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Palavra do leitor

Ainda amo a mensagem da cruz!

"O teu sangue foi vertido
Expiraste, ó meu Jesus
E ficou por ti cumprido
Meu resgate sobre a cruz!"

O impacto desta letra sobre a minha alma é devastador; nela percebo ainda que tênuemente, a dimensão do amor de Jesus Cristo por mim, e nada pode se comparar ao amor de Deus morrendo na cruz, tomando um lugar que era meu. A cruz. Não pretendo fundar a "Legião do Calvário", a "Irmandade da Cruz" ou qualquer outra coisa de nome pomposo e objetivos dúbios; mas permaneço sem entender a aversão pela cruz, a resistência, o afastamento da mensagem da cruz promovido pela igreja.

Deixando as minhas referências, fingindo me esquecer de onde fui tirado pelo poder do Evangelho é que me apresentei reprovável. A igreja insiste em exibir símbolos estranhos ao Cristianismo; entre a cruz e o castiçal, qual a escolha? Não necessitamos de símbolos judeus, não somos judeus, nem devemos acatar as sandices judaizantes das igrejas "neo - um monte de coisas". Uma parafernália sem fim atropelando o culto.

Satanás gosta de confusão, beneficia-se dela, consegue entre os da igreja os melhores auxiliares para desviar os próprios santos; confusão é a palavra de ordem, ou de desordem na igreja "pós-moderna".

Sem a mensagem de vergonha e sangue quem encontrará a salvação?

Na epístola aos gálatas S. Paulo diz sem rodeios: “Fui morto na cruz com Cristo.” Gl 2: 20b – (edição pastoral, Ed. Paulus.) E em meio a ensinamentos concernentes a uma vida dominada pelo Espírito Santo, encontramos mais afirmações sobre a cruz: "Os que pertencem a Cristo crucificaram os instintos egoístas junto com as suas paixões e desejos." Gl 5: 24 – (idem). A cruz nos rodeia e faz sombra.

Certamente as duas afirmações bastam para definir nossa real condição: CRUCIFICADOS! – (dirijo-me aos crentes) As expectativas de um crucificado não são lá muito animadoras; li tempos atrás alguns artigos sobre a crucificação; invenção dos persas que os romanos aprenderam em Cartago. Sei dizer que pelo que entendi é pior que o pior dos pesadelos. Todas as torturas às quais fui submetido como ladrão, cobrador e cão de guarda parece afago de mãe quando comparadas às dores da cruz, nada equivale em agonia de tempo e dor!

De acordo com a segunda citação bíblica eu, crente, crucifiquei todas as afeições e intentos, todos os sonhos e planos e passei a pensar com a mente de Cristo. De que me serve na cruz o egoísmo diário? Exatamente o que faço com desejos e paixões quando me mudo de mala e cuia pro calvário? De lá vem a vitória sobre os males e sobre o pecado que assombram a minha existência. É na cruz que encontro as respostas que não encontrei em lugar algum e de lá irradia a esperança viva e nova de morar com Ele na glória; não tenho nem quero outro endereço, sou da cruz de Cristo.

Negar minha vontade é renegar o que prezo, literalmente trair aquilo que por precioso tenho, abandonar os caminhos que jurei seguir em troca de outro caminho, O Caminho. Seguir Jesus é pisar cada um dos passos pisados por Ele, acordar sempre com o mesmo e ambicioso projeto: MORRER HOJE NOVAMENTE. Ser crucificado antes do desjejum; pensar, sentir, falar, reagir e viver como crucificado.

Tomar posse da cruz e quando me perguntarem o meu endereço responder prontamente: Gólgota! Apossar-me do vexame dos cravos sem precisar de mais nada, de mais posses. Tenho a cruz, a cruz me basta!

Seguir Jesus, ir logo em seguida andar a Via Dolorosa “A fim de que não se torne inútil a cruz de Cristo, que é poder de Deus para aqueles que se salvam, nós.” I co 1: 17, 18.Submetendo-me à cruz anulo meus direitos, todos eles; cancelo a minha agenda, toda ela pela vida toda. Estar crucificado e viver assim, crucificado e sem grandes sonhos relacionados com o presente século; amar Jesus a ponto de apresentar regularmente o coração agradecido pela cruz diária, constante. Não “descemos da cruz”. Nenhum compromisso ou assunto desviam-me do calvário, “descer da cruz” está fora de questão. Sequer tragédias podem fazer-me considerar estapafúrdia hipótese.

Optei pela cruz, optei eternamente; eternamente aqui, porvir também.

“Cristo vive em mim!” Habita-me o crucificado.

(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida)

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