Palavra do leitor
- 06 de setembro de 2010
- Visualizações: 2516
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
A triste situação do professor
Fico pensando na situação do professor... Ele estuda, se prepara, luta e finalmente consegue alcançar o seu objetivo. Agora ele está habilitado para fazer o que sempre desejou, ou seja, dar aula. Ele sonha com uma classe de alunos interessados e dispostos a aprender. E ele anseia por ensinar transmitindo os seus conhecimentos que adquiriu durante tantos anos. O seu maior sonho agora se concretiza.
Com muita expectativa ele então prepara a aula e até já se vê diante dos alunos que imagina estarem com vivo interesse e muita disposição para aprender a lição. Nem lhe passa pela cabeça que ele terá dificuldade para atrair a atenção desse grupo de pré-adolescentes e adolescentes que agora tem diante de si. A primeira aula foi normal e o professor conseguiu se impor diante da classe que parecia sonolenta, mas chegou a realizar algumas tarefas. Mas isto foi só o começo.
A segunda aula foi mais cansativa, mas valeu a pena e as perspectivas são boas levando-se em conta a falta de experiência. É sempre assim: no começo é apenas para se conhecer e se enturmar. Depois, porém, o caldo engrossa, esquenta, derrama e então aparecem os espinhos próprios da profissão. O professor tem que ter muito autocontrole, mas ele é um ser humano e às vezes não consegue aguentar a carga. E muitos choram diante das dificuldades e outros até desistem do magistério em função das lutas que crescem a cada dia. É preciso ter vocação para enfrentar. É preciso acreditar, mesmo que pareça inacreditável. Enfim, é preciso crer que, apesar de tudo, sempre vale a pena.
O professor se prepara e segue para mais uma aula. Ele ainda não está bem refeito da aula anterior, mas agora vai enfrentar mais uma batalha. É a sua vida, afinal foi profissão que ele escolheu. Ele sabe que terá os mesmos problemas, mas não tem escolha. A classe está muito agitada, "pegando fogo" como se diz. Ninguém quer saber de aula e os alunos nem percebem que o professor já entrou na sala e que a aula já começou. A algazarra pode ser ouvida de longe. alunos correm dentro da sala, se juntam em grupinhos no "fundão" para ficarem bem a vontade. Gritam, gesticulam, esmurram as carteiras, empurram as cadeiras, ouvem músicas em seu "aparelhinhos" e alguns jogam baralho. Esta, infelizmente, é a aula normal numa escola pública estadual.
Quando o professor não está aguentando mais tanta bagunça e até pensa em chamar o Inspetor, eis que o sinal soa anunciando o fim da aula. Foram mais de 40 minutos e o professor não conseguiu falar sequer uma palavra. Bem que ele tentou, mas ninguém deu a menor atenção. Agora este professor vai para outra classe e virá outro que, igualmente, vai tentar dar a sua aula. Mas a classe agora parece ainda mais alvoroçada. Na troca de professores muitos alunos saem para fora da sala e o pátio fica parecendo uma feira livre. O Inspetor e o Coordenador agora fazem o duro trabalho de "enfiar" esses alunos de volta na sala. Afinal, a próxima aula já começou.
Fico pensando na triste situação do professor. Eu nem falo em aumento de salário porque isto hoje é um artigo de luxo. Seria repetir o que se fala e se ouve há décadas. Eu falo em aprendizado, comportamento, educação, respeito, aproveitamento e consciência. Hoje, muitos alunos não têm a menor noção do que seja uma escola, uma instituição de ensino. E quando chamamos a tenção, eles, invariavelmente, dizem: "Para que estudar? Eu vou passar de ano do mesmo jeito!". Depois que inventaram a famigerada Progressão Continuada, a maioria dos alunos perdeu o interesse de estudar e o professor já não sabe mais o que fazer para recuperar esse interesse. Daí o que acontece normalmente é o que todo mundo já sabe, ou seja, alunos passam de ano sem nenhuma condição e muitos deles terminam o Ensino Médio semi-analfabetos. Isto significa que o nível do aprendizado cai a cada ano enquanto a bagunça nas salas aumenta a cada dia. Que futuro podemos esperar de um País que não valoriza a sua educação pública? Certamente não será um futuro brilhante, mas obscuro, triste e sem nenhuma perspectiva. Esse, leitor, é o nosso atual quadro educacional.
Com muita expectativa ele então prepara a aula e até já se vê diante dos alunos que imagina estarem com vivo interesse e muita disposição para aprender a lição. Nem lhe passa pela cabeça que ele terá dificuldade para atrair a atenção desse grupo de pré-adolescentes e adolescentes que agora tem diante de si. A primeira aula foi normal e o professor conseguiu se impor diante da classe que parecia sonolenta, mas chegou a realizar algumas tarefas. Mas isto foi só o começo.
A segunda aula foi mais cansativa, mas valeu a pena e as perspectivas são boas levando-se em conta a falta de experiência. É sempre assim: no começo é apenas para se conhecer e se enturmar. Depois, porém, o caldo engrossa, esquenta, derrama e então aparecem os espinhos próprios da profissão. O professor tem que ter muito autocontrole, mas ele é um ser humano e às vezes não consegue aguentar a carga. E muitos choram diante das dificuldades e outros até desistem do magistério em função das lutas que crescem a cada dia. É preciso ter vocação para enfrentar. É preciso acreditar, mesmo que pareça inacreditável. Enfim, é preciso crer que, apesar de tudo, sempre vale a pena.
O professor se prepara e segue para mais uma aula. Ele ainda não está bem refeito da aula anterior, mas agora vai enfrentar mais uma batalha. É a sua vida, afinal foi profissão que ele escolheu. Ele sabe que terá os mesmos problemas, mas não tem escolha. A classe está muito agitada, "pegando fogo" como se diz. Ninguém quer saber de aula e os alunos nem percebem que o professor já entrou na sala e que a aula já começou. A algazarra pode ser ouvida de longe. alunos correm dentro da sala, se juntam em grupinhos no "fundão" para ficarem bem a vontade. Gritam, gesticulam, esmurram as carteiras, empurram as cadeiras, ouvem músicas em seu "aparelhinhos" e alguns jogam baralho. Esta, infelizmente, é a aula normal numa escola pública estadual.
Quando o professor não está aguentando mais tanta bagunça e até pensa em chamar o Inspetor, eis que o sinal soa anunciando o fim da aula. Foram mais de 40 minutos e o professor não conseguiu falar sequer uma palavra. Bem que ele tentou, mas ninguém deu a menor atenção. Agora este professor vai para outra classe e virá outro que, igualmente, vai tentar dar a sua aula. Mas a classe agora parece ainda mais alvoroçada. Na troca de professores muitos alunos saem para fora da sala e o pátio fica parecendo uma feira livre. O Inspetor e o Coordenador agora fazem o duro trabalho de "enfiar" esses alunos de volta na sala. Afinal, a próxima aula já começou.
Fico pensando na triste situação do professor. Eu nem falo em aumento de salário porque isto hoje é um artigo de luxo. Seria repetir o que se fala e se ouve há décadas. Eu falo em aprendizado, comportamento, educação, respeito, aproveitamento e consciência. Hoje, muitos alunos não têm a menor noção do que seja uma escola, uma instituição de ensino. E quando chamamos a tenção, eles, invariavelmente, dizem: "Para que estudar? Eu vou passar de ano do mesmo jeito!". Depois que inventaram a famigerada Progressão Continuada, a maioria dos alunos perdeu o interesse de estudar e o professor já não sabe mais o que fazer para recuperar esse interesse. Daí o que acontece normalmente é o que todo mundo já sabe, ou seja, alunos passam de ano sem nenhuma condição e muitos deles terminam o Ensino Médio semi-analfabetos. Isto significa que o nível do aprendizado cai a cada ano enquanto a bagunça nas salas aumenta a cada dia. Que futuro podemos esperar de um País que não valoriza a sua educação pública? Certamente não será um futuro brilhante, mas obscuro, triste e sem nenhuma perspectiva. Esse, leitor, é o nosso atual quadro educacional.
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 06 de setembro de 2010
- Visualizações: 2516
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- O cristão morre?
- A democracia [geográfica] da dor!
- Só a Fé, sim (só a Escolha, não)
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Amor, compaixão, perdas, respeito!
- O soldado rendido
- Até aqui ele não me deixou
- O verdadeiro "salto da fé"!
- A marca de Deus 777 e a marca da besta 666