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Palavra do leitor

A torre de Babel, ou a bagunça de Deus que deu certo!

O relato mitológico de Genesis 11 é fascinante:

"E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: façamos tijolos e queimemo-los bem [...] E disseram: edifiquemo-nos uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Então desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; e o SENHOR disse: eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua, e isto é o que começam a fazer, e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR [...]".

Como nós nos parecemos com eles, não? Foi minha reação quando vi para aquele chimpanzé!

Enquanto observava-o pensei: como foi possível que na escala evolutiva fomos capazes de sair com um Imperativo Categórico, pensar no mundo das ideias de Platão, ponderar sobre a natureza do bem e do mal em Agostinho, estabelecer um conjunto de postulados para qualquer coisa, convencer minha mulher sobre a natureza do amor, apreciar sushi e produzir poesias como em Carlos Drummond de Andrade!

Na companhia de um amigo, assistíamos extasiados quando disse: "a diferença daquele chimpanzé e vc é algo em torno de 2%". No restante do DNA, éramos iguais! E uma das diferenças, a linguagem.

Aquele chimpanzé podia gritar, eu também, ele podia rir, eu idem. Olhava-me com indagação e curiosidade, eu faço isso toda hora.

Mas na árvore da evolução tomamos caminhos diferentes. Descemos da árvore juntos, mas eu faço parte de uma civilização. Ele ficou brincando com gravetos e assim mesmo somos quase idênticos. Quase! 2%, por pouco não bateu na trave!

Ah! A linguagem, a língua, a construção de recursos com o alfabeto, e por aí vai...

Assisti o debate no Conselho de Segurança da ONU sobre a decisão da questão Líbia, tempos atrás. Espécie de mesa redonda, 15 embaixadores com uma placa identificando o nome do país de cada um e cada um com um aparelho no ouvido, cada um falando uma língua diferente do outro, decidiam em coro o destino de outro país membro.

O embaixador da Rússia dizia algo para o embaixador Chinês, que retrucava a um Indiano que por sua vez dirigia-se a um Inglês. Subitamente todos levantaram as mãos, votaram, cumprimentaram-se e foram embora.

Numa sala ao fundo notava-se algumas pessoas. Eram aquelas que, enquanto o Russo discordava do Chinês, o intérprete traduzia na sua língua o sentido das palavras Russas, em Mandarim.

Tive vontade de interrompê-los e perguntar, “será que vocês não poderiam concordar em inventar uma língua única para compreensão universal? Quem sabe uma espécie de Esperanto!”. Uma das possíveis respostas ‘delicadas’ que teria recebido, “caia fora, idiota!”.

Claro, ‘idiota’ aí na língua de cada um e imaginando que em Russo deve ter um sentido um bocado diferente de ‘idiota’ em Mandarim que por sua vez deve ser completamente diferente de todas as demais línguas ali representadas.

Certa ocasião em uma assembleia de condomínio (em certo sentido, igual assembleia de igreja) a cacofonia era tal que custei imaginar que todos ali, classe média alta, seriam melhores do que aquele chimpanzé que eu vira no zoológico. E todos falando Português!

Em algum lugar conhecido por Sinar, segundo a narrativa de Genesis, todo mundo se reuniu para construir uma torre, um Zigurat. A coisa foi bem até que, segundo o texto, apareceu Deus para espalhar a ‘desunidade’ linguística e a partir daí ninguém mais se entendeu.

Cada um juntou o conjunto do alfabeto da viola linguística no saco e foram cantar noutra freguesia, separando-se um dos outros.

Leitura superficial, ultraconservadora, ultra-ortodoxa e caduca da narrativa da Torre de Babel: não me parece ter sido a intervenção divina a de criar confusão cultural (pecado!); nem para estabelecer a veracidade do texto narrativo de modo a indicar que havia uma única língua entre os primeiros seres humanos que, depois, segundo o texto bíblico, tornou-se quase 7.000 mil, satisfazendo assim grupos de Criacionistas de plantão.

Voltei à ONU e percebi que é na diversidade linguística e cultural que existe a possibilidade de se chegar a acordos para toda a humanidade, tão diversa e múltipla, mesmo que os pactos não agradem a todos.

Pensei comigo e conclui: “e ainda tem gente nesse mundo que quer reduzir o brasileiro a duas cores, o ‘preto’ e o ‘branco’, para encaixa-los em cotas”.

Não vejo a hora em que Deus vai descer sobre o STF e confundir esse pessoal e dar uma cor diferente para cada uma das letras para as palavras p-r-e-t-o e b-r-a-n-c-o.

Viva a ‘bagunça’ de Deus!
P - RN
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