A unidade de Deus nas diferenças

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Introdução
No reino de Deus, tudo é inverso do que fazemos no reino dos homens. Por isso, muitas pessoas não entendem o evangelho e quando entram em uma igreja, não permanecem. O primeiro passo para entrar no reino de Deus e cumprir a sua palavra, é não tentar entender nada inicialmente, mas apenas se submeter a ela antes mesmo de entender. É a palavra de Deus? Então se submete para tentar conhecer, porque depois que conhecer, então começará a entender. Por isso a nossa missão como cristãos, não é submeter o outro ao nosso entendimento, esse é o papel do Espírito Santo que tudo esclarecerá no momento certo, a nossa missão é ajudar o próximo a conhecer os caminhos do Senhor, mesmo sem ele entender nada.

Desenvolvimento
Nesse contexto, a unidade do povo de Deus não é a reunião de quem já entendeu, mas a submissão de quem o conheceu. Por isso, estar em unidade com Deus, não é todos falarem a mesma coisa da boca para fora mas estarem separados em vários aspectos. O maior propósito da congregação dos cristãos é o esforço de mesmo que falarmos todos diferentes, estarmos juntos no mesmo Espírito, é isso que importa! Falar a mesma coisa e estar todo separado é proselitismo em busca de ignorantes. Em Deus, só é possível melhorar a atitude, na convivência com as diferenças, se tentarmos manter as igualdades, só iremos piorar os defeitos.

Por isso, Deus tirou de dentro de Adão alguém da mesma natureza, mas completamente diferente dele. De outro modo, Deus teria feito um outro homem, um outro ser igual para ele se relacionar, no entanto, eles nunca seriam um casal, apenas um par, que é de onde vem o termo parceria. E hoje em dia as pessoas estão formando igrejas de pares, não de famílias. Em parcerias todos pensam iguais e quase não tem diferenças e contrapontos, mas em famílias tem atritos, contradições, divergências, onde podemos exercer os frutos do espírito: amor, paciência, longanimidade…Deus não mandou fazermos parcerias, mas vivermos em unidade, em família.

Se alguém lhe pedir para organizar um amontoado de garfos, facas e colheres, sem lhe dizer para quê, todos vão os organizar em três montes separados: um de faca, um de garfo e outro de colheres. Mas se você souber que é para um jantar, a coisa muda de figura. Com certeza, agora, você os organizará em diversos jogos de garfo, faca e colheres juntos, onde apesar das diferenças da aplicação de cada um, juntos trabalharão em unidade, em um único propósito, que é ser uma ferramenta para alguém se alimentar.

Fazendo uma analogia de suas diferenças, se pedirmos para o garfo e a faca fazer um tratado teológico de acordo com o seu ponto de vista da sua função e da sua aplicabilidade em separado na função de alimentar, um dos dois vai para o inferno do outro, porque ao mesmo tempo que cada um se acha mais importante em sua função, já diminui a função do outro. Sendo que a perfeita comunhão entre garfos, facas e colheres, apesar das suas diferenças, pode representar a eternidade do reino de Deus, que é a comunhão das virtudes, onde a riqueza de um coopera com a superação da pobreza do outro. Por isso que a salvação é um esforço pela unidade, porque só a unidade nos fará suportar um ao outro, é o carregar a cruz um do outro, em prol de todos.

Conclusão
E o que é o suportar um ao outro? Não é uma colher reforçando as virtudes e qualidades da outra colher, é a faca oferecendo para a colher o que a colher não pode ser da faca, e o garfo oferecendo a faca que ela não pode ser de um garfo. Por isso que unidade não é o reforço das virtudes dos semelhantes, mas a comunhão das virtudes de cada um, mesmo sendo todos diferentes. Portanto, a unidade em Deus não se trata de união de colheres, é o encontro de colheres, garfos e facas em um só propósito de se alimentar do pão que desceu do céu.

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Opinião do leitor