Palavra do leitor
- 08 de outubro de 2009
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"Antes cuida de ti mesmo e da tua casa"
Falar sobre o cuidar é, sobretudo, fazer uma reflexão do lugar onde se mora, onde se constrói as relações mais íntimas e complexas do ser, onde se recebe os primeiros cuidados - a família.
A família é ainda o lugar onde se constrói identidades, estruturas emocionais, vínculos eternos. É onde é possível tocar, preocupar-se e envolver-se afetivamente, um compromisso emocional que acarreta responsabilidade prazerosa, espontânea e plena.
Quem foi cuidado nesses termos geralmente cuidará de outros, dando continuidade nesse processo consigo mesmo em sua caminhada.
A palavra cuidado, segundo os clássicos de filologia, deriva do latim cura, que se escrevia coera e era usada em condições de amor e de amizade. Expressava, portanto, uma atitude de cuidado, preocupação e de inquietação pela pessoa amada ou objeto de estimação. Esse cuidado existe apenas quando se atribui valor e importância.
É o aconchego da alma, o mimo que se precisa para olhar para si e para o outro com ternura.
Cuidar é um princípio que deve nortear a vida, que marca pessoas, que traz esperança. Rollo May, falando acerca do cuidado, disse que somente ele nos permitiria resistir ao cinismo e à apatia que nos cercam hoje. Estamos vivenciando situações onde é “cada um por si e Deus por todos”... Na família, cada um possui sua TV, seu PC, sua denominação; na igreja, os relacionamentos se limitam ao momento do culto; no trabalho, se mantém uma postura individualista, devido à competição; em todos os setores a sociedade vive uma superficialidade assustadora que desumaniza e embrutece as relações.
Se olharmos para os ensinamentos do Senhor Jesus, podemos perceber que Seu cuidado foi muito além, excedeu a si próprio, à sua família e aos seus discípulos. Estendeu-se àqueles que eram desprezados, aos enfermos, aos excluídos, para aqueles que não tinham ninguém a ouvir seus gemidos, ou alguém para estender a mão e colocá-los em um tanque para serem curados. Muitas vezes, seus discípulos, apesar de andarem com Ele, eram ainda indiferentes e insensíveis às necessidades do próximo, e repreenderam pessoas como aquele homem que gritava: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”. Eles não compreendiam que a misericórdia (cuidado) do Mestre excedia aos preconceitos, tabus, legalismos, superficialidades, descaso e até mesmo a lei. Leonardo Boff, enfatizando que Jesus fez da misericórdia a sua ética.
Madre Teresa, ao deixar o convento para cuidar dos mais pobres, disse: “Dá Cristo ao mundo, não o mantenhas para si e ao fazê-lo, usa tuas mãos”, “a mão que toca cura porque leva amor, carinho, afeto, devolve a confiança, oferece acolhida e manifesta cuidado, renascendo a humanidade perdida”.
Amar ao próximo como a si mesmo é cuidar de si, é deixar-se ser cuidado, é dar acesso ao Espírito de Deus e ao próximo para tocar em feridas ainda não cicatrizadas, tais como debilidades, pecados, tendências, medos, segredos. Nesse exercício de humildade, as traves do nosso olho já tão insensível começam a ser retiradas, para só então nos vermos e vivermos em plenitude, e assim retirar o argueiro daqueles que nos cercam, cuidando com-paixão para que vejam plenamente o verdadeiro Cristo do cristianismo que anunciamos.
Lembramos-nos ainda que Jesus veio para os doentes, portanto somente estes serão por Ele cuidados para assim cuidarem plenamente da sua casa.
A família é ainda o lugar onde se constrói identidades, estruturas emocionais, vínculos eternos. É onde é possível tocar, preocupar-se e envolver-se afetivamente, um compromisso emocional que acarreta responsabilidade prazerosa, espontânea e plena.
Quem foi cuidado nesses termos geralmente cuidará de outros, dando continuidade nesse processo consigo mesmo em sua caminhada.
A palavra cuidado, segundo os clássicos de filologia, deriva do latim cura, que se escrevia coera e era usada em condições de amor e de amizade. Expressava, portanto, uma atitude de cuidado, preocupação e de inquietação pela pessoa amada ou objeto de estimação. Esse cuidado existe apenas quando se atribui valor e importância.
É o aconchego da alma, o mimo que se precisa para olhar para si e para o outro com ternura.
Cuidar é um princípio que deve nortear a vida, que marca pessoas, que traz esperança. Rollo May, falando acerca do cuidado, disse que somente ele nos permitiria resistir ao cinismo e à apatia que nos cercam hoje. Estamos vivenciando situações onde é “cada um por si e Deus por todos”... Na família, cada um possui sua TV, seu PC, sua denominação; na igreja, os relacionamentos se limitam ao momento do culto; no trabalho, se mantém uma postura individualista, devido à competição; em todos os setores a sociedade vive uma superficialidade assustadora que desumaniza e embrutece as relações.
Se olharmos para os ensinamentos do Senhor Jesus, podemos perceber que Seu cuidado foi muito além, excedeu a si próprio, à sua família e aos seus discípulos. Estendeu-se àqueles que eram desprezados, aos enfermos, aos excluídos, para aqueles que não tinham ninguém a ouvir seus gemidos, ou alguém para estender a mão e colocá-los em um tanque para serem curados. Muitas vezes, seus discípulos, apesar de andarem com Ele, eram ainda indiferentes e insensíveis às necessidades do próximo, e repreenderam pessoas como aquele homem que gritava: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”. Eles não compreendiam que a misericórdia (cuidado) do Mestre excedia aos preconceitos, tabus, legalismos, superficialidades, descaso e até mesmo a lei. Leonardo Boff, enfatizando que Jesus fez da misericórdia a sua ética.
Madre Teresa, ao deixar o convento para cuidar dos mais pobres, disse: “Dá Cristo ao mundo, não o mantenhas para si e ao fazê-lo, usa tuas mãos”, “a mão que toca cura porque leva amor, carinho, afeto, devolve a confiança, oferece acolhida e manifesta cuidado, renascendo a humanidade perdida”.
Amar ao próximo como a si mesmo é cuidar de si, é deixar-se ser cuidado, é dar acesso ao Espírito de Deus e ao próximo para tocar em feridas ainda não cicatrizadas, tais como debilidades, pecados, tendências, medos, segredos. Nesse exercício de humildade, as traves do nosso olho já tão insensível começam a ser retiradas, para só então nos vermos e vivermos em plenitude, e assim retirar o argueiro daqueles que nos cercam, cuidando com-paixão para que vejam plenamente o verdadeiro Cristo do cristianismo que anunciamos.
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