Palavra do leitor
- 27 de março de 2022
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Antifeminismo, feminismo e submissão bíblica
Você que se considera feminista e ao mesmo tempo cristã, leia esse singelo texto, mas baixe as armas antes de recorrer a qualquer gatilho mental de antipatia e hostilidade - como se daria na expressão "mansplaining".
Antifeminismo como mera "guerra cultural" pode se tornar o outro lado da moeda do feminismo radical – como uma nova ideologia criticando outra ideologia – mesmo diferindo do método e espírito, mas com risco de cair num modismo ou apenas negócio lucrativo.
Mas dispensa ideologias como guia quem tem sólida cosmovisão bíblica – ainda que ideologias perpassem todas as vertentes da nossa vida. E as ideologias falham miseravelmente por não reconhecer as origens das mazelas morais, sociais, econômicas, políticas etc., bem como a real solução definitiva e satisfatória de tais problemas.
Comecei a ler cinco anos atrás a "bibliografia antifeminista" divulgada por uma jovem cristã protestante, conservadora, professora de História e escritora de um best-seller sobre o tema em questão – atual deputada catarinense. Após conhecer obras elementares como Feminilidade radical (C. McCulley), Sexo Privilegiado (Martin V. Creveld), A Revolução sexual (Wilhelm Reich) e finalizar a leitura de O outro lado do feminismo, constatei a grande relevância do tema e debate.
Mesmo já tendo acessado certa bibliografia feminista de cunho acadêmico e passado quatro anos em sala de aula trabalhando com adolescentes, chego a conclusão de que a ausência de mais incentivo ao espírito crítico e análise inteligente, profunda e séria dos conteúdos ministrados em sala de aula, favorece a precoces e nocivas construções ideológicas na formação de muitos estudantes. A culpa não é dos professores em geral, pois é algo estrutural.
Não que deva ser negado o direito da idiossincrasia e construção da identidade do estudante (política, religiosa, cultural), mas refiro-me ao equívoco de se pensar que fazer com que um aluno seja "crítico" signifique influenciá-lo a ser militante apaixonado, privando-o de entender o outro lado da história, contextos e conceitos - sem ponderar, dialogar e conviver com quem dele diverge. A propósito, "críticos" (literários, de cinema etc) devem ter domínio do tema que analisam.
Assim como uma pseudoconservadora não superaria moralmente uma feminista sincera e leal às suas convicções, semelhante contrassenso haveria em se colecionar parceiros sexuais como símbolo da mulher emancipada e sem tabus ("Meu corpo, minhas regras") ao mesmo tempo debochando e ridicularizando aquelas que decidiram por seus valores e princípios (ou critérios de conveniência ou pragmatismo) aderir ao "Eu escolhi esperar".
No entanto, seria idiossincrasia refém da dissonância cognitiva se uma feminista em debate trocasse a argumentação por estigmatização contra uma antifeminista usando pechas como "anti-mulher, preconizadora do machismo etc.", assim como uma antifeminista usando exemplos isolados de teóricas ou ativistas feministas visasse mais "forçar" constrangimento para deslegitimar o sincero equívoco da oponente do que usar correta técnica argumentativa que proporcionaria "o pensar" da interlocutora.
No instigante Complexo de Cinderela (década de 1970, salvo engano) a autora parte de sua própria experiência ao escrever sobre o dilema da mulher entre casar e permanecer solteira; desejar tanto a independência financeira quanto a independência emocional e material do homem e, ao mesmo tempo, ter medo dessa independência/dependência e competência/incompetência (profissional).
Segundo a autora, este medo seria tanto paralisante como capaz de desenvolver até transtorno de personalidade. Casando e tornando-se donas do lar em moldes tradicionais (mesmo esposa de médicos à época), ficariam infelizes (ideia batida em outro livro do mesmo período: "Mística feminina" de Betty Friedan, onde a mulher seria "prisioneira do lar", enquanto Esther Vilar apontava a mulher como potencial manipuladora e parasita do homem), pois não se encontrariam como gostariam. Tornando-se carreiristas também não se sentiriam satisfeitas. Se ficassem à espera de um "príncipe" para salvá-las, ele não existiria, portanto a real liberdade da mulher estaria na sua independência, conclui Colette Dowling.
Tendo consciência de que é propriedade de Deus, a mulher se realizará na certeza e liberdade de que seu lugar é onde Deus a chamar para uma missão, seja cuidando dos filhos ou pilotando avião. Anacronismo à parte, a "mulher virtuosa" em Provérbios de Salomão, além de esposa e mãe, foi uma "empresária.
Elizabeth I, Irmã Dulce, Florence Nightingale e tantas solteiras anônimas deixaram um legado inestimável na História, porém, solteira ou não, toda mulher (todo ser humano) é chamada a viver para glorificar a Deus. Se casada, ao rejeitar a submissão bíblica (como se fosse ultraje) e liderança sábia, firme, servidora e amorosa de um esposo submisso a Deus e disposto a morrer por ela, o problema não está no peixe ou bicicleta, mas na escolha desastrada do cidadão.
Antifeminismo como mera "guerra cultural" pode se tornar o outro lado da moeda do feminismo radical – como uma nova ideologia criticando outra ideologia – mesmo diferindo do método e espírito, mas com risco de cair num modismo ou apenas negócio lucrativo.
Mas dispensa ideologias como guia quem tem sólida cosmovisão bíblica – ainda que ideologias perpassem todas as vertentes da nossa vida. E as ideologias falham miseravelmente por não reconhecer as origens das mazelas morais, sociais, econômicas, políticas etc., bem como a real solução definitiva e satisfatória de tais problemas.
Comecei a ler cinco anos atrás a "bibliografia antifeminista" divulgada por uma jovem cristã protestante, conservadora, professora de História e escritora de um best-seller sobre o tema em questão – atual deputada catarinense. Após conhecer obras elementares como Feminilidade radical (C. McCulley), Sexo Privilegiado (Martin V. Creveld), A Revolução sexual (Wilhelm Reich) e finalizar a leitura de O outro lado do feminismo, constatei a grande relevância do tema e debate.
Mesmo já tendo acessado certa bibliografia feminista de cunho acadêmico e passado quatro anos em sala de aula trabalhando com adolescentes, chego a conclusão de que a ausência de mais incentivo ao espírito crítico e análise inteligente, profunda e séria dos conteúdos ministrados em sala de aula, favorece a precoces e nocivas construções ideológicas na formação de muitos estudantes. A culpa não é dos professores em geral, pois é algo estrutural.
Não que deva ser negado o direito da idiossincrasia e construção da identidade do estudante (política, religiosa, cultural), mas refiro-me ao equívoco de se pensar que fazer com que um aluno seja "crítico" signifique influenciá-lo a ser militante apaixonado, privando-o de entender o outro lado da história, contextos e conceitos - sem ponderar, dialogar e conviver com quem dele diverge. A propósito, "críticos" (literários, de cinema etc) devem ter domínio do tema que analisam.
Assim como uma pseudoconservadora não superaria moralmente uma feminista sincera e leal às suas convicções, semelhante contrassenso haveria em se colecionar parceiros sexuais como símbolo da mulher emancipada e sem tabus ("Meu corpo, minhas regras") ao mesmo tempo debochando e ridicularizando aquelas que decidiram por seus valores e princípios (ou critérios de conveniência ou pragmatismo) aderir ao "Eu escolhi esperar".
No entanto, seria idiossincrasia refém da dissonância cognitiva se uma feminista em debate trocasse a argumentação por estigmatização contra uma antifeminista usando pechas como "anti-mulher, preconizadora do machismo etc.", assim como uma antifeminista usando exemplos isolados de teóricas ou ativistas feministas visasse mais "forçar" constrangimento para deslegitimar o sincero equívoco da oponente do que usar correta técnica argumentativa que proporcionaria "o pensar" da interlocutora.
No instigante Complexo de Cinderela (década de 1970, salvo engano) a autora parte de sua própria experiência ao escrever sobre o dilema da mulher entre casar e permanecer solteira; desejar tanto a independência financeira quanto a independência emocional e material do homem e, ao mesmo tempo, ter medo dessa independência/dependência e competência/incompetência (profissional).
Segundo a autora, este medo seria tanto paralisante como capaz de desenvolver até transtorno de personalidade. Casando e tornando-se donas do lar em moldes tradicionais (mesmo esposa de médicos à época), ficariam infelizes (ideia batida em outro livro do mesmo período: "Mística feminina" de Betty Friedan, onde a mulher seria "prisioneira do lar", enquanto Esther Vilar apontava a mulher como potencial manipuladora e parasita do homem), pois não se encontrariam como gostariam. Tornando-se carreiristas também não se sentiriam satisfeitas. Se ficassem à espera de um "príncipe" para salvá-las, ele não existiria, portanto a real liberdade da mulher estaria na sua independência, conclui Colette Dowling.
Tendo consciência de que é propriedade de Deus, a mulher se realizará na certeza e liberdade de que seu lugar é onde Deus a chamar para uma missão, seja cuidando dos filhos ou pilotando avião. Anacronismo à parte, a "mulher virtuosa" em Provérbios de Salomão, além de esposa e mãe, foi uma "empresária.
Elizabeth I, Irmã Dulce, Florence Nightingale e tantas solteiras anônimas deixaram um legado inestimável na História, porém, solteira ou não, toda mulher (todo ser humano) é chamada a viver para glorificar a Deus. Se casada, ao rejeitar a submissão bíblica (como se fosse ultraje) e liderança sábia, firme, servidora e amorosa de um esposo submisso a Deus e disposto a morrer por ela, o problema não está no peixe ou bicicleta, mas na escolha desastrada do cidadão.
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