Palavra do leitor
- 18 de maio de 2017
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A voz do povo e a boca erudita
Andrew Miller ¹, no longínquo século XIX, afirmou que "... os cristãos genuínos são reservados e a maioria deles não se destaca na multidão." Tal declaração foi um alerta para os cristãos na Inglaterra, o celeiro do Evangelho de Cristo naquele século. Charles Henry Mackintosh ², contemporâneo de Miller, disse que "... na cristandade, a tentação está em baixar o padrão divino para se tomar o terreno humano..." O que motivou esses irmãos a pronunciarem tais sentenças? E por que elas são atuais e ainda contundentes?
Há 150 anos o contexto era o mesmo do atual, apesar das ramificações do protestantismo e o que resulta de suas novas derivações (centenas ainda desconhecidas por todo nosso país). Não bastassem excentricidade doutrinária e recursos financeiros, as anomalias se fazem ouvir através da mídia. Interessante que todas são munidas de apologética e certidão de nascimento. Bons tempos aqueles em que o VPC excursionava o Brasil, cantando o Evangelho sem logomarca, sem cachê, sem estrelismos. Nos idos de 1980, em Goiânia, a afiliada da Globo transmitia um programa semanal, onde um cristão anunciava o Evangelho, quando ser crente em Jesus tinha outra conotação.
Para suavizar a hora do rush, quem esqueceu o pen drive sintoniza um noticiário ou desliga o rádio; programas evangélicos? Não dá! Pouco ou nada têm da Graça do Evangelho. Há sempre um exorcista ou um iluminado abençoando lenços e copos d’água. E tome merchandising e pedidos de ofertas. "... O amor esfriará..." não é mais uma advertência, é apenas pauta para discussões semânticas. Nos grandes (ou enormes) ajuntamentos, formalidades vazias; no salão onde antes funcionava um bar, acalorados sermões inflamam corações e mentes. Assim segue a cristandade: casuísmos teológicos, pregadores eletrônicos, artistas gospels.
Diletantes da cosmovisão cristã conceituam doutrinas e sectarismos como recurso de cultura do cristianismo. Mas, um evangeliquês os fazem renunciar, retumbantes, o segundo versículo de Romanos 12 (Certamente algum doutor vai execrar: citação bíblica "fora de contexto"). Em contrapartida, os ingleses citados retornam: a Grande Casa do cristianismo está repleta de vasos de desonra; a Grande Arvore da cristandade tem muitas aves de rapina aninhada em seus vastos galhos. Aquilo que os "ministérios" alardeiam está na boca do povo (que não tem a voz de Deus), mas a multidão está cansada. Taparam a única boca erudita e não podem ouvir a Boa Palavra (*).
1)Historia da Igreja, volume I, DLC;
2)Estudos sobre Levitico, edição 2, DLC; (*) Is 50:4
Há 150 anos o contexto era o mesmo do atual, apesar das ramificações do protestantismo e o que resulta de suas novas derivações (centenas ainda desconhecidas por todo nosso país). Não bastassem excentricidade doutrinária e recursos financeiros, as anomalias se fazem ouvir através da mídia. Interessante que todas são munidas de apologética e certidão de nascimento. Bons tempos aqueles em que o VPC excursionava o Brasil, cantando o Evangelho sem logomarca, sem cachê, sem estrelismos. Nos idos de 1980, em Goiânia, a afiliada da Globo transmitia um programa semanal, onde um cristão anunciava o Evangelho, quando ser crente em Jesus tinha outra conotação.
Para suavizar a hora do rush, quem esqueceu o pen drive sintoniza um noticiário ou desliga o rádio; programas evangélicos? Não dá! Pouco ou nada têm da Graça do Evangelho. Há sempre um exorcista ou um iluminado abençoando lenços e copos d’água. E tome merchandising e pedidos de ofertas. "... O amor esfriará..." não é mais uma advertência, é apenas pauta para discussões semânticas. Nos grandes (ou enormes) ajuntamentos, formalidades vazias; no salão onde antes funcionava um bar, acalorados sermões inflamam corações e mentes. Assim segue a cristandade: casuísmos teológicos, pregadores eletrônicos, artistas gospels.
Diletantes da cosmovisão cristã conceituam doutrinas e sectarismos como recurso de cultura do cristianismo. Mas, um evangeliquês os fazem renunciar, retumbantes, o segundo versículo de Romanos 12 (Certamente algum doutor vai execrar: citação bíblica "fora de contexto"). Em contrapartida, os ingleses citados retornam: a Grande Casa do cristianismo está repleta de vasos de desonra; a Grande Arvore da cristandade tem muitas aves de rapina aninhada em seus vastos galhos. Aquilo que os "ministérios" alardeiam está na boca do povo (que não tem a voz de Deus), mas a multidão está cansada. Taparam a única boca erudita e não podem ouvir a Boa Palavra (*).
1)Historia da Igreja, volume I, DLC;
2)Estudos sobre Levitico, edição 2, DLC; (*) Is 50:4
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