Palavra do leitor
- 21 de dezembro de 2011
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A varinha do "pátrio poder" [em tempos da Lei da palmada]
Não faz tanto tempo assim, quando fomos acolhidos por casais da nossa faixa etária, na Igreja; estávamos há pouco mais de três anos em São Paulo [1976], advindos de Juiz de Fora – Minas Gerais.
Lá [nas Gerais] aprendemos, mas não adotamos, que é proibido dizer "não" para os filhos, porque não se deve desrespeitar a individualidade, o "ego", da criança; ou seja, as crianças deveriam fazer o que bem entendessem, e nem sempre o que elas entendem ser o melhor, para elas, de fato o é.
O que sabíamos, e vínhamos adotando, desde o nosso primogênito, era o conselho bíblico: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho não se desviará dele" (Provérbios 22. 6).
Nunca batemos nos filhos, mas estabelecíamos limites: "pode, não pode", "cada coisa no seu lugar, e um lugar para cada coisa"; em resumo, os educamos pela palavra [nossa] e com a Palavra de Deus. Pela graça e fidelidade de Deus nenhum deles teve qualquer desvio de conduta, ou desvio de caráter.
Mas, os amigos que nos acolheram eram adeptos da "varinha" para disciplinar os filhos, mantinham-na atrás da porta para qualquer eventualidade.
Fundamentavam-se, também, na Palavra de Deus: "A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe" (Provérbios 29. 15).
Quem estaria certo, perguntavam; aí dizíamos: o "ensina", versículo 6, do capítulo 22, vem antes da "vara", versículo 15 do capítulo 29, o que poderia parecer a lógica: se a criança não aprendesse no diálogo, aí eles "poderiam" usar a célebre varinha.
De nossa parte, continuamos com a palavra sincera, meiga, amorosa, mas séria, firme e respeitosa. Afinal, respeito não se impõe [e nem o exercício do "pátrio poder"], adquire-se respeitando os outros, para sermos respeitados. É um caminho de duas mãos.
"Se os pais são inseguros, em relação à autoridade que deveriam ter sobre as crianças, isso tem como resultado a inteira ausência de limites, o que deforma o comportamento de tantas crianças acostumadas a ver os pais reféns diante de seus caprichos menores" [adaptação do texto "Educando os pais" da FSP].
O reverso da medalha também é verdade: energia excessiva, e falta de bons exemplos, levam as crianças a trilharem os mesmos caminhos, no futuro, fazendo o que sempre viram os pais fazerem.
Tramita no Congresso Nacional, no momento em uma comissão da Câmara dos Deputados, onde foi aprovada, a Lei da Palmada, que proíbe e torna punível, aos pais ou responsáveis, o ato de dar palmadas em seus filhos com a finalidade de "educá-los" [castigá-los].
Não podemos nos esquecer, e nem deixar de citar, que a Lei 8.069 de 13.07.1990, denominada "ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente", já determina punições severas aos pais que abusam do “Pátrio Poder”, denominado, pelo ECA, de “Poder Familiar”.
Uma repreensão mais forte, daquelas longas e repetitivas [com voz irritante], que constrangem o menor, já é uma desobediência ao Estatuto, podendo tornar os pais, ou responsáveis, puníveis no termos do artigo 232:
“Art. 232 - Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos”.
Em grande parte dos casos, isso termina por não ser cumprido, tendo em vista que a ação das Autoridades, na defesa do menor, depende de denúncias; o menor não denuncia por desconhecimento e/ou por medo ou respeito aos seus pais. Familiares ou vizinhos acabam por deixar passar para não se imiscuírem na “vida alheia”. Quem trata mal aos filhos há de tratar mal aos “vizinhos e familiares intrometidos”.
Continuamos insistindo que o caminho é o diálogo, a conversa, o conselho, a orientação no lar, muito mais aceitável do que a violência verbal, à qual já aludimos, ou a violência física, que só trazem resultados desastrosos para o presente e para o futuro da criança.
Para os cristãos, os que fundamentam quaisquer atos de suas vidas na Palavra de Deus, ou seja, levam Deus a sério, podemos declarar a inocuidade dessas leis [ECA e Lei da Palmada], por já seguirem eles normas melhores, mais sábias e sadias, orientadas por nosso Senhor Deus e Pai:
“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra” (Efésios 6. 1-3).
E o mesmo texto diz aos pais: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (v. 4).
O resultado final disso, o fruto do levar Deus a sério, é mansidão, domínio próprio, amor, paz, alegria, fidelidade, etc. (Gálatas 5. 22-23).
Lá [nas Gerais] aprendemos, mas não adotamos, que é proibido dizer "não" para os filhos, porque não se deve desrespeitar a individualidade, o "ego", da criança; ou seja, as crianças deveriam fazer o que bem entendessem, e nem sempre o que elas entendem ser o melhor, para elas, de fato o é.
O que sabíamos, e vínhamos adotando, desde o nosso primogênito, era o conselho bíblico: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho não se desviará dele" (Provérbios 22. 6).
Nunca batemos nos filhos, mas estabelecíamos limites: "pode, não pode", "cada coisa no seu lugar, e um lugar para cada coisa"; em resumo, os educamos pela palavra [nossa] e com a Palavra de Deus. Pela graça e fidelidade de Deus nenhum deles teve qualquer desvio de conduta, ou desvio de caráter.
Mas, os amigos que nos acolheram eram adeptos da "varinha" para disciplinar os filhos, mantinham-na atrás da porta para qualquer eventualidade.
Fundamentavam-se, também, na Palavra de Deus: "A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe" (Provérbios 29. 15).
Quem estaria certo, perguntavam; aí dizíamos: o "ensina", versículo 6, do capítulo 22, vem antes da "vara", versículo 15 do capítulo 29, o que poderia parecer a lógica: se a criança não aprendesse no diálogo, aí eles "poderiam" usar a célebre varinha.
De nossa parte, continuamos com a palavra sincera, meiga, amorosa, mas séria, firme e respeitosa. Afinal, respeito não se impõe [e nem o exercício do "pátrio poder"], adquire-se respeitando os outros, para sermos respeitados. É um caminho de duas mãos.
"Se os pais são inseguros, em relação à autoridade que deveriam ter sobre as crianças, isso tem como resultado a inteira ausência de limites, o que deforma o comportamento de tantas crianças acostumadas a ver os pais reféns diante de seus caprichos menores" [adaptação do texto "Educando os pais" da FSP].
O reverso da medalha também é verdade: energia excessiva, e falta de bons exemplos, levam as crianças a trilharem os mesmos caminhos, no futuro, fazendo o que sempre viram os pais fazerem.
Tramita no Congresso Nacional, no momento em uma comissão da Câmara dos Deputados, onde foi aprovada, a Lei da Palmada, que proíbe e torna punível, aos pais ou responsáveis, o ato de dar palmadas em seus filhos com a finalidade de "educá-los" [castigá-los].
Não podemos nos esquecer, e nem deixar de citar, que a Lei 8.069 de 13.07.1990, denominada "ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente", já determina punições severas aos pais que abusam do “Pátrio Poder”, denominado, pelo ECA, de “Poder Familiar”.
Uma repreensão mais forte, daquelas longas e repetitivas [com voz irritante], que constrangem o menor, já é uma desobediência ao Estatuto, podendo tornar os pais, ou responsáveis, puníveis no termos do artigo 232:
“Art. 232 - Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos”.
Em grande parte dos casos, isso termina por não ser cumprido, tendo em vista que a ação das Autoridades, na defesa do menor, depende de denúncias; o menor não denuncia por desconhecimento e/ou por medo ou respeito aos seus pais. Familiares ou vizinhos acabam por deixar passar para não se imiscuírem na “vida alheia”. Quem trata mal aos filhos há de tratar mal aos “vizinhos e familiares intrometidos”.
Continuamos insistindo que o caminho é o diálogo, a conversa, o conselho, a orientação no lar, muito mais aceitável do que a violência verbal, à qual já aludimos, ou a violência física, que só trazem resultados desastrosos para o presente e para o futuro da criança.
Para os cristãos, os que fundamentam quaisquer atos de suas vidas na Palavra de Deus, ou seja, levam Deus a sério, podemos declarar a inocuidade dessas leis [ECA e Lei da Palmada], por já seguirem eles normas melhores, mais sábias e sadias, orientadas por nosso Senhor Deus e Pai:
“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra” (Efésios 6. 1-3).
E o mesmo texto diz aos pais: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (v. 4).
O resultado final disso, o fruto do levar Deus a sério, é mansidão, domínio próprio, amor, paz, alegria, fidelidade, etc. (Gálatas 5. 22-23).
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