Palavra do leitor
- 13 de fevereiro de 2022
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Aos cristãos ateus e ateus cristãos - Parte final
Parte 1
Se o "cristão ateu" poderia ser enquadrado na condição de crente nominal (negando na prática o que professa em teoria), o "ateu cristão" seria apontado por muitos como aquele ateu socialmente correto (moral e eticamente) e exemplar em toda sua conduta. Dessa forma, ateus de procedimento ético-moral mais plausível do que religiosos impostores seriam vistos como bem mais "cristãos" que falsos religiosos.
Reconhecendo que existem ateus que adotam um comportamento muito mais íntegro que muitos supostos cristãos, arrisco-me a dizer que existem ateus tão dignos e confiáveis que permitiriam seus amigos a lhes revelar até da senha de seu cartão bancário – se preciso fosse.
Por outro lado, existem supostos amigos cristãos que você não pode emprestar uma mera cédula de vinte reais. Enquanto alguns ateus e agnósticos respeitam seus amigos até à morte (mesmo depois dela, honram sempre sua memória) com profunda lealdade, alguns "amigos" supostamente cristãos podem ser tão traidores a ponto de cometer adultério com a esposa do seu melhor amigo.
Não estou romantizando os ateus e demonizando os cristãos. Conforme escrevi noutro texto, crença ou descrença (por si só) não define caráter ou QI de ninguém. Da mesma forma que os cristãos não têm o monopólio da moralidade, ilude-se quem pensa que ateu é sinônimo de pensador, racional e crítico -- e o cristão acrítico e crédulo. Superficialidade de quem ancorou na falsa dicotomia de Fé x Razão – sem entender Fideísmo x Racionalismo.
Apesar de ateus e cristãos adotarem posturas moralmente mais aceitáveis ou menos inaceitáveis perante a sociedade, o cristão reconhece que a maneira fidedigna de tornar legítima os valores objetivos de uma conduta moral é aceitando uma Fonte-padrão anterior e superior a uma convenção social, autônoma ou pragmática, onde o homem se seria "a medida de todas as coisas".
Assim como cientificamente "o efeito é menor do que a causa", cristãos encontram respaldo de valor objetivo para moralidade crendo em Deus assim como "a Causa primeira do espaço infinito tem que ser infinito, a Causa primeira do tempo infinito tem que ser eterna, a Causa primeira da energia ilimitada tem que ser Onipotente, a Causa primeira das interrelações universais tem que ser Onipresente, a Causa primeira das complexidades infinitas tem que ser Onisciente, a Causa primeira dos valores espirituais tem que ser espiritual, a Causa primeira do amor humano tem que ser amorosa e a causa primeira da vida tem que ser viva".
Independentemente das motivações que norteiam as condutas morais ou imorais de cristãos e ateus, a Causa primeira dos valores morais evidencia uma moral Suprema. Para os cristãos, a Fonte dessa moral está em Deus. Assim como a humanidade recebeu suas leis morais e o universo suas leis físicas, as Escrituras revelam que existe uma Lei perfeita e eterna.
Por conseguinte, seria de uma grande cegueira um ateu comparando-se aos cristãos imaginar-se mais "cristãos" que eles. Primeiro, porque presunção de superioridade moral baseando-se na autorreferência, já indica grande probabilidade de depravação. Segundo, porque ser bom e virtuoso implica ter o reconhecimento exterior e alheio ao indivíduo sem pedir, forçar ou autoproclamar-se bom, pois são os maus que geralmente se acham bons. Terceiro, porque seria uma postura farisaica típica daquelas pessoas que afirmam não ir à igreja "por causa da hipocrisia lá reinante entre os religiosos". Considerando-se superiores moralmente a todos os demais que lá estão, assemelham-se ao fariseu que foi ao templo orar com o publicano (Lc 18:9-17). Aquele que se via como bom, continuou cego espiritualmente, mas o que admitiu em oração ser mau e pecador, voltou para casa justificado por Deus.
Embora não exista cristão tão cristão que não possa ter tido um único momento como ateu, incrédulo ou fraco em sua fé ao longo de sua jornada de espiritual, certamente também não existe ateu que não tenha tido um único dia que não tenha sido "assediado" pela graça divina e pelo Espírito Santo falando à sua consciência, instigando-lhe à crença, fé e adoração ao Deus tão veementemente negado e combatido.
"Cristão ateu" é todo aquele que se olha por dentro percebendo que por mais crença, fé e zelo que possua em sua religiosidade, suas obras são insuficientes para justificá-lo diante de Deus. Ele não é melhor do que os demais pecadores que ele julga.
"Ateu cristão" é todo indivíduo que cumpre seus deveres sociais com máxima integridade, manifestando até amor pelo próximo e odiando a injustiça, engajando-se ao máximo em melhorar o mundo. Com todas as boas intenções, rejeitando a Cristo e Seu sacrifício, negando ao Criador, torna-se semelhante ao povo de Israel que cometeu dois males: abandonaram o Seu Deus (o Manancial de Águas Vivas) e cavaram para si cisternas rotas (Jr 2:13).
Com erros e acertos, virtudes e defeitos, ateu cristão e o cristão ateu são dois grupos na humanidade de gente tão pecadora quanto você e eu: todos carentes da graça de Deus.
Se o "cristão ateu" poderia ser enquadrado na condição de crente nominal (negando na prática o que professa em teoria), o "ateu cristão" seria apontado por muitos como aquele ateu socialmente correto (moral e eticamente) e exemplar em toda sua conduta. Dessa forma, ateus de procedimento ético-moral mais plausível do que religiosos impostores seriam vistos como bem mais "cristãos" que falsos religiosos.
Reconhecendo que existem ateus que adotam um comportamento muito mais íntegro que muitos supostos cristãos, arrisco-me a dizer que existem ateus tão dignos e confiáveis que permitiriam seus amigos a lhes revelar até da senha de seu cartão bancário – se preciso fosse.
Por outro lado, existem supostos amigos cristãos que você não pode emprestar uma mera cédula de vinte reais. Enquanto alguns ateus e agnósticos respeitam seus amigos até à morte (mesmo depois dela, honram sempre sua memória) com profunda lealdade, alguns "amigos" supostamente cristãos podem ser tão traidores a ponto de cometer adultério com a esposa do seu melhor amigo.
Não estou romantizando os ateus e demonizando os cristãos. Conforme escrevi noutro texto, crença ou descrença (por si só) não define caráter ou QI de ninguém. Da mesma forma que os cristãos não têm o monopólio da moralidade, ilude-se quem pensa que ateu é sinônimo de pensador, racional e crítico -- e o cristão acrítico e crédulo. Superficialidade de quem ancorou na falsa dicotomia de Fé x Razão – sem entender Fideísmo x Racionalismo.
Apesar de ateus e cristãos adotarem posturas moralmente mais aceitáveis ou menos inaceitáveis perante a sociedade, o cristão reconhece que a maneira fidedigna de tornar legítima os valores objetivos de uma conduta moral é aceitando uma Fonte-padrão anterior e superior a uma convenção social, autônoma ou pragmática, onde o homem se seria "a medida de todas as coisas".
Assim como cientificamente "o efeito é menor do que a causa", cristãos encontram respaldo de valor objetivo para moralidade crendo em Deus assim como "a Causa primeira do espaço infinito tem que ser infinito, a Causa primeira do tempo infinito tem que ser eterna, a Causa primeira da energia ilimitada tem que ser Onipotente, a Causa primeira das interrelações universais tem que ser Onipresente, a Causa primeira das complexidades infinitas tem que ser Onisciente, a Causa primeira dos valores espirituais tem que ser espiritual, a Causa primeira do amor humano tem que ser amorosa e a causa primeira da vida tem que ser viva".
Independentemente das motivações que norteiam as condutas morais ou imorais de cristãos e ateus, a Causa primeira dos valores morais evidencia uma moral Suprema. Para os cristãos, a Fonte dessa moral está em Deus. Assim como a humanidade recebeu suas leis morais e o universo suas leis físicas, as Escrituras revelam que existe uma Lei perfeita e eterna.
Por conseguinte, seria de uma grande cegueira um ateu comparando-se aos cristãos imaginar-se mais "cristãos" que eles. Primeiro, porque presunção de superioridade moral baseando-se na autorreferência, já indica grande probabilidade de depravação. Segundo, porque ser bom e virtuoso implica ter o reconhecimento exterior e alheio ao indivíduo sem pedir, forçar ou autoproclamar-se bom, pois são os maus que geralmente se acham bons. Terceiro, porque seria uma postura farisaica típica daquelas pessoas que afirmam não ir à igreja "por causa da hipocrisia lá reinante entre os religiosos". Considerando-se superiores moralmente a todos os demais que lá estão, assemelham-se ao fariseu que foi ao templo orar com o publicano (Lc 18:9-17). Aquele que se via como bom, continuou cego espiritualmente, mas o que admitiu em oração ser mau e pecador, voltou para casa justificado por Deus.
Embora não exista cristão tão cristão que não possa ter tido um único momento como ateu, incrédulo ou fraco em sua fé ao longo de sua jornada de espiritual, certamente também não existe ateu que não tenha tido um único dia que não tenha sido "assediado" pela graça divina e pelo Espírito Santo falando à sua consciência, instigando-lhe à crença, fé e adoração ao Deus tão veementemente negado e combatido.
"Cristão ateu" é todo aquele que se olha por dentro percebendo que por mais crença, fé e zelo que possua em sua religiosidade, suas obras são insuficientes para justificá-lo diante de Deus. Ele não é melhor do que os demais pecadores que ele julga.
"Ateu cristão" é todo indivíduo que cumpre seus deveres sociais com máxima integridade, manifestando até amor pelo próximo e odiando a injustiça, engajando-se ao máximo em melhorar o mundo. Com todas as boas intenções, rejeitando a Cristo e Seu sacrifício, negando ao Criador, torna-se semelhante ao povo de Israel que cometeu dois males: abandonaram o Seu Deus (o Manancial de Águas Vivas) e cavaram para si cisternas rotas (Jr 2:13).
Com erros e acertos, virtudes e defeitos, ateu cristão e o cristão ateu são dois grupos na humanidade de gente tão pecadora quanto você e eu: todos carentes da graça de Deus.
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