Palavra do leitor
- 16 de abril de 2023
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A vida começa aos quarenta ou é preciso saber envelhecer?
O clássico "Life Begins at Forty", escrito no século passado pelo professor norte-americano Walter Pitkin, contribuiu significativamente para que essa temática virasse reflexão imparável, inspirando até canções, artigos, poemas, filmes e outros livros com o mesmo título.
Independentemente do contexto de Pitkin e sua época, em nosso tempo a vida começa mesmo aos quarenta ou inicia-se aí a descida da ladeira do envelhecimento suavizada pelo termo "meia-idade"? Seriam ambas afirmações dois lados de uma única verdade - com o bônus de uma quiçá maturidade?
Essa ideia de idade-maturidade foi protestada outro dia com veemência por um colega: "As pessoas sejam o que quiserem. Tenham elas o direito de ter até a síndrome de Peter Pan. Maturidade é uma ditadura da sociedade. Se as mulheres dizem o tempo todo que elas podem ser o que quiser, todo mundo pode ser o que quiser, inclusive, eternos Peter Pans".
É natural a recusa psicológica do envelhecimento, quando chega o tempo em que a consciência pode se tornar "ringue mental" contra o fenômeno entrópico da degeneração biológica do corpo físico, mas sem imitar antigos boêmios que preferiam morrer jovens a tornar-se idosos.
Seria uma das formas de negação dessa realidade (idade cronológica, admissão dos cabelos brancos, rugas, dores no corpo, pele flácida, lapsos de memória etc.) a tão aclamada afirmação de que 30 é o novo 20; 40 o novo 30; 60 o novo 40? Ou libertação da "crença limitante" na "tirania do etarismo"?
Podemos não adotar, aos 40 ou 50, traços comportamentais predominantemente adolescentes, mas queremos de alguma maneira rejuvenescer, mesmo sabendo (ou não) que "É preciso saber envelhecer", título da primorosa obra de Paul Tournier.
Não só quem jogou futebol na adolescência sabe, obviamente, que após certa idade o corpo já não obedece o cérebro em todos os dribles ou jogadas criativas desde a infância, pois velocidade e habilidade de outrora estão limitadas, razão pela qual um jogador profissional aos quarenta ruma à aposentadoria, enquanto um candidato a Presidente de um país tendo essa mesma idade pode ser considerado inexperiente.
Quarenta anos é velhice para a juventude, e cinquenta anos é juventude para a velhice - Victor Hugo. H. Ford defendia a maturidade com a constância da mentalidade jovem. Um homem deveria investir em si mesmo e no estudo até aos quarenta anos - ao invés de economizar dinheiro. Foi o que ele afirmou ter feito.
Abraham Lincoln teria dito que um homem aos 40 já é responsável pela cara que tem; noutro contexto, contrariando críticos do capitalismo e motivando perseverantes ou iludidos, N. Hill declarou: "se alguém não tem dinheiro aos 40, ainda existe tempo, pois a idade não reflete a habilidade de ganhar muito dinheiro".
Pretendo levar a sério muito em breve essa citação de Millôr de Fernandes: "Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado".
A idade injustificável para atribuir aos outros suas frustrações pessoais e irresponsabilidades não é a idade para se buscar validação externa, mas buscar a autenticidade máxima diante de si e de Deus. Sendo possível não repetir os erros dos que tarde lamentam fracassos e confessam oportunidades perdidas ao longo da vida em tom de choro e nostalgia.
Há esperança para recomeços. Se interessar a alguém, deixo dois vídeos que cinco anos atrás contribuíram positivamente em minhas decisões cruciais: Quando comecei mudar minha vida (Fábio Blanco) e Em busca de um futuro próspero – Viviane Senna
Entre o "antes" e o "horizonte" visto por binóculos e retrovisor da experiência não adianta fugir ou fingir: a velhice existe – mesmo sem esquecimento, abandono, sensação de inutilidade, Previdência, Parkinson, Alzheimer. As últimas apresentações musicais de Phill Collins e Bituca fazem parte dessa realidade.
Mesmo não sendo a velhice fenômeno biossocial homogêneo - como nos lembra escritos sobre envelhecimento da exímia Alda Britto da Mota -, é preciso viver buscando aproveitar sabiamente todas as fases.
Dispensando "crise da meia-idade" ou termos como "melhor idade", a bela canção "Você sempre será uma criança aos Meus olhos" (Ray Boltz) nos lembra: entre a dádiva do nascer (Salmo 22:10; 71:6; 139:16; Jeremias 1:5) e a fase do envelhecer (Isaías 46:4; Salmos 92:13 e 14) existe o Ser que vela por mim e você – Ele É antes, durante e acima do tempo para sempre – Salmo 90:2.
Silvio Santos, idosos longevos de Loma Linda, textos de Edmar Torres e um ancião de 93 que compõe, declama poemas, dirige seu carro e trabalha na sua marcenaria, lembram-me a citação de F. Crane: "Ninguém fica velho por ter vivido um certo número de anos. Só se envelhece quando se abandonam os ideais; Uma pessoa é tão jovem quanto sua fé, tão velha como seu ceticismo; tão jovem como sua confiança; tão velha como seu temor; tão jovem como sua esperança; tão velha como seu desalento."
Independentemente do contexto de Pitkin e sua época, em nosso tempo a vida começa mesmo aos quarenta ou inicia-se aí a descida da ladeira do envelhecimento suavizada pelo termo "meia-idade"? Seriam ambas afirmações dois lados de uma única verdade - com o bônus de uma quiçá maturidade?
Essa ideia de idade-maturidade foi protestada outro dia com veemência por um colega: "As pessoas sejam o que quiserem. Tenham elas o direito de ter até a síndrome de Peter Pan. Maturidade é uma ditadura da sociedade. Se as mulheres dizem o tempo todo que elas podem ser o que quiser, todo mundo pode ser o que quiser, inclusive, eternos Peter Pans".
É natural a recusa psicológica do envelhecimento, quando chega o tempo em que a consciência pode se tornar "ringue mental" contra o fenômeno entrópico da degeneração biológica do corpo físico, mas sem imitar antigos boêmios que preferiam morrer jovens a tornar-se idosos.
Seria uma das formas de negação dessa realidade (idade cronológica, admissão dos cabelos brancos, rugas, dores no corpo, pele flácida, lapsos de memória etc.) a tão aclamada afirmação de que 30 é o novo 20; 40 o novo 30; 60 o novo 40? Ou libertação da "crença limitante" na "tirania do etarismo"?
Podemos não adotar, aos 40 ou 50, traços comportamentais predominantemente adolescentes, mas queremos de alguma maneira rejuvenescer, mesmo sabendo (ou não) que "É preciso saber envelhecer", título da primorosa obra de Paul Tournier.
Não só quem jogou futebol na adolescência sabe, obviamente, que após certa idade o corpo já não obedece o cérebro em todos os dribles ou jogadas criativas desde a infância, pois velocidade e habilidade de outrora estão limitadas, razão pela qual um jogador profissional aos quarenta ruma à aposentadoria, enquanto um candidato a Presidente de um país tendo essa mesma idade pode ser considerado inexperiente.
Quarenta anos é velhice para a juventude, e cinquenta anos é juventude para a velhice - Victor Hugo. H. Ford defendia a maturidade com a constância da mentalidade jovem. Um homem deveria investir em si mesmo e no estudo até aos quarenta anos - ao invés de economizar dinheiro. Foi o que ele afirmou ter feito.
Abraham Lincoln teria dito que um homem aos 40 já é responsável pela cara que tem; noutro contexto, contrariando críticos do capitalismo e motivando perseverantes ou iludidos, N. Hill declarou: "se alguém não tem dinheiro aos 40, ainda existe tempo, pois a idade não reflete a habilidade de ganhar muito dinheiro".
Pretendo levar a sério muito em breve essa citação de Millôr de Fernandes: "Com muita sabedoria, estudando muito, pensando muito, procurando compreender tudo e todos, um homem consegue, depois de mais ou menos quarenta anos de vida, aprender a ficar calado".
A idade injustificável para atribuir aos outros suas frustrações pessoais e irresponsabilidades não é a idade para se buscar validação externa, mas buscar a autenticidade máxima diante de si e de Deus. Sendo possível não repetir os erros dos que tarde lamentam fracassos e confessam oportunidades perdidas ao longo da vida em tom de choro e nostalgia.
Há esperança para recomeços. Se interessar a alguém, deixo dois vídeos que cinco anos atrás contribuíram positivamente em minhas decisões cruciais: Quando comecei mudar minha vida (Fábio Blanco) e Em busca de um futuro próspero – Viviane Senna
Entre o "antes" e o "horizonte" visto por binóculos e retrovisor da experiência não adianta fugir ou fingir: a velhice existe – mesmo sem esquecimento, abandono, sensação de inutilidade, Previdência, Parkinson, Alzheimer. As últimas apresentações musicais de Phill Collins e Bituca fazem parte dessa realidade.
Mesmo não sendo a velhice fenômeno biossocial homogêneo - como nos lembra escritos sobre envelhecimento da exímia Alda Britto da Mota -, é preciso viver buscando aproveitar sabiamente todas as fases.
Dispensando "crise da meia-idade" ou termos como "melhor idade", a bela canção "Você sempre será uma criança aos Meus olhos" (Ray Boltz) nos lembra: entre a dádiva do nascer (Salmo 22:10; 71:6; 139:16; Jeremias 1:5) e a fase do envelhecer (Isaías 46:4; Salmos 92:13 e 14) existe o Ser que vela por mim e você – Ele É antes, durante e acima do tempo para sempre – Salmo 90:2.
Silvio Santos, idosos longevos de Loma Linda, textos de Edmar Torres e um ancião de 93 que compõe, declama poemas, dirige seu carro e trabalha na sua marcenaria, lembram-me a citação de F. Crane: "Ninguém fica velho por ter vivido um certo número de anos. Só se envelhece quando se abandonam os ideais; Uma pessoa é tão jovem quanto sua fé, tão velha como seu ceticismo; tão jovem como sua confiança; tão velha como seu temor; tão jovem como sua esperança; tão velha como seu desalento."
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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