Palavra do leitor
- 02 de outubro de 2009
- Visualizações: 6745
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
A súbita conversão de João Calvino
Calvino ao falar de sua conversão, diz que a mesma aconteceu de forma súbita (Conversio Subita). Súbita, não no sentido de uma conversão repentina, idéia aqui é de passividade, considerando a interpretação que Calvino fez da expressão dizendo que Deus o tinha subjugado. "Subjugou meu coração e forçou-o a ser dócil, e que Deus pela sua providência secreta, forçou-me finalmente a regressar". (CALVINO apud STROHL, 2004)
Similarmente a Lutero, Calvino fora instruído nos moldes do catolicismo tradicional e, por conseguinte teve a mesma sensação de ansiedade pungente que permeava o final da Idade Média. Calvino quando jovem fizera uma peregrinação, em companhia de sua mãe, a abadia de Ourscamp, como o escopo de expurgar seus pecados, na oportunidade ele tocou o dedo de Santa Ana, considerado uma relíquia. Anos mais tarde Calvino aduziu o teor das pregações que trivialmente ouvira:
"Diziam-nos que éramos pecadores miseráveis dependentes da tua misericórdia; a reconciliação viria mediante retidão das obras. O método para obter tua misericórdia era a compensação dos delitos. Então, porque eras juiz rigoroso e vingador severo da iniquidade, mostravam quão terrível tua presença deve ser. Daí, eles nos mandavam buscar refúgio primeiro nos santos, para que por essa intercessão pudesses ser facilmente solicitado e propício a nós". (CALVINO apud GEORGE, 2004, p.172).
Não se sabe quando Calvino realmente teve os primeiro contato com o novo pensamento evangélico, se foi por meio dos escritos de Lutero, o qual ele chamava de “pai muito respeitável”, traduzidos para o Francês no início da década de 20, se pelos humanistas evangélicos, já que ele mesmo era humanista e participava do círculo ou por meio de seu primo Robert Olivétan.
Fato notório e que Calvino não recebeu o evangelho com docilidade, e sim com contumácia.
Contrariado com a novidade, eu ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti com energia e irritação; porque (tal é a firmeza ou descaramento com os quais é natural aos homens persistir no caminho que outrora tomaram) foi com a maior dificuldade que fui induzido a confessar que, por toda minha vida, eu estivera na ignorância e no erro (CALVINO apud GEORGE, 2004, p.172).
Calvino estava ciente de que as mudanças que lhe ocorrera, era obra única exclusivamente de Deus, uma “conversão passiva” ele e o sujeito que sofrer a ação, e Deus o agente da passiva. Calvino sentia-se dominado pela graça de Deus. “Eu permanecia tão obstinadamente entregue às superstições do papado, que teria sido muito difícil arranca-me de tão profundo lamaçal, eu não fiz nada a Palavra fez tudo.” (CALVINO apud GEORGE, 2004)
Calvino indubitavelmente teve uma grande experiência com o Deus vivo. Deus que lhe teu docilidade, “Esta palavra, docilitas, poderia também ser traduzida por educabilidade. Há um sentido em que Calvino aspirava a ser nada mais do que um discípulo fiel de Jesus Cristo, discípulo em seu significado etimológico (do latim disco, aprender) de aprendiz, alguém que é capaz de ser ensinado”. (George, 2004) Para Calvino a clara evidência da piedade era a disposição para torna-se dócil, Educável na presença do único e verdadeiro Deus.
Calvino era uma pessoa assaz pusilânime, tornando-se destarte, insociável. “De minha parte, tendo uma natureza um tanto indelicada e retraída, sempre desejava paz e tranquilidade. Então comecei a procurar algum esconderijo e uma forma de afastar-me das pessoas”. (CALVINO apud GEORGE 2004) Calvino, devido a sua pusilanimidade, certamente teve grandes conflitos internos, já que estes são inerentes aos tímidos quando são obrigados a se exporem. No seu comentário sobre os Salmos ele assegura:
“Mas, longe de atingirem o desejo de meu coração, todos os retiros e lugares de escape tornaram-se como que escolas públicas para mim. Em resumo, apesar de sempre alentar o objetivo de viver na privacidade, incógnito, Deus levou-me de tal forma e fez-me mudar de tais maneiras diversas, que nunca me deixou em paz em lugar algum, até que, a despeito de minha disposição natural, colocou-me no centro das atenções”. (CALVINO apud GEORGE, 2004, p.173)
Calvino contra sua vontade foi impelido para tomar seu lugar de destaque ao lado dos demais reformadores.
Similarmente a Lutero, Calvino fora instruído nos moldes do catolicismo tradicional e, por conseguinte teve a mesma sensação de ansiedade pungente que permeava o final da Idade Média. Calvino quando jovem fizera uma peregrinação, em companhia de sua mãe, a abadia de Ourscamp, como o escopo de expurgar seus pecados, na oportunidade ele tocou o dedo de Santa Ana, considerado uma relíquia. Anos mais tarde Calvino aduziu o teor das pregações que trivialmente ouvira:
"Diziam-nos que éramos pecadores miseráveis dependentes da tua misericórdia; a reconciliação viria mediante retidão das obras. O método para obter tua misericórdia era a compensação dos delitos. Então, porque eras juiz rigoroso e vingador severo da iniquidade, mostravam quão terrível tua presença deve ser. Daí, eles nos mandavam buscar refúgio primeiro nos santos, para que por essa intercessão pudesses ser facilmente solicitado e propício a nós". (CALVINO apud GEORGE, 2004, p.172).
Não se sabe quando Calvino realmente teve os primeiro contato com o novo pensamento evangélico, se foi por meio dos escritos de Lutero, o qual ele chamava de “pai muito respeitável”, traduzidos para o Francês no início da década de 20, se pelos humanistas evangélicos, já que ele mesmo era humanista e participava do círculo ou por meio de seu primo Robert Olivétan.
Fato notório e que Calvino não recebeu o evangelho com docilidade, e sim com contumácia.
Contrariado com a novidade, eu ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti com energia e irritação; porque (tal é a firmeza ou descaramento com os quais é natural aos homens persistir no caminho que outrora tomaram) foi com a maior dificuldade que fui induzido a confessar que, por toda minha vida, eu estivera na ignorância e no erro (CALVINO apud GEORGE, 2004, p.172).
Calvino estava ciente de que as mudanças que lhe ocorrera, era obra única exclusivamente de Deus, uma “conversão passiva” ele e o sujeito que sofrer a ação, e Deus o agente da passiva. Calvino sentia-se dominado pela graça de Deus. “Eu permanecia tão obstinadamente entregue às superstições do papado, que teria sido muito difícil arranca-me de tão profundo lamaçal, eu não fiz nada a Palavra fez tudo.” (CALVINO apud GEORGE, 2004)
Calvino indubitavelmente teve uma grande experiência com o Deus vivo. Deus que lhe teu docilidade, “Esta palavra, docilitas, poderia também ser traduzida por educabilidade. Há um sentido em que Calvino aspirava a ser nada mais do que um discípulo fiel de Jesus Cristo, discípulo em seu significado etimológico (do latim disco, aprender) de aprendiz, alguém que é capaz de ser ensinado”. (George, 2004) Para Calvino a clara evidência da piedade era a disposição para torna-se dócil, Educável na presença do único e verdadeiro Deus.
Calvino era uma pessoa assaz pusilânime, tornando-se destarte, insociável. “De minha parte, tendo uma natureza um tanto indelicada e retraída, sempre desejava paz e tranquilidade. Então comecei a procurar algum esconderijo e uma forma de afastar-me das pessoas”. (CALVINO apud GEORGE 2004) Calvino, devido a sua pusilanimidade, certamente teve grandes conflitos internos, já que estes são inerentes aos tímidos quando são obrigados a se exporem. No seu comentário sobre os Salmos ele assegura:
“Mas, longe de atingirem o desejo de meu coração, todos os retiros e lugares de escape tornaram-se como que escolas públicas para mim. Em resumo, apesar de sempre alentar o objetivo de viver na privacidade, incógnito, Deus levou-me de tal forma e fez-me mudar de tais maneiras diversas, que nunca me deixou em paz em lugar algum, até que, a despeito de minha disposição natural, colocou-me no centro das atenções”. (CALVINO apud GEORGE, 2004, p.173)
Calvino contra sua vontade foi impelido para tomar seu lugar de destaque ao lado dos demais reformadores.
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 02 de outubro de 2009
- Visualizações: 6745
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- A democracia [geográfica] da dor!
- O cristão morre?
- Só a Fé, sim (só a Escolha, não)
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Amor, compaixão, perdas, respeito!
- Até aqui ele não me deixou
- O soldado rendido
- O verdadeiro "salto da fé"!
- E quando a profecia te deixa confuso?