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Palavra do leitor

Aonde você ancorou seus dissabores?

Este tema me surgiu na leitura de um texto devocional de autoria do Dr. Stanley Jones, Missionário Metodista, que exerceu o seu ministério, por 50 anos, na Índia; tenho-o citado em outras ocasiões; na verdade ele não utilizou o verbo ancorar, mas sim estacionar.

Aproveito para confessar que, embora eu seja considerado um bom conhecedor e usuário do Português correto [tive excelentes Mestres], hoje denominado "Português Arcaico", jamais usei o advérbio "aonde", usava sempre "onde"; fui, todavia, ler sobre os mesmos, hoje, antes de escrever este artigo – espero não errar novamente.

Mas, o que, de fato, interessa, hoje, não é a gramática, mas, como de costume meu, a Palavra de Deus que tenho procurado fazer dela a "âncora" dos meus sentimentos, dos meus pensamentos, das minhas ações, e até, dos meus dissabores.

Cabe, aqui, então, um versículo que procuro usar em meus escritos e, principalmente, em meu viver:

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus" (I Coríntios 10. 31); assim, diante de qualquer ação, me questiono: "isso glorifica a Deus?" – se a resposta for "sim" eu vou em frente, mas se a resposta for "não" prefiro deixar de lado, não fazer o que pretendia, mesmo que isso me deixe muito descontente comigo mesmo.

"Todos pecamos e carentes estamos da glória de Deus" é o que nos diz o Apóstolo Paulo (Romanos 3.23); bem sei os pecados que pratiquei, sei que essa minha vida, quase octogenária, não foi "santa", comigo aconteceram criancices, também coisas próprias da adolescência, quando eu o era; piores são as de adulto!

Em artigo anterior confessei isso e pedi perdão, público, a todos quantos se magoaram comigo, lá no passado; um respondeu: "sim, tivemos nossas diferenças e eu perdoo", outros não se manifestaram, mas prefiro crer que perdoaram, por isso serão perdoados por Deus de suas faltas (Mateus 6.14-15).

Infelizmente não tenho como fazê-lo pessoalmente, olho no olho, pois nos dispersamos, cada um está em um lugar, em diversas cidades, em outros Estados, e, em alguns casos, se eu fizer pessoalmente, pode haver maliciosos que entendam diferente – Quero, ainda assim, aqui, reiterar o pedido de perdão.

Essas coisas, em muitos de nós, ficam remoendo amarguras no coração, dissabores que não desaparecem, culpas que não nos abandonam e a Palavra de Deus desaconselha as amarguras, as mágoas, os ressentimentos que levam à desunião: "Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos" (Salmo 133.1).

Aonde, pois, devemos estacionar as nossas aflições?

- Da minha parte procuro fazê-lo como aconselha um texto lindo do salmo primeiro, muito mais claro que ficou quando repetido no Profeta Jeremias:

"Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto" (Jeremias 17.7-8) – Bem-aventurado!

Assim, nós os cristãos, temos onde estacionar, ancorar as nossas dores, os nossos sofrimentos, a nossa busca de paz e felicidade, entregando nas mãos de Deus tudo o que nos perturba, tudo o que nos preocupa, tudo o que nos amedronta.

Fiquemos plantados junto ao Senhor Jesus e em nossas orações estendamos as nossas raízes de amarguras, de sofrimentos, de dúvidas para o nosso Deus, não tenhamos receio das intempéries, mantenhamos viva a nossa fé, e nos dias maus não deixemos de produzir, falar, comentar, compartilhar o "fruto do Espírito" em nós:

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" (Gálatas 5.22-23).

É verdade a Palavra de Deus [óbvio!] quando diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, mas ela acrescenta "sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus".

Glória, pois, a Deus que, na cruz, já nos perdoou com tanto amor, que fez o que nenhum de nós teria coragem de fazer:

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16).

Pense nisto!
São Paulo - SP
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