Palavra do leitor
- 12 de março de 2011
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"Ankniipfungspunkt" - Uma breve avaliação da antropologia de Emil Brunner
Mesmo que inconsciente a teologia de Brunner se faz sentir no evangelicalismo contemporâneo, pois apesar de não se falar em uma "bondade inerente" ou conhecimento próprio, o movimento evangelical no Brasil, na prática, abandonou as doutrinas da depravação total e "sola gratia". A devida miséria e incapacidade humana em se achegar a Deus não são mais acentuadas. Fala-se muito nas pessoas que estão com "sede de Deus" e "tomar posse", pela fé, como se esta fé pertencesse ao homem, podendo este, quando bem quiser, depositar em Jesus. Não se fala mais de um pecador perdido, morto espiritualmente em delito e pecado e que se não for pela graça de Deus para regenerá-lo dando-lhe o dom da fé, o mesmo está condenado. A forma como a evangelização é feita não leva em conta a total dependência do homem em relação a Deus para ser salvo. É como se à parte de Deus já estivesse feita e agora quem age é o homem que basta depositar sua fé. Ou seja, há no próprio homem o poder para crer. O seu livre-arbítrio é a faculdade que toma a decisão, ou não, de abraçar o Cristo da fé. Portanto, ainda que não se fale uma “imago Dei” presente no homem, ou, em “ponto de contato”, a forma como o evangelicalismo se desenvolve no Brasil se alinha com as convicções de Emil Brunner
CONCLUSÃO
Seria o Brunnerianismo uma forma de semipelagianismo? Parece-nos que sim, pois o semipelagianismo, típico do evangelicalismo contemporâneo, admite um homem que é um pecador, cujas faculdades foram corrompidas em função do lapso no Édem. No entanto, também admite que este pecador, apesar de seu estado de escravidão espiritual, pode por si mesmo chegar a Deus. É claro que o semipelagianismo declara que a salvação pertence ao Senhor e que o pecador é salvo pela graça, porém está é apenas uma influência sobre o pecador, que tendo condições de se voltar para Deus, recebe tal influência e decide se entregar. É desta forma que se evangeliza no Brasil. Assim, empregando os métodos adequados, dizem eles, o homem virá a Deus.
Apesar de seu protestantismo, Brunner não considerou os efeitos completos da queda. O homem está morto. Não há nele sequer a menor condição de uma reconciliação. O homem natural segue o curso do próprio coração (Ef. 2: 3) e está separado de Deus. Sua única chance é a graça que regenera, comunica a fé e promove o arrependimento. É a graça de Deus que restaura e redireciona as faculdades do homem, garantindo assim, eficazmente, o acesso à reconciliação com Deus.
CONCLUSÃO
Seria o Brunnerianismo uma forma de semipelagianismo? Parece-nos que sim, pois o semipelagianismo, típico do evangelicalismo contemporâneo, admite um homem que é um pecador, cujas faculdades foram corrompidas em função do lapso no Édem. No entanto, também admite que este pecador, apesar de seu estado de escravidão espiritual, pode por si mesmo chegar a Deus. É claro que o semipelagianismo declara que a salvação pertence ao Senhor e que o pecador é salvo pela graça, porém está é apenas uma influência sobre o pecador, que tendo condições de se voltar para Deus, recebe tal influência e decide se entregar. É desta forma que se evangeliza no Brasil. Assim, empregando os métodos adequados, dizem eles, o homem virá a Deus.
Apesar de seu protestantismo, Brunner não considerou os efeitos completos da queda. O homem está morto. Não há nele sequer a menor condição de uma reconciliação. O homem natural segue o curso do próprio coração (Ef. 2: 3) e está separado de Deus. Sua única chance é a graça que regenera, comunica a fé e promove o arrependimento. É a graça de Deus que restaura e redireciona as faculdades do homem, garantindo assim, eficazmente, o acesso à reconciliação com Deus.
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