Palavra do leitor
- 19 de abril de 2009
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A voz de Dom Isnard e o silêncio de Jesus
Eu não creio que o romanismo necessite ser reformado, pelo menos não com as reformas propostas por Dom Isnard nas páginas da Revista Ultimato (março-abril/2009).
Também sucumbo à perplexidade diante de tantos protestantes e evangélicos que "investem" horas preciosas numa discussão fútil sobre se padres podem ou não casar, porque duvido que católicos percam tempo discutindo se presbiterianos deveriam ou não abandonar a prática do batismo infantil dentro dos seus templos. Duvido também que católicos publiquem em suas revistas seus palpites sobre se batistas deveriam ser pastoreados apenas por celibatários ou por mulheres e adotar o batismo por aspersão...
Eu não creio que o romanismo necessite daquelas reformas ali propostas por D. Isnard. Muito menos creio que os protestantes e evangélicos deveriam se preocupar com as reflexões de D. Isnard. Segundo seus próprios pares romanos, pessoas como ele são homens que confessam seus crimes na intenção de serem aplaudidos (ver: http://oblatvs.blogspot.com/2009/01/dom-clemente-isnard.html). Como ex-seminarista católico, entendo que as regras institucionais são previamente estabelecidas: o celibato é prerrogativa do sacerdócio romano. Em outras palavras: só é padre quem quer. Fico triste de tantos protestantes e evangélicos discutirem e darem espaço a questões como essa.
Mas eu não creio que o romanismo necessite de tais mudanças, por isso não discuto sobre “o celibato voluntário dos sacerdotes e a ordenação de homens casados” ou sobre “a importância da ordenação feminina” e “a participação popular nas nomeações episcopais” ou “missões católicas”. Não sei quem escreveu o artigo em questão (não foi assinado), mas a frase “as denominações protestantes precisam tomar cuidado para que não aconteça o mesmo problema em seu seio” revela um desconhecimento de quem seja o historicamente insubordinado Dom Isnard ou demonstra cumplicidade com o Bispo.
“Muitos querem falar, mas não podem”. Não podem por quê? A América Latina sempre produziu bispos que nestas últimas quatro décadas se levantaram pelas mesmas bandeiras de Dom Isnard. Este sempre falou o que quis e nunca foi censurado, basta ver o currículo dele apresentado no próprio artigo.
Aliás, aquela historinha sobre um superior eclesiástico que teria “orientado” uma editora católica a não publicar o livro de D. Isnard só pode ser devaneio, por favor! Dom Isnard foi presidente da Comissão de Liturgia da CNBB por mais de vinte anos, foi membro (nomeado pelo Papa Paulo VI) do Conselho para Execução da Constituição de Liturgia e membro da Congregação para o Culto Divino, será que alguém sabe o poder eclesiástico que estes cargos oferecem?
Eu não creio que o romanismo necessite das reformas de D. Isnard. As reformas imprescindíveis são muito mais profundas e essenciais. Entretanto, as Reformas Bíblicas o romanismo não quer (e também não fazem parte das reflexões do bispo sobre as instituições eclesiásticas atuais). O Papa continua a ostentar seu Primado e o título de Vigário de Cristo, Maria permanece sendo mediadora entre os homens e Jesus e as “aparições” dela pelo mundo seguem incontestadas a despeito das verdades bíblicas, assim como seguem o culto aos santos e a missa aos mortos, só para citar alguns exemplos. É o romanismo de sempre que ainda hoje sofre das mesmas mazelas denunciadas pela Reforma Protestante há mais de 500 anos. Roma não foi reformada, mas parece que muitos protestantes e evangélicos se conformaram a isso.
Além do mais, os Papas Bento XVI, João Paulo II e Paulo VI já declararam inúmeras vezes que os protestantes não podem ser chamados de igreja, pois a Igreja de Cristo só pode subsistir na Igreja Romana (ver a declaração Mysterium Ecclesiae de Paulo 6º, de 1973, e em 2000, a Dominus Iesus, aprovada por João Paulo 2º). Os três Papas citados nada mais fizeram do que corrigir erros de interpretação surgidos com o Vaticano II, que não alterou uma vírgula da sessão XXII do Concílio de Trento em que todos os protestantes já estão excomungados! Está errada a Igreja Católica Romana? Não! O romanismo não está errado, está apenas sendo coerente com suas tradições.
Eu creio que cada um de nós necessita ser reformado sempre, mesmo os que se denominam protestantes e evangélicos, mas Reformados pelas Sagradas Escrituras somente! Devemos rever nossos discursos para não sermos mais uma voz num coro que fala apenas para não ficar calado (já que Jesus também soube ficar em silêncio e se submeter à vontade do Pai diante do erro dos nossos pecados), porque, para vergonha nossa, o Evangelho da Graça, a primazia da Palavra e a fé salvadora ainda se conservam desconhecidos por milhares de católicos e protestantes de nossa Cristandade.
Também sucumbo à perplexidade diante de tantos protestantes e evangélicos que "investem" horas preciosas numa discussão fútil sobre se padres podem ou não casar, porque duvido que católicos percam tempo discutindo se presbiterianos deveriam ou não abandonar a prática do batismo infantil dentro dos seus templos. Duvido também que católicos publiquem em suas revistas seus palpites sobre se batistas deveriam ser pastoreados apenas por celibatários ou por mulheres e adotar o batismo por aspersão...
Eu não creio que o romanismo necessite daquelas reformas ali propostas por D. Isnard. Muito menos creio que os protestantes e evangélicos deveriam se preocupar com as reflexões de D. Isnard. Segundo seus próprios pares romanos, pessoas como ele são homens que confessam seus crimes na intenção de serem aplaudidos (ver: http://oblatvs.blogspot.com/2009/01/dom-clemente-isnard.html). Como ex-seminarista católico, entendo que as regras institucionais são previamente estabelecidas: o celibato é prerrogativa do sacerdócio romano. Em outras palavras: só é padre quem quer. Fico triste de tantos protestantes e evangélicos discutirem e darem espaço a questões como essa.
Mas eu não creio que o romanismo necessite de tais mudanças, por isso não discuto sobre “o celibato voluntário dos sacerdotes e a ordenação de homens casados” ou sobre “a importância da ordenação feminina” e “a participação popular nas nomeações episcopais” ou “missões católicas”. Não sei quem escreveu o artigo em questão (não foi assinado), mas a frase “as denominações protestantes precisam tomar cuidado para que não aconteça o mesmo problema em seu seio” revela um desconhecimento de quem seja o historicamente insubordinado Dom Isnard ou demonstra cumplicidade com o Bispo.
“Muitos querem falar, mas não podem”. Não podem por quê? A América Latina sempre produziu bispos que nestas últimas quatro décadas se levantaram pelas mesmas bandeiras de Dom Isnard. Este sempre falou o que quis e nunca foi censurado, basta ver o currículo dele apresentado no próprio artigo.
Aliás, aquela historinha sobre um superior eclesiástico que teria “orientado” uma editora católica a não publicar o livro de D. Isnard só pode ser devaneio, por favor! Dom Isnard foi presidente da Comissão de Liturgia da CNBB por mais de vinte anos, foi membro (nomeado pelo Papa Paulo VI) do Conselho para Execução da Constituição de Liturgia e membro da Congregação para o Culto Divino, será que alguém sabe o poder eclesiástico que estes cargos oferecem?
Eu não creio que o romanismo necessite das reformas de D. Isnard. As reformas imprescindíveis são muito mais profundas e essenciais. Entretanto, as Reformas Bíblicas o romanismo não quer (e também não fazem parte das reflexões do bispo sobre as instituições eclesiásticas atuais). O Papa continua a ostentar seu Primado e o título de Vigário de Cristo, Maria permanece sendo mediadora entre os homens e Jesus e as “aparições” dela pelo mundo seguem incontestadas a despeito das verdades bíblicas, assim como seguem o culto aos santos e a missa aos mortos, só para citar alguns exemplos. É o romanismo de sempre que ainda hoje sofre das mesmas mazelas denunciadas pela Reforma Protestante há mais de 500 anos. Roma não foi reformada, mas parece que muitos protestantes e evangélicos se conformaram a isso.
Além do mais, os Papas Bento XVI, João Paulo II e Paulo VI já declararam inúmeras vezes que os protestantes não podem ser chamados de igreja, pois a Igreja de Cristo só pode subsistir na Igreja Romana (ver a declaração Mysterium Ecclesiae de Paulo 6º, de 1973, e em 2000, a Dominus Iesus, aprovada por João Paulo 2º). Os três Papas citados nada mais fizeram do que corrigir erros de interpretação surgidos com o Vaticano II, que não alterou uma vírgula da sessão XXII do Concílio de Trento em que todos os protestantes já estão excomungados! Está errada a Igreja Católica Romana? Não! O romanismo não está errado, está apenas sendo coerente com suas tradições.
Eu creio que cada um de nós necessita ser reformado sempre, mesmo os que se denominam protestantes e evangélicos, mas Reformados pelas Sagradas Escrituras somente! Devemos rever nossos discursos para não sermos mais uma voz num coro que fala apenas para não ficar calado (já que Jesus também soube ficar em silêncio e se submeter à vontade do Pai diante do erro dos nossos pecados), porque, para vergonha nossa, o Evangelho da Graça, a primazia da Palavra e a fé salvadora ainda se conservam desconhecidos por milhares de católicos e protestantes de nossa Cristandade.
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