus olhos e mente.
Ciente de que é mais fácil ser cristão biblicista do que bíblico ou saber muitos versos do texto sagrado sem a devida hermenêutica e exegese contextual (eisegese), devemos valorizar o escrutínio da leitura do Santo Livro com oração e direção do Santo Espírito – a fim de não deturparmos as Escrituras para nosso próprio autoengano.
Inspirados por Deus e com autoridade e aval de Jesus – de quem o apóstolo era servo – os escritos de Paulo foram endereçados primariamente aos crentes do primeiro século da Era Cristã. Nesse contexto, o casamento nos dias do apóstolo tinha um significado social bem diferente do atual. Embora reconhecessem o casamento como santo e criado por Deus, a prioridade dos cristãos do primeiro século não era matrimônio ou mesmo aquisição de fama e sucesso – mas proclamarem Jesus e permanecerem fiéis.
Ser solteiro era considerado um privilégio pela possível dedicação integral ao que se considerava indispensável: cuidar das coisas do SENHOR e preparar-se para sua Segunda Vinda. Nesse sentido, ser casado poderia trazer desvantagens que os solteiros não teriam.
No singelo texto intitulado "Solteiro cristão: além de privilégio ou demérito" pincelei sobre o tema da solteirice e a importância de se viver para glorificar a Deus, solteiro ou casado. Se Tom Jobim compôs que "É impossível ser feliz sozinho", mesmo a felicidade não sendo o alvo principal do cristão, eu diria que é impossível ser feliz vivendo no egoísmo, pois ninguém é o fim de si mesmo.
Uma das críticas que muitos solteiros recebem é a de que eles são exigentes em busca da pessoa perfeita, por essa razão continuarão sozinhos até "baixar a régua" de seus parâmetros exagerados. Essa crítica tem certo fundamento e merece análise, mas talvez contenha injusta acusação abelhuda do mero no senso-comum.
Se o surgimento de redes sociais possibilitou aproximação de pessoas consideradas interessantes e compatíveis entre si, ao mesmo tempo favoreceu um antro de adultério e prostituição, além de aumentar exponencialmente o número de solteiros em busca do "par perfeito – se existisse tal par, certamente não viria de sala de bate-papo virtual.
Antes do advento das redes sociais, há indícios de que grande parte das pessoas tinham critérios mais modestos nas escolhas amorosas. Não quanto a opção pragmática de conveniência ou baixa autoestima, mas de menor presunção na idealização do par romântico, independentemente do atual "mantra" de que mulheres sempre tenderam à hipergamia e homens à poligamia.
Se durante décadas cinema e novelas produziram arquétipos de homem perfeito, cafajeste ou domado útil, por outro lado a mulher foi pintada como a bela princesa ou "fadinha feiticeira" – ultimamente a agenda ideológica cinematográfica deu uma guinada na pauta dos personagens, tais como feminismo e LGBTQ...
De fato, a mulher ou homem que busca alguém perfeito, projetado em imaginário fictício como "divas da beleza", galãs de romances televisivos ou certos super-heróis etc., somente um homem ou mulher fraude poderá ocupar o lugar vago deste delírio. Por pouco tempo, claro, pois é impossível um humano real competir com fantasia emocional – até leitoras de Jane Austen sabem que não existe Mr. Darcy.
Ao contrário da poligamia, não é de todo negativo certo grau de pré-seletividade feminina. É legítimo ao indivíduo querer o melhor parceiro possível que lhe convenha e satisfaça proporcionalmente em valores, atratividade, pretensões econômicas, fisionômicas, intelectuais, visão de mundo, princípios, compatibilidade no contexto de afinidade correspondente ou mesmo reprodução biológica. Escolher inteligentemente em preferências e gostos é um direito de todos.
Todavia, há um detalhe que exigentes precisam atentar: ela não deve ser tola na escolha (violento, fracassado, acomodado, cachaceiro, drogado, bandido, promíscuo, cafajeste, preguiçoso ou feio aos seus olhos etc.) nem ele escolher uma tão feia que só tenha beleza física a oferecer, mas se tais critérios de exigências mentais forem acima do real, existe grande chance de entrarem na estatística daqueles que premiaram os piores, restando-lhes a desilusão e generalização de que homens são "cafajestes narcisistas" ou a misoginia amarga e ressentida de quem pensa estar livre da tal matrix, mas sem admitir que está preso noutra.
Independentemente de seu estilo de vida ou escolha amorosa; não importa se exigente, ressentido ou nada disso: homens e mulheres não são deuses, anjos ou demônios: apenas pecadores imperfeitos.
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