Palavra do leitor
- 25 de dezembro de 2019
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Almoço em família
Não é só no Natal que os familiares almoçam. Eu não me lembro de nenhum "almoço em família" que eu tenha participado. Acho que sou avesso às pessoas nesta época e as pessoas também são avessas a mim. Talvez isto explique esta coincidência. Mas almoço em família pode ser bom e até indicado para certas ocasiões. É uma oportunidade para se conhecer os parentes e os pseudos parentes. Nesse almoço pode acontecer muita coisa, inclusive pode nem acontecer o almoço. Sempre tem um "espertinho" no meio querendo fazer gracinhas. Quando isto acontece é preciso alguém "desligar" o engraçadinho. Nesses almoços algumas pessoas costumam exagerar na "marvada pinga" ou mesmo em outra bebida alcoólica e tudo pode desandar. Bêbado não sabe o que fala, sendo assim pode falar alguma coisa indevida ou imprópria para o ambiente. Quando isto acontece sempre aparece alguém para colocar "panos quentes" e tem sempre aquela figura conciliadora que se levanta, se apresenta e diz: "Pessoal, hoje é Natal, vamos comportar, estamos em família, pega leve, gente!". Ânimos serenados, recomeçam os comes e bebes que duram até o próximo round. Depois, enquanto uns dormem bêbados, outros falam alguma coisa só para matar o tempo.
Escrevo no Natal de 2019 enquanto a noite avança após um dia de marasmo e sem nenhuma eloquência, pelo menos pra mim. Quem me conhece sabe que não gosto desta época, pois é nesta época que se acentua mais as diferenças sociais e a falsidade é mais latente no ser humano. É a tônica do final do ano, sempre o começo e o final de qualquer coisa acaba pendendo para algum extremo. A diferença é que no começo do ano o clima é outro, são as contas para pagar e os problemas a se amontoar à nossa frente como entulhos ou restos do que sobrou do ano passado. O famoso poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema "O ano passado não passou" no qual descreve essa mistura entre o velho ano e o ano novo, essa dependência que um tem do outro. Na verdade, tudo na vida é interligado, o ser humano não consegue se desligar do útero materno e continua ligado de alguma forma ao ano passado, aos fatos passados como se fosse tudo se repetir de novo. É uma dependência teimosa e nervosa que levamos pela vida afora. O almoço de família marca esse reencontro com o passado, as novidades velhas e os gestos perdidos no tempo e na mão que não abraça mais como antigamente. "Em vão marcamos novos encontros, todos são velhos encontros", já dizia Drummond no citado poema. Tudo se mistura na mente e no corpo e se confunde na mente cansada que não sente e não pensa mais como antigamente. Lá se vai ou lá se foi 2019 com sua incoerência e surpresas. Vida que segue rumo a 2020 que logo aparecerá no nascente enquanto 2019 se porá no poente. Muitos terão outros almoços de família, outras discussões e outras regalias, sentimentos, dores e sonhos num ano que se projeta e se apresenta prometendo uma melhora substancial neste país tão sofrido e tão explorado.
A esperança nunca esteve tão forte e tão visível nos olhos da população que depositou todas as suas fichas no novo presidente que até agora não a tem decepcionado. Tudo flui e se apresenta com promessas e sonhos, o tempo manda esperar, se acalmar e o homem cansado espera e confia em Deus porque é dele que vem o nosso socorro e a nossa salvação. Esperemos, pois, no Senhor porque Ele é o nosso refúgio e fortaleza, o nosso socorro bem presente na hora da tribulação. Só assim, pela graça de Deus, venceremos o próximo ano, assim como temos vencido até aqui.
Escrevo no Natal de 2019 enquanto a noite avança após um dia de marasmo e sem nenhuma eloquência, pelo menos pra mim. Quem me conhece sabe que não gosto desta época, pois é nesta época que se acentua mais as diferenças sociais e a falsidade é mais latente no ser humano. É a tônica do final do ano, sempre o começo e o final de qualquer coisa acaba pendendo para algum extremo. A diferença é que no começo do ano o clima é outro, são as contas para pagar e os problemas a se amontoar à nossa frente como entulhos ou restos do que sobrou do ano passado. O famoso poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema "O ano passado não passou" no qual descreve essa mistura entre o velho ano e o ano novo, essa dependência que um tem do outro. Na verdade, tudo na vida é interligado, o ser humano não consegue se desligar do útero materno e continua ligado de alguma forma ao ano passado, aos fatos passados como se fosse tudo se repetir de novo. É uma dependência teimosa e nervosa que levamos pela vida afora. O almoço de família marca esse reencontro com o passado, as novidades velhas e os gestos perdidos no tempo e na mão que não abraça mais como antigamente. "Em vão marcamos novos encontros, todos são velhos encontros", já dizia Drummond no citado poema. Tudo se mistura na mente e no corpo e se confunde na mente cansada que não sente e não pensa mais como antigamente. Lá se vai ou lá se foi 2019 com sua incoerência e surpresas. Vida que segue rumo a 2020 que logo aparecerá no nascente enquanto 2019 se porá no poente. Muitos terão outros almoços de família, outras discussões e outras regalias, sentimentos, dores e sonhos num ano que se projeta e se apresenta prometendo uma melhora substancial neste país tão sofrido e tão explorado.
A esperança nunca esteve tão forte e tão visível nos olhos da população que depositou todas as suas fichas no novo presidente que até agora não a tem decepcionado. Tudo flui e se apresenta com promessas e sonhos, o tempo manda esperar, se acalmar e o homem cansado espera e confia em Deus porque é dele que vem o nosso socorro e a nossa salvação. Esperemos, pois, no Senhor porque Ele é o nosso refúgio e fortaleza, o nosso socorro bem presente na hora da tribulação. Só assim, pela graça de Deus, venceremos o próximo ano, assim como temos vencido até aqui.
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