Palavra do leitor
- 13 de fevereiro de 2008
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Anorexia espiritual
No mundo das aparências e das exterioridades, o "ter" tem papel tão destacado que o "ser" se dilui no tempo e no espaço. O culto à forma passa a ser o ídolo ao qual os joelhos vacilantes de muitos se dobram, ao ponto de amarem tanto a si mesmos que se tornam verdadeiros narcisistas.
Quando isto acontece, o relativismo toma a sua mais horrenda forma, já que a medida de todas coisas, onde se inserem os conceitos sobre o que é certo ou errado, é definida a partir da lei moral própria.
Esse modo de ser universaliza o velho ditado que diz: "cada cabeça é um mundo". Quando a idéia do que é absoluto é suplantada pelas convicções do relativismo pessoal, fato que se torna expresso com mais contundência à medida que a idéia sobre Deus é expurgada da sociedade, o convívio entre os seres humanos passa a existir apenas entre corpos, mas nunca entre almas. É por esta razão que a solidão pode ser experimentada até por aqueles que vivem cercados por pessoas.
Esta valorização exacerbada à estética acarretou uma progressiva demanda por certas profissões que, no passado, nos exames vestibulares, apresentavam baixa relação candidatos/vaga.
Muitas destas profissões emergentes tem uma relação direta com a saúde, como é o caso da educação física e a nutrição. Tudo isto é bom, não fossem os fatores que repercutiram para esta "transformação".
O mundo "fashion" passou a ditar o padrão de tudo quanto se refere à beleza (peso, pele, músculos, roupas, calçados, celulares, móveis, automóveis, etc.).
A dermatologia, especialidade da medicina, antes abraçada apenas por "vocação" (e vista com reservas por muitos "colegas", conforme me relatou profissional do ramo, graduada na década de 80), hoje, para muitos estudantes e residentes médicos, representa uma excelente oportunidade de enriquecimento com o surgimento do botox, peeling, silicone, lipoaspiração.
Nos dias de hoje, mais do que nunca, está em voga a famosa frase proferida por Vinícius de Moraes: "As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental".
Estamos vivendo a ditadura da beleza, e, com isto, se a "capa" é bela, pouco importa o conteúdo, mesmo que este se encontre com o prazo de validade vencido.
Triste é perceber que este modo de pensar e de agir entrou sorrateiramente no meio do povo de Deus, onde muitos não percebem que passaram a cultuar mais o próprio corpo do que o criador. Muitos, "religiosamente", gastam horas ininterruptas em academias, enquanto que negligenciam a leitura e a meditação bíblicas, práticas estas que muitas vezes só acontecem (e quando acontecem!) aos Domingos.
Com isto, ficando com a alma atrofiada (e sem poder contar com o uso de anabolizantes, que também só trariam resultados efetivos nocivos), muitos padecem de anorexia espiritual, faltando-lhes alimento sólido (Bíblia, comunhão e oração) para suportarem as tempestades da vida.
Bom seria também que não nos preocupássemos apenas com o nosso Índice de Massa Corporal (IMC). Imaginemos se O Senhor medisse o Índice da Mente de Cristo presente em cada um de nós. Em quanto estaria o seu?
Quando isto acontece, o relativismo toma a sua mais horrenda forma, já que a medida de todas coisas, onde se inserem os conceitos sobre o que é certo ou errado, é definida a partir da lei moral própria.
Esse modo de ser universaliza o velho ditado que diz: "cada cabeça é um mundo". Quando a idéia do que é absoluto é suplantada pelas convicções do relativismo pessoal, fato que se torna expresso com mais contundência à medida que a idéia sobre Deus é expurgada da sociedade, o convívio entre os seres humanos passa a existir apenas entre corpos, mas nunca entre almas. É por esta razão que a solidão pode ser experimentada até por aqueles que vivem cercados por pessoas.
Esta valorização exacerbada à estética acarretou uma progressiva demanda por certas profissões que, no passado, nos exames vestibulares, apresentavam baixa relação candidatos/vaga.
Muitas destas profissões emergentes tem uma relação direta com a saúde, como é o caso da educação física e a nutrição. Tudo isto é bom, não fossem os fatores que repercutiram para esta "transformação".
O mundo "fashion" passou a ditar o padrão de tudo quanto se refere à beleza (peso, pele, músculos, roupas, calçados, celulares, móveis, automóveis, etc.).
A dermatologia, especialidade da medicina, antes abraçada apenas por "vocação" (e vista com reservas por muitos "colegas", conforme me relatou profissional do ramo, graduada na década de 80), hoje, para muitos estudantes e residentes médicos, representa uma excelente oportunidade de enriquecimento com o surgimento do botox, peeling, silicone, lipoaspiração.
Nos dias de hoje, mais do que nunca, está em voga a famosa frase proferida por Vinícius de Moraes: "As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental".
Estamos vivendo a ditadura da beleza, e, com isto, se a "capa" é bela, pouco importa o conteúdo, mesmo que este se encontre com o prazo de validade vencido.
Triste é perceber que este modo de pensar e de agir entrou sorrateiramente no meio do povo de Deus, onde muitos não percebem que passaram a cultuar mais o próprio corpo do que o criador. Muitos, "religiosamente", gastam horas ininterruptas em academias, enquanto que negligenciam a leitura e a meditação bíblicas, práticas estas que muitas vezes só acontecem (e quando acontecem!) aos Domingos.
Com isto, ficando com a alma atrofiada (e sem poder contar com o uso de anabolizantes, que também só trariam resultados efetivos nocivos), muitos padecem de anorexia espiritual, faltando-lhes alimento sólido (Bíblia, comunhão e oração) para suportarem as tempestades da vida.
Bom seria também que não nos preocupássemos apenas com o nosso Índice de Massa Corporal (IMC). Imaginemos se O Senhor medisse o Índice da Mente de Cristo presente em cada um de nós. Em quanto estaria o seu?
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