Palavra do leitor
- 26 de agosto de 2018
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Amamos que deveríamos odiar e odiamos que deveríamos amar?
Amamos que deveríamos odiar e odiamos que deveríamos amar?
‘’A fé cristã se não mergulhar nas lágrimas e nos risos de gente, pode ser vista até como uma mensagem agradável, mas nunca portadora da mensagem do evangelho de Cristo’’.
O mundo parece virado de cabeça para baixo ou não? Os progressos encabeçados e representados pelas chamadas redes sociais, pelas tecnologias digitais, por uma suposta vida conectada, com tudo e todos, não trouxe alterações na maneira como nos relacionamos, inter- relacionamos, correlacionamos e entre – relacionamos. Cada vez mais, curvamo – nos aos sentimentos, aos impulsos, aos desejos e a uma leitura da vida ancorada, tão somente, com as cartilhas do consumismo e descartamento. Nada mais interessa, senão sensações momentâneas e conquistas passageiras e pouco reflete se vamos abrir de nossa dignidade ou do respeito ao outro. Eis o cenário de um vácuo de valores de permanência, de enraizar – se, de continuidade, porque tudo se resume ao volúvel, ao volátil, ao flutuante e ao líquido. Estranhamento o evangelho ora denominado Cristo nos chama para o amor ao próximo e isto traz a questão de nossas vulnerabilidades e fragilidades, de não fazer do semelhante um objeto, um meio de nossas meras satisfações. Vou adiante, então, não deveríamos odiar as mais sórdidas e inadmissíveis práticas de desfiguração do ser humano?
Não deveríamos odiar a manipulação de uns sobre outros, as ideologias que apregoam uma visão unilateral da vida, a idolatria de ídolos de púlpitos? Não deveríamos odiar a hipocrisia de atribuir ao outro nossas mancadas e assumir o quanto nossas escolhas deixam cicatrizes? Não deveríamos odiar profundas desigualdades, bem aos nossos olhos? Não deveríamos odiar uma banalização do sexo, como moeda de troca? Não deveríamos rever todos nossos progressos e reconhecer o quanto ainda nos encontramos distantes, em nossa humanidade? Não deveríamos odiar as guerras para mostrar qual fé tem maior peso e pujança? Não deveríamos odiar a deformação da tradição, da história, dos valores, em prol de um discurso humanista individualista, do prazer pelo prazer e mais nada? Não deveríamos odiar uma crença inabalável numa razão, sem o espirito, numa espiritualidade, sem a criatividade, numa alma, sem equilíbrio? Não deveríamos odiar a veneração de assassinos, de homicidas, de genocídios e demais aberrações realizadas, por ai? Não deveríamos odiar mortes cometidas por balas perdidas? Não deveríamos odiar os fundamentalismos, os extremismos, os caudilhos ditatoriais, sejam religiosos ou seculares? Não deveríamos odiar o culto imbecil o corpo ideal, perfeito, intacto? Não deveríamos odiar todo um emaranhado de gente excluída de sua pátria, por causa de dispostas insanas e nutridas pela sede virulenta do poder? Não deveríamos odiar a mercantilização da vida, da saúde, da educação, da cultura? Não deveríamos odiar a tolice de temas como o aborto, a pedofilia, o homossexualismo, a eutanásia, em função de que não se dirigem a uma questão de quem tem a palavra final, mas como lidar com a finalidade de tudo isso: pessoas? Não deveríamos odiar a perpetuação de raposas famigeradas e infames, em nossa política? Não deveríamos odiar a ilusão de que um animalzinho possa substituir pessoas, a conversa franca e aberta, o ouvir e o sentir o pulsar de outra alma?
O por qual motivo, nessa mesma listagem incompleta, não amamos o amor que não finge, não busca máscaras, mostra nossas margens de lágrimas e perdas? O por qual motivo não amamos uma fé que não foge da dúvida e encontra a autêntica crença no desencanto, com todas as superstições, delírios, fanatismos, ritualismos tolos e estúpidos? O por qual motivo não amamamos uma transcendência que me faz sentar, ouvir e sem esperar nenhum direito a réplica? O por qual motivo não amamos a convivência, a parceria, o partilhar e o compartilhar? O por qual motivo não nos permitirmos ser invadido pelas nuances ou diversidades da natureza, do ritmo das ondas do mar, do balé das nuvens, do alumiar das estrelas, do toque dos ventos, do gozo de um sexo livre e sem imposições, do abraço afável? O por qual motivo não nos abrirmos para uma vida mais ingênua, mais desprendida e alforriada dessa necessidade de provar, de comprovar, de demonstrar? O por qual motivo não arriscamos amar a esperança, a justiça, a compaixão e a misericórdia, por mais irreais e absurdas sejam essas palavras, essas loucuras? O por qual motivo não amamos com atos, com palavras, com respostas, com encontros, com recomeços e com reconciliações? Sei lá, o por qual motivo, eu amo, aquilo que eu deveria odiar e, em contrapartida, eu odeio, aquilo que deveria odiar? Sinceramente, o por qual motivo ouvimos a expressão (amais o que deveríeis odiar e odiais o que deveríeis amar) e, domingo a domingo, não digo todos, dirigimo – nos nossas preces, em um templo, participamos de eventos, de orações e, lá no fundo, tudo parece tão distante da nossa realidade, crua e nua?
‘’A fé cristã se não mergulhar nas lágrimas e nos risos de gente, pode ser vista até como uma mensagem agradável, mas nunca portadora da mensagem do evangelho de Cristo’’.
O mundo parece virado de cabeça para baixo ou não? Os progressos encabeçados e representados pelas chamadas redes sociais, pelas tecnologias digitais, por uma suposta vida conectada, com tudo e todos, não trouxe alterações na maneira como nos relacionamos, inter- relacionamos, correlacionamos e entre – relacionamos. Cada vez mais, curvamo – nos aos sentimentos, aos impulsos, aos desejos e a uma leitura da vida ancorada, tão somente, com as cartilhas do consumismo e descartamento. Nada mais interessa, senão sensações momentâneas e conquistas passageiras e pouco reflete se vamos abrir de nossa dignidade ou do respeito ao outro. Eis o cenário de um vácuo de valores de permanência, de enraizar – se, de continuidade, porque tudo se resume ao volúvel, ao volátil, ao flutuante e ao líquido. Estranhamento o evangelho ora denominado Cristo nos chama para o amor ao próximo e isto traz a questão de nossas vulnerabilidades e fragilidades, de não fazer do semelhante um objeto, um meio de nossas meras satisfações. Vou adiante, então, não deveríamos odiar as mais sórdidas e inadmissíveis práticas de desfiguração do ser humano?
Não deveríamos odiar a manipulação de uns sobre outros, as ideologias que apregoam uma visão unilateral da vida, a idolatria de ídolos de púlpitos? Não deveríamos odiar a hipocrisia de atribuir ao outro nossas mancadas e assumir o quanto nossas escolhas deixam cicatrizes? Não deveríamos odiar profundas desigualdades, bem aos nossos olhos? Não deveríamos odiar uma banalização do sexo, como moeda de troca? Não deveríamos rever todos nossos progressos e reconhecer o quanto ainda nos encontramos distantes, em nossa humanidade? Não deveríamos odiar as guerras para mostrar qual fé tem maior peso e pujança? Não deveríamos odiar a deformação da tradição, da história, dos valores, em prol de um discurso humanista individualista, do prazer pelo prazer e mais nada? Não deveríamos odiar uma crença inabalável numa razão, sem o espirito, numa espiritualidade, sem a criatividade, numa alma, sem equilíbrio? Não deveríamos odiar a veneração de assassinos, de homicidas, de genocídios e demais aberrações realizadas, por ai? Não deveríamos odiar mortes cometidas por balas perdidas? Não deveríamos odiar os fundamentalismos, os extremismos, os caudilhos ditatoriais, sejam religiosos ou seculares? Não deveríamos odiar o culto imbecil o corpo ideal, perfeito, intacto? Não deveríamos odiar todo um emaranhado de gente excluída de sua pátria, por causa de dispostas insanas e nutridas pela sede virulenta do poder? Não deveríamos odiar a mercantilização da vida, da saúde, da educação, da cultura? Não deveríamos odiar a tolice de temas como o aborto, a pedofilia, o homossexualismo, a eutanásia, em função de que não se dirigem a uma questão de quem tem a palavra final, mas como lidar com a finalidade de tudo isso: pessoas? Não deveríamos odiar a perpetuação de raposas famigeradas e infames, em nossa política? Não deveríamos odiar a ilusão de que um animalzinho possa substituir pessoas, a conversa franca e aberta, o ouvir e o sentir o pulsar de outra alma?
O por qual motivo, nessa mesma listagem incompleta, não amamos o amor que não finge, não busca máscaras, mostra nossas margens de lágrimas e perdas? O por qual motivo não amamos uma fé que não foge da dúvida e encontra a autêntica crença no desencanto, com todas as superstições, delírios, fanatismos, ritualismos tolos e estúpidos? O por qual motivo não amamamos uma transcendência que me faz sentar, ouvir e sem esperar nenhum direito a réplica? O por qual motivo não amamos a convivência, a parceria, o partilhar e o compartilhar? O por qual motivo não nos permitirmos ser invadido pelas nuances ou diversidades da natureza, do ritmo das ondas do mar, do balé das nuvens, do alumiar das estrelas, do toque dos ventos, do gozo de um sexo livre e sem imposições, do abraço afável? O por qual motivo não nos abrirmos para uma vida mais ingênua, mais desprendida e alforriada dessa necessidade de provar, de comprovar, de demonstrar? O por qual motivo não arriscamos amar a esperança, a justiça, a compaixão e a misericórdia, por mais irreais e absurdas sejam essas palavras, essas loucuras? O por qual motivo não amamos com atos, com palavras, com respostas, com encontros, com recomeços e com reconciliações? Sei lá, o por qual motivo, eu amo, aquilo que eu deveria odiar e, em contrapartida, eu odeio, aquilo que deveria odiar? Sinceramente, o por qual motivo ouvimos a expressão (amais o que deveríeis odiar e odiais o que deveríeis amar) e, domingo a domingo, não digo todos, dirigimo – nos nossas preces, em um templo, participamos de eventos, de orações e, lá no fundo, tudo parece tão distante da nossa realidade, crua e nua?
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